Eduardo
Estudei minha vida toda em escola particular e sabe quando a gente não se encaixa naquele ambiente, pois bem, era assim que eu me sentia. Até os meus 12 anos, todos os meus colegas de salas eram os mesmos, raramente entrava algum aluno novo.
Sempre fui um cara brincalhão, lá em casa sou a alegria dos meus pais, vou falar eles são a minha vida e corro por eles até o fim. Eles são trabalhadores, trabalham muito que eu tenha tudo do bom e do melhor e para retribuir tudo que eles fazem por mim eu corro pelo certo e gosto disso.
Conheci o Leo quando tinha meus nove anos, naquela época eu tinha uma babá o nome dela era Nina uma Senhora com seus 65 anos, todos os dias após a escola, ela me levava até um parquinho que tinha ali no bairro e os moleques viviam jogando bola, aí já sabe né? Aquele futebol maroto, logo aproximou nos dois e estamos aí com essa amizade monstruosa que temos hoje, o rapaz é meu parceiro, irmão mesmo, Máximo respeito por ele e pela história de vida do cara.
A vida não foi e não é fácil para ele, mesmo assim ele é sangue bom. Com alguns problemas, como qualquer outra pessoa. Há uns dois anos começou a usar umas paradas que não concordo, já cantei a bola para ele. Mas ele ouve? Mas sabe aquele ditado: "Não aprende no amor, aprende na dor." Um dia a conta chega e malandro vai dançar conforma a música, deixa vim, o que é dele Deus está traçando.
Outra mina firmeza é a Alice, a menina de alma angelical, ela sorri com o olhar e quando abre o sorriso, conquista geral. Ela é assim mesmo, sempre olhei para ela com zelo e cuidado, porque a mina tem que ser cuidada e protegida e não falo isso com papo de homem e sim por irmandade, porque se um dia a gente se trombar por aí, quero ela na minha vida, gente assim quero comigo, para correr, para chorar, até para se divertir, é daí que nascem as amizades para a vida toda.
E parece que o destino conspira muito ao meu favor porque agora somos partes de uma mesmo grupo.
Giulia
Meus colegas de sala acham que só porque sou loira, de olhos claros e me visto bem, é que tenho uma boa condição financeira. Fico me perguntando quem foi à anta que inventou essa referência? Para eu socar três vezes. Dá um ódio quando ouço: "e aí loira patricinha", mal sabe eles que meu pai é pedreiro e minha mãe doméstica, nada contra, porque me orgulho deles, trabalharam desde cedo para que eu tivesse acesso à educação e o mínimo de dignidade e eu vou falar pra vocês, sou o orgulho dos meus coroas, e todos os dias batalho para ser o melhor que eles esperam de mim.
Sempre estudei em escola pública e não me envergonho disso, vergonha eu tenho desse governo bosta que usa das verbas para uso próprio, enchendo os próprios bolsos ao invés de investir em educação, saúde, saneamento básico, enquanto isso ficamos à mercê desses bandidos.
Infelizmente lá na escola, a educação é muito insuficiente, então para complementar estudo por conta própria faço pesquisas na internet, leio bastantes livros, sou curiosa e vou atrás, não fica na dúvida do "E se". Até porque se eu não for ninguém vai por mim, sou eu por eu sempre.
Dias Atuais
Estávamos na aula de Produção de Texto, gostava muito desta aula, a professora faz umas dinâmicas, transformando uma aula chata em uma aula deveras divertida, quando me deparo com duas pessoas paradas na frente da minha carteira. Uma delas reconheço, é o Eduardo. Ele é super conhecido aqui na escola, pessoal fala super bem dele, já cruzei algumas vezes com ele, nunca nos falamos, mas eram evidentes as nossas trocas de olhares. E a outra era Antonella, minha colega de sala, já realizamos alguns trabalhos juntas, mas nada sério.
— Em que posso ajudar? – Pergunto estreitando os olhos curiosa com a presença de ambos.
— Queremos você no grêmio! — Antonella responde animada
Ela é sempre assim, desde a hora que chega na escola até a hora em que o sinal toca para irmos embora. Animada 24 horas por dia. Não sei como ela consegue.
— Que grêmio? — pergunto, vendo-os sentar-se nas cadeiras próximas que estavam vagas.
— A Alice do 1º Ano A criou a Chapa frente. Ela é a presidente, o Leonardo Lancellotti, você deve conhecê-lo é o Vice. Eu, ela e o Arthur e agora você completará a chapa. — Eduardo explica.
— E o que te faz pensar que aceitaria sua proposta? — Ergo as sobrancelhas, ironizando.
— Só sendo muito burra para não aceitar e não vejo nenhuma garota burra na minha frente, certo? — Responde direto.
Tá ali ele me ganhou por inteiro, não que ele vá saber disso, porque não vai. Mas em momento algum ele me subestimou, ele sabe exatamente o que está dizendo.
— Vamos Giu, você é inteligente, esforçada e não consigo pensar em outra pessoa melhor para esse lugar. — Antonella responde animada e sincera.
— Ok, vocês me convenceram! — Levanto as mãos me rendendo
Ambos sorriem.
— Certo, agora eu vou voltar para a minha sala e dar a notícia para os outros. Nos encontramos no intervalo para conversar sobre as ideias. — Dudu se levanta, acenando e antes de sair, se vira e pisca pra mim.
— Ai meu Deus! Eu vi isso. — Antonella comenta. Batendo as palminhas como uma criança de dez anos.
— Viu o que? — Desconverso.
— Ah não se faça de boba, porque de boba você não tem nada. Eu vi essa troca de olhares entre vocês e isso não vem de hoje.
— Você só pode estar ficando louca. Nunca conversei com ele antes.
— E precisa conversar quando os olhos falam por si?
— Você anda lendo muitos romances.
— Sou uma eterna apaixonada, Gigi.
— Ok apaixonada, agora me dá licença que vou continuar com as anotações.
— Já anotei tudo, se quiser copiar do meu. — Estende seu caderno em minha direção, a olho espantada.
— Mas como? Estávamos conversando, como conseguiu anotar tudo?
— Sou mil e uma funções, meu amor. — Respondi rindo.
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Amor sem Fronteiras • EM ANDAMENTO •
RomanceO amor se apresenta em nossas vidas de forma diferente e de maneira distinta enfrentamos esse sentimento. Alice Vasconcelos é uma menina quieta, sem ciclos de amizade, conflitos familiares e com um passado cheio de magoas e marcas, e nem pensa em se...