Uma Luta Infindável.

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A história contava sobre uma caverna, escondida no limite das montanhas, onde um tesouro era guardado. Muitos corajosos e curiosos renderam-se a ambição e tentaram chegar ao tesouro, com a crença de que se fossem fortes o bastante para derrotar qualquer perigo ao longo da jornada, seriam dignos de toda sorte de preciosidades por lá encontradas. 

Por vários anos, muitos tentaram. Alguns desistiram no meio do caminho, outros iam despreparados e pereciam a fome, ou à seca ou aos saqueadores violentos de beira de estrada.
Os medrosos caiam em suas fantasias sobre o motivo de ninguém nunca voltar com o tesouro e outros sumiam mesmo sem ele. E assim pouco a pouco os caçadores de recompensas deixavam o tesouro de lado e a história se espalhou apenas como boato. 

Gon era um nobre cavaleiro real, ou era assim que pensava. O Rei Meruem o via apenas como pesquisador, pois o considerava fraco, mas o deixaria pensar que era cavaleiro, chefe da guarda ou qualquer outra coisa que o fizesse obedecer sem excitação. 

O Rei era mais um homem ambicioso, e curioso sobre o boato que corria por seu reino decidiu mandar Gon atrás do tesouro. 

Gon era destemido, corajoso, astuto e muito teimoso. Sabia que era desacreditado no reino e então colocou em sua cabeça que deveria voltar dessa missão com a recompensa boba do Rei para provar sua força e assim faria. Gon não desistiu. Foram dias caminhando no frio incessante do inverno capaz de congelar seu coração. Em certo momento de sua jornada, a comida e a água acabaram e Gon teve que usar todos os seus ensinamentos para sobreviver com os suprimentos oferecidos pela floresta e ele conseguiu, depois de muitos dias, o fim do inverno e diferentes experiências, ele conseguiu chegar a tão aguardada caverna da recompensa. 

A princípio estava tudo escuro, continuou atento a tudo ao seu redor, pois havia rumores de uma criatura misteriosa habitando lá. Andando com cuidado para não tropeçar, viu uma bifurcação no caminho e seguiu pela passagem mais iluminada. No fim do corredor, pôde ver uma luz dourada intensa e prosseguiu. Quando chegou ao final da estrada se surpreendeu com tanto ouro, nem no castelo do Rei Meruem havia tanta riqueza reunida. Haviam pedras preciosas por todos os lados, objetos feitos de ouro e prata até perder de vista e tudo estava coberto por mais itens valiosos, eram literalmente montanhas de moedas e jóias espalhadas pelo chão. 

Os olhos de Gon brilharam, imaginou quantas pessoas da aldeia podia ajudar com tudo aquilo, todos teriam uma vida totalmente diferente e a fome seria escassa. Depois se pegou pensando em como levaria tudo aquilo para o reino. Pegou o máximo de moedas e bens que pôde e pôs-se a encher sua mochila, bolsos e qualquer outro lugar que pudesse ajudar a carregar o tesouro.

O moreno se surpreendeu ao ouvir uma canção ecoar de onde parecia o fim do salão. Seu movimento foi ligeiro, empunhou a espada e seguiu lentamente em direção ao barulho, deixando sua bolsa para trás. 

Caminhou até ver um jovem com aparentemente a mesma idade que a sua, empilhando moedas, enquanto cantava de costas para seu visitante não requisitado. — Oh anões, por que fizestes cor de prata minha cansada pele, deixa eu gozar de uma vida e depois me congele. Quero morrer como herói, por favor não interfere… – o jovem de cabelos estranhamente brancos suspirou cansado e havia melancolia em sua voz. — Viajante, por que tu não dá meia volta e volta pra casa? Se você vier pro meu lado, vai morrer por nada, então cale sua ambição e regresse a jornada… – Cantou suavemente como uma ameaça velada. Talvez já houvesse percebido a presença de Gon ali e quisesse dá-lo uma chance de fugir, mas Gon não o ouviu e o garoto continuou — Então sujarei meu tesouro com o sangue das pragas. — terminou sua canção em tom de raiva. Ao baixar a guarda, Gon fez barulho com as moedas em seu bolso e o desconhecido tomou ciência de sua presença ali.

Dragão de Nome ImpronunciávelOnde histórias criam vida. Descubra agora