Prólogo

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11 de janeiro, mais uma vez esse tenebroso dia em que todos fingem um amor familiar. Falso, talvez não com seus irmãos, mas de resto, tudo não passava de falsidade descarada. Mas ao menos tinha algo bom que poderia fazer neste dia. Um dia que era para ser tão feliz, apenas se tornou um grande pesadelo.

Já era por volta das 7 da manhã quando finalmente resolveu sair da cama, foi em direção ao banheiro, parando em frente ao espelho para se olhar naquela manhã, nada muito diferente do normal. O cabelo bagunçado entre as duas cores, os olhos baixos e com as olheiras um tanto fundas de uma noite mal dormida, coisa que tinha se tornando frequente com o passar do tempo, sem contar aquela maldita queimadura amaldiçoada. "seu lado esquerdo é feio". Aquela frase ousava lhe assombrar novamente. Balançou a cabeça para afastar as lembranças dolorosas, entrou no chuveiro deixando a água limpar não só seu corpo, mas seus pensamentos.

Alguns minutos depois já estava pronto para sair de casa, em silêncio para não chamar atenção de ninguém, se fosse possível só voltaria para casa no dia seguinte. Seguia em silêncio para um caminho que já conhecia tão bem, o hospital onde sua mãe estava internada, ela era o único carinho familiar que queria naquele dia.

Ao chegar em frente à porta do quarto dela, bateu 3x antes de entrar no local, vendo-a sentada em sua cadeira olhando para janela com suas costumeiras flores na mão. A vi virar para mim com um sorriso casto. Me dirijo até a cama me sentando na mesma colocando a case do violão que carregava nas coisas em cima da cama.

- Bom dia mãe, como está hoje? Dormiu bem? - Depois de anos conturbados, finalmente conseguiram se perdoar pelo passado, afinal, ela era somente uma vítima de toda a situação.

- Bom dia Shoto, Feliz aniversário. Fugiu de casa mais uma vez? - A mais velha o repreendeu, mas o mais novo sabia que não passava de uma brincadeira de sua mãe. - Dormir muito bem, obrigada. Mas pelo visto você não.

- Obrigada Mãe, mas não se preocupe, eu estou bem.

Shoto ficou com a mãe até quase a hora do almoço, conversaram bastante, como dize, pondo o papo em dia. Nesse momento ele caminhava pela cidade com sua costumeira expressão neutra, quem o visse poderia jurar que não havia sentimentos no garoto. Estava pensando em aonde poderia ir agora para fugir de voltar para casa, pedindo aos deuses qualquer coisa que o mantivesse longe de casa e em meio a tais ideias foi atingido por uma cabeleira verde que o fez desequilibrar e cair os dois, sendo o esverdeado com uma cara nervosa sem entender direito o que havia acontecido até está praticamente no colo do maior, que também não entendia direito o que havia acabado de acontecer.

- M-m-me desculpa, e-eu estava correndo e acabei não te vendo, mil perdoes. - O esverdeado falou nervosamente começando a se levantar enquanto ajudava o meio a meio.

- Está tudo bem, não foi nada. - Disse sem mudar sua expressão apenas vendo o esverdeado ficar mais vermelho ainda, mas logo foi substituída por um rosto assustado ao ouvir um grito estridente de outro cara que vinha correndo na força do ódio.

- Oooe Deku, volta aqui seu merda. - Ouviu um loiro muito barulhento chamar, enquanto o esverdeado tremer e correr para trás do maior em uma tentativa de se esconder do loiro, ele parou em frente ao bicolor com seu olhar em puro ódio. Nesse momento Shoto suspirou sabendo que acabou se metendo em uma situação complicada, mas pelo lado bom, poderia usar como desculpa para não voltar para casa.

Mal sabiam que esse encontro do destino resultaria em uma reviravolta tão grande em suas vidas e em seus corações.

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