Um conto Priel

Capítulo 6 - Sentindo-se rendido

 Prior dá um pigarreio, como se quisesse falar algo importante, e quebra o silêncio da sala de enfermagem:

- Eu realmente fiquei preocupado, Salsicha. A sua queda foi muito feia mano.

- Eu achei que você e os meninos iam me zoar, na verdade Prior.

- Até eu pensei nisso na hora, não nego cara. Mas foi muito feia a cena. E tinha vidro quebrado por tudo, enfim, era um desastre.

- O Chumbo foi mais rápido que todos ali, haha, disse Daniel.

- Realmente, antes mesmo de eu pensar em falar algo, ele falou. Posso te dar um abraço? Como amigo?

- Pode, Prior, pode sim.

E assim, os meninos se abraçaram, com o Daniel sentado na maca e o Prior em pé. 

E assim, Prior se sentou ao lado de Daniel na maca, e Daniel lhe disse:

- Você é legal demais para mim, cara. Não sei por que eu te tratei tão mal na casa, disse Daniel.

- Porque você veio com preconceito, por causa daqueles malditos cartazes no shopping. Eu não mordo. Eu sou um cara legal mano! E ninguém ali é mal caráter. Só usaram uma estratégia muito errada, só isso.

- Acho que preciso rever algumas coisas em minha vida, Prior. Alguns posicionamentos também. O Jonas, me aconselhou a isso, na hora do almoço, quando eu estava sentado na mesa com a Mari, ele, e meu irmão Tadeu.

- Eu também preciso, Daniel. Eu sei que o machismo é horrível. Preciso melhorar muito também. A Manu e a Rafa me deram alguns toques aqui nesses dias de festa do pessoal. Tem outra coisa que preciso comentar, Dani:

- O que é, Prior?

- Você é todo desengonçado, fofo, sensível, Dani. Não sei o porquê..., mas a real que estou sentindo-me rendido a você

- Obrigado Prior. Seu jeitinho também me cativa. Você se pega de badboy, mas é um baita de um guri fofo, hahahaha. Você é fofinho também, Prior.

Sem pensar muito, Prior dá um rápido beijo no rosto de Daniel, e fica todo envergonhado. 

Só que coincidentemente nessa hora, a Marcela que ia ver o Daniel na enfermaria, através do vidro da porta, vê o beijo (ainda que no rosto) do Prior. 

Ela fica com raiva, mas resolve esperar antes de entrar. 

Do outro lado do corredor, voltando do banheiro, Lucas Gallina chega à enfermaria e pergunta para Marcela:

- Ué, o que você está parada aí no corredor, Marcela? Você não ia esperar a gente voltar para piscina?

- Ia, mas queria ver como está meu namorado. Fiquei preocupada.

- Ele está bem, mas vai ter de ficar de molho alguns dias. Aparentemente, sem nenhuma fratura. Foi uma torção mesmo.

- Melhor né? Vamos entrar?

- Vamos!

Marcela é quem abre a porta, e chega logo dizendo:

- Oiii meninos! Como você está amor? Cuidou dele certinho, Prior?

- Oi Ma, sim ele está bem. O médico disse...