13-um dia de paz

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Acordo atordoada um pouco zonza talvez. Me espreguiço e sento em minha cama tentando raciocinar tudo que escutei ontem da minha mãe. Suspiro fundo e vou ao banheiro, faço minha higiene matinal, lembro de ligar meu celular, tomo um susto quando vejo várias mensagens de texto e voz de Joshua. Ouço todos, sua voz estava pesada, demonstrava preocupação, aflição. Decido ligar para ele e ele atende no primeiro toque.

— Joshua ... — Falo com a voz um pouco baixa.

— Any o que aconteceu? Você não veio a aula hoje, e não atendeu minhas chamadas e nem respondeu as mensagens minha e da Sina que também está muito preocupada com você. — Ele diz aflito eu suspiro segurando o celular contra o ombro enquanto arrumo meu cabelo.

— Desculpe Joshua, eu acordei me sentindo mal muita cólica. Ainda tive uma pequena discussão com minha mãe entende? Amanhã vou a escola prometo. Saudades de você. — O telefone se silencia por alguns segundos e sinto Joshua suspirar do outro lado da linha.

— Já são quase 16:00, se arruma e me espera. Passo aí depois que fechar a escola. Pegue uma muda de roupa e seu uniforme também, você vai dormir comigo hoje. — Meu diretor agora não desgruda de mim e sim! Eu estou amando tudo isso, apesar de estarmos indo rápido demais...

— Joshua...

— Por favor Any, faça o que eu peço, está bem? — Reviro meus olhos, era inútil discutir sobre isso com ele.

— Joshua , você sabe... ficar vindo da na minha casa assim e saindo comigo. Todos vão desconfiar, ou pior... podem nos flagrar. — Digo pesarosa por ter que me envolver com ele as escondidas.

— Você tem razão... então como vamos fazer? Eu preciso te ver Any, eu estou morrendo de saudades e preocupado com você. — Eu penso um pouco e tenho uma ideia.

— Já sei, vou te esperar no ponto de ônibus, um pouco depois da pracinha daqui. Assim se alguém nos ver, podemos explicar dizendo que você me deu carona.

— Perfeito! Quando eu estiver saindo daqui, te aviso para me encontrar.

— Ok, vou me arrumar aqui e te aguardo.

— Certo! Beijos

Eu desligo o celular e esboço meu primeiro sorriso depois das coisas horríveis que vivi ontem. Ligo para Sina para tranquilizá-la, tomo um banho me arrumo, arrumo minha mochila com minhas roupas, os itens da escola, e meus pertences pessoais. Nem se quer quis descer hoje pra não encarar eles, nem fome eu senti, eu precisava mesmo sair dali. Aquele lugar estava me fazendo muito mal.

Uma hora depois Joshua me manda mensagem, dizendo que já estava chegando no local marcado, eu suspiro forte.

Não queria enfrentar minha mãe e nem aquele idiota, ainda mais depois do que aconteceu ontem. Desço a escada lentamente, para meu alívio não havia ninguém. Saio de casa trancando a porta e vou até o local que combinei com Joshua.

Assim que chego no local, me sento no ponto de ônibus um pouco apreensiva e olhando as ruas atentamente para ver se reconhecia algum conhecido, e principalmente o casal asco do ano (minha mãe e seu marido).

Menos de 5 minutos o carro de Joshua se aproxima e eu corro de encontro a ele, entrando apressadamente como uma verdadeira fugitiva.

Fecho a porta e encaro Joshua que está com um sorriso lindo e parecendo aliviado.

— Oi querida, saudades de você. — Eu o abraço com força. Eu precisava desse abraço forte e demorado. Tento conter as pequenas lágrimas que começaram a se formar na linha d'água dos meus olhos. Eu fecho os olhos e inspiro seu cheiro, o cheiro de Joshua me acalma e me faz sentir segura.

Meu detestável e lindo diretorOnde histórias criam vida. Descubra agora