- Não, não, senhor Agreste. - Reclamou o instrutor de piano. - Não é assim.
- Ele acabou de explicar, Adrien. - Seu pai falou no tom sério de sempre.
Emillie deu um aperto de leve no braço do marido e se aproximou do filho, sentando-se ao lado dele.
- É assim, filho. - Ela começou a tocar e o garoto a acompanhou. - Un, Deux, Trois, Quatre, Cinq, Six, Sept, Huit, Neuf...
- Un, Deux, Trois, Quatre, Cinq, Six, Sept, Huit, Neuf... - Cantarolou junto o pequeno tocando o piano alegremente.
Então, ele acordou, se vendo naquele enorme quarto vazio, seu peito doía, uma tristeza tomou conta de seu ser. Olhou para o lado, vendo o relógio marcar 4:30 da manhã, tinha certeza que não conseguiria mais dormir e também nem poderia, Natalie chegaria em 30 minutos para acorda-lo. Colocou-se de pé, indo ao banheiro tomar um banho calmo.
Tudo era tão silencioso e monótono, ele não tinha ninguém com quem pudesse conversar abertamente e seu pai só queria saber de bom desempenho, boas notas, boa aparência; suas "amizades" eram escolhidas a dedo por seu pai, somente pessoas que poderiam elevar a família socialmente.
Após se vestir, Adrien pegou o telefone, abrindo seu grupo particular e apertando no botão de gravação de áudio.
- Eu estou tão, tão cheio disso... Eu só queria ser um adolescente normal, - Ele sentou-se no sofá. - ter relações sociais como qualquer outra pessoa... Ter amigos de verdade. Eu sinto que vou mofar aqui como um queijo...
Ele ouviu batidas na porta, desligou rapidamente o telefone enviando o vídeo para o grupo. Natalie adentrou o quarto com o Tablet na mão, sua expressão séria de sempre.
- Adrien, - Ela parou abruptamente ao ver o garoto já acordado. - Ah, que bom. O café da manhã já está pronto, seu pai quer que você desça e se junte a ele.
- Certo, já estou indo, Natalie...
A mulher saiu, deixando o garoto sozinho novamente. O loiro se levantou colocando o celular no bolso e saindo do quarto, passando pelo piano, ele o encarou sentindo as lembranças voltarem como em um turbilhão, sua mãe se fora e nunca mais voltaria.
Enfim, saiu do quarto indo até a mesa de jantar, seu pai já estava lá, sua feição e postura imponente davam arrepios no loiro.
- Bom dia, Pai. - Ele falou, sua voz baixa como o miado de um gato assustado, sentando-se na outra ponta da enorme mesa.
- Bom dia. - Gabriel falou, simplesmente. - Já sabe o que tem que fazer hoje?
- Sim, aula de mandarim as 9h, Aulas gerais as 10h, Piano as 11h e esgrima as 14h. - O garoto falou como se fosse um robô.
- Hoje eu te levarei a esgrima. - falou o pai, tomando outro gole de seu café.
O garoto sorriu, alegre, mas logo seu sorriso sumiu, se seu pai queria levá-lo a esgrima, então algo ruim estava acontecendo ou ele queria apresentar mais um "amigo" ao loiro.
Adrien sentia muita vontade de perguntar o porquê daquela decisão de seu pai, mas ele tinha medo da reação do pai, era melhor deixar as coisas do jeito que estavam.
- Sim, Senhor.
|Quebra de tempo|
O dia se passou como todos os outros, entediantes. Adrien desceu para almoçar as 11:30h completamente sozinho. Natalie havia dito que o Sr. Agreste estava em uma reunião mas que ainda iria levar o garoto para a esgrima.
Ele comeu e foi se trocar para a esgrima, colocando o traje apropriado para a modalidade. Ele sentou-se no sofá e pegou o telefone, a única pessoa que havia mandado mensagem para o loiro foi sua amiga de infância, Chloe Bourgeois.| Bom Dia, Adrikins! Acordou bem? Como está? (06:30)
|Estou indo para a escola, adrienzinho, queria que você estudasse comigo (07:00)
|Voltei. Você deve estar ocupado como sempre. (12:00)
|Já almoçou? Eu já. (12:30)
| ADRIKIIIINS, Tem planos pra hoje a tarde? Pq eu podeira ir para a sua casa ou vice e versa! (12:35)
|Olá, Chloe, estou bem sim, não se preocupe, já almocei e estou indo para a esgrima com o meu pai.
Ele continuou no telefone olhando algumas outras coisas como suas redes sociais, pensando no que a loira tinha dito, "queria que você estudasse comigo". Ele também queria estudar em uma escola normal e interagir com outras pessoas sem ser as que seu pai escolheu, porém o mais próximo que conseguia disso era a esgrima, até porque não era um professor particular como os outros.
Ele olhou a hora no relógio de parede, já eram 13:20h, ele pegou sua bolsa e desceu as escadas. Natalie estava esperando o garoto juntamente de seu pai, eles foram em direção ao carro que Gorilla já havia ligado ao vê-los saindo da casa. Então, eles foram, não era muito longe então não levou mais que 15 minutos para chegarem aí local, ele sempre era o primeiro a chegar, Gabriel queria que o filho fosse o mais pontual e perfeito possível.
Saíram do carro, adentrando o local de aula, havia algo de diferente no dia, ele não havia sido o primeiro a chegar, ele continuou andando em frente juntamente de seu pai, eles se aproximaram, era uma garoto da mesma altura que Adrien com traços asiáticos acompanhada de uma senhor com uma bengala de madeira rústica.
- Senhora Tsurugi, - Gabriel começou a falar em seu tom formal. - Muito boa tarde.
- Senhor Agreste. - a senhora disse simplesmente. - Enfim, nos encontramos.
Adrien não falava nada, só observava toda a situação ao lado de seu pai e de frente para a garota.
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C'est La Vie - Miraculous Fanfic
FanfictionÉ incrivel as reviravoltas que o destino dá, e todos eles sabem muito bem disso. Adrien Agreste, o filho único do homem mais rico e importante da cidade de Paris, precisa ser excelente em tudo, exigência que ele tenta ao máximo cumprir. Kagami Tsur...