14-lado obscuro

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maratona 1/6

JOSHUA BEAUCHAMP

Eu estava terminando de concluir uns ofícios quando ouço alguém bater na porta, eu peço para que entre e para minha surpresa, era a mãe de Any... Eu a encaro sério, ela me olha impassível.

— Sente-se senhora. — Ela senta um pouco nervosa me olhando, eu estou curioso quero saber logo o que ela está fazendo aqui.

— Posso ajudar em algo? — Pergunto intrigado.

— Boa tarde senhor Beauchamp, é... bom vim falar a respeito da minha filha... — Ela pergunta apertando sua bolsa em seu colo.

— Claro, pode falar. — Ponho a mão no queixo curioso para ouvir.

— A minha filha, tem se comportado bem, não é? — Assinto ainda sem saber aonde ela quer chegar com esse assunto.

— Claro, tem sim, como eu disse a senhora no domingo, ela tem progredido muito bem. Participa bem das aulas, se comunica, e não tem problemas aqui. — Ela me lança um olhar compassível.

— Não se engane senhor Beauchamp. Ela só está fazendo isso por uma questão óbvia.

— E qual seria? — Pergunto gesticulando. Ela dá um sorriso sem jeito e suspira derrotada.

— A Any só quer conquistar o senhor. Ela adora fazer isso, conquista os homens e depois que consegue deixá-los loucos, apaixonados ela sai de cena e se diverte com todo sofrimento que causa. — Eu olho para ela incrédulo. Não acredito que a Any seria capaz disso, não a Any que eu conheço...

— Eu não posso acreditar no que a senhora está dizendo. — Passo a mão na nuca nervoso e sinto uma leve dor de cabeça... essa conversa mal começou e já está me causando estresse.

— É eu sei que é difícil, mas é a pura verdade, o primeiro homem que ela tentou seduzir foi... — ela respira fundo. — Foi o Simon. — Olho para ela perplexo, isso não pode ser verdade! Não mesmo!

— Não, não. A senhora só pode estar brincando! — Dou um sorriso perplexo a ela meneando a cabeça e ela apanha minha mão sobre a mesa me encarando.

— Não meu querido, eu peguei Simon e ela... Enfim na sala, ele estava subindo em cima dela para... — Eu bato a mão com força na mesa e me levanto circulando pela sala. A sra. Priscila me encara assustada.

— E por que ela faria isso? Não posso acreditar que ela seja mal caráter a tal ponto de seduzir e ter relações com o padrasto. — Minha voz saia raivosa, meu corpo subiu um calor fora do normal de tanta raiva, tanta repugnância.

— Mas é verdade! Eu tenho certeza que foi ela que tentou te seduzir, e conseguiu pelo visto. — Ela diz em um tom baixo me encarando de cima pra baixo. Como se estivesse com medo de algo. Eu logo mudo o assunto de mim para a Any, eu preciso entender tudo isso.

— Mas por que a senhora ainda está com o homem que lhe traiu com sua própria filha? — Ela aperta os lábios e vejo suas mãos trêmulas. A sra. Priscila está tão nervosa quanto eu.

— Sr. Beauchamp, eu amo o Simon. Eu o amo de verdade como nunca amei nenhum outro, nem mesmo o pai de Any. Ele me suplicou perdão, então o perdoei. — Bufo passando a mão no rosto.

— Tá, e confiou de conviver com os dois na mesma casa? — Lembro do dia em que Any lançou um olhar raivoso em cima do padrasto. Essa história da sra. Rose não estava batendo com a forma que reparei a repulsa de Any sobre o tal Simon.

— Eu não tive escolha! Meu coração estava dividido. Eu optei por confiar nos dois de novo, mas Any... Ela fecha os olhos e abre lentamente. — Ela continuou a conquistar homens, muitos deles batiam em minha porta implorando por ela. Ela fechava a porta na cara deles e saia gargalhando. — Eu tento mastigar a história da sra. Priscila... é complicado para mim. — Any é maquiavélica, ela está se fazendo de angelical para o senhor, até ter certeza que o senhor está completamente enfeitiçado por ela. Quando ela tiver essa certeza, ela vai deixar o senhor como fez com os outros... — Eu fico um pouco em dúvidas. Será isso mesmo? Será que a Any apenas brincou de me seduzir e estava esperando eu ficar louco por ela para me ver sofrer... E o Noah? O que o Noah significa na vida dela, já que são tão amigos? Merda!

— Mas e o Noah, eles ainda se dão superbem, eles... eles tiveram algo? — Pergunto quase sufocado por medo da resposta.

— Por incrível que pareça, o único homem que ela respeita é o Noah. A amizade deles sempre foi forte. Acredito que seja a única pessoa que Any preserva de suas garras. — Será que a Any é apaixonada em seu amigo? Por isso ela não brinca com ele? Merda eu estou ficando louco com isso! Eu me levanto irritado colocando uma mão na boca apertando com nervoso em saber que Any possa estar brincando comigo também. Não... não quero acreditar nisso.

— Eu não posso, eu não consigo acreditar nisso senhora Priscila, não e não! — Ela caminha em minha direção colocando a mão em meu ombro.

— Por favor acredite em mim, se afaste dela senhor Beauchamp. Ela além de pôr em risco sua carreira profissional, vai quebrar seu coração em pedaços, eu sei que o senhor é um homem bom, e sensível. Merece uma moça que realmente vai te amar de verdade. — Eu nada falo meus olhos vagavam em busca de suporte, meu coração batia a mil por hora. Eu não posso e não quero acreditar que a Any seja capaz disso tudo. Eu ainda não sei bem o que sinto pela Any, só sei que é algo muito bom que vem crescendo a cada dia...

Minha atenção é despertada quando ouço alguém abrir a porta, era ela, Any! Ela parece assustada e mais branca que uma folha de oficio. Sem dar tempo de ela dizer algo eu já a questiono.

— Any pelo amor de Deus, me fale que tudo que sua mãe disse é mentira! — Ela não me encara e abaixa a cabeça como se tivesse confirmando tudo que a mãe disse mesmo sem saber o que era. Afinal, ela com certeza já sabia do que se tratava, corro pra ela pegando em seu rosto olhando nos olhos dela.

— Any me responde, isso tudo que ela disse é verdade? — O silêncio pairava no ar. Meu desespero aumentando. O silêncio de Any me fazia enlouquecer, eu queria uma resposta dela, eu precisava disso. Eu precisava saber que uma menina de 17 anos não estava brincando comigo. Eu precisava saber se eu seria mais um da sua lista.

— Ela não vai dizer nada senhor Beauchamp. Talvez ainda sinta um pouco de vergonha na cara. — Agora vou me retirar, preciso ainda resolver algumas coisas. Passar bem. — Ela pega sua bolsa em cima da cadeira e sai, sem olhar para Any. Any permanece com seu olhar vago e eu tento manter a calma. Não posso me descontrolar logo agora...

ANY GABRIELLY

Eu entro na sala de Joshua e vejo minha mãe ali. A forma desesperada como Joshua me olha, entrega tudo. Ela tinha contado toda a sua versão. Eu vejo como Joshua tá mal, eu não quero isso pra ele. Hoje posso ver o como eu estou gostando, gostando não, me apaixonando por ele. E ele não me merece.

— Joshua, me desculpa eu não te contei antes porque...

— Então é tudo verdade? — Ele me olha indignado. Eu mordo o meu lábio nervosa e suspiro cansada de tudo.

— Eu não sei Joshua, eu não sei como ela te falou as coisas. Não sei o que é verdade e o que é mentira.

— Só me conte Any, por favor! Me conte o que te aconteceu, por que sua mãe é assim com você? Eu quero ouvir de você, eu preciso ouvir de você. — Eu respiro fundo, meus olhos ardem estou a ponto de chorar. É claro que eu estava me preparando para contar tudo a ele, só não imaginava que seria pressionada a isso porque minha mãe causou essa confusão...

Meu detestável e lindo diretorOnde histórias criam vida. Descubra agora