O Natal quase perfeito

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Era época de natal, Tereza Cristina como sempre amava datas comemorativas e sempre fazia questão de fazer festas para comemorar ao lado de sua família. Mas naquele ano as coisas estavam diferentes, Tereza Cristina se sentia vazia mesmo com sua família toda reunida ao seu lado, ela se sentia sozinha e perdida em sua própria casa. Mesmo depois de dizer a René que estava gostando de uma mulher, o casal decidiu esquecer tudo e continuar a vida normalmente, para René, Tereza Cristina estava passando por um momento confuso nada mais que isso. O casal teve sua segunda lua de mel e aparentemente estavam felizes.

Já Griselda, não gostava muito de datas assim, ela, seus filhos e seu neto apenas faziam um jantar juntos, nada muito grande. Mas naquele ano era diferente, Griselda conquistou o que sempre sonhou, a mulher havia ganhado na loteria, se mudado de casa e tinha aberto seu próprio negócio. O ano foi literalmente muito bom para Griselda, menos em uma coisa. A mulher havia se apaixonado perdidamente pela sua vizinha, Tereza Cristina, que até então, está casada. As duas mulheres apenas trocaram um único beijo, nada além disso. Depois desse beijo, elas ficaram meses sem se falar ou se olhar na cara. Elas moravam no mesmo condomínio sempre se encontravam mas nenhuma das duas trocavam uma palavra, fingiam que não se conheciam ou que nunca haviam visto uma a outra, ou até mesmo beijado. Meses se passaram e elas viviam se ignorando, até que nessa época de natal surgiram alguns momentos impossíveis de se ignorar.

O condomínio era muito unido e todo natal havia um café da tarde especial para todos os moradores, ambas foram convidadas e ambas estavam com medo de se encontrar naquela tarde. O café foi esplêndido mas Griselda sentiu falta de uma das moradoras do condôminio. Tereza Cristina não foi ao café pois não queria se arriscar ao encontrar com Griselda.
Pereirão teve uma ideia não muito boa mas mesmo assim se arriscou e foi até a casa da mulher.

- Olá Marilda, a Tereza Cristina está? Gostaria de ver ela e perguntar o porque não foi ao café da tarde do condôminio.
- A dona está sim senhora, mas disse que não quer visitas, sinto muito!
- Marildaaa! -- grita a dona da casa
- Com licença dona Griselda
- Griselda? A- a Griselda está aí?
- Sim Tereza Cristina estou aqui -- disse Pereirão entrando e dando de cara com a mulher
- Pelo amor de Deus o que você está fazendo aqui Griselda?
- Eu quero falar com você, queria te ver, e perguntar porque não foi ao café
- Vamos ao meu quarto, conversamos melhor sobre isso em um lugar privado
As duas mulheres as escadas e se instalaram até o quarto de Tereza Cristina para conversar
- Griselda eu já te disse que não podemos nos ver mais, eu estou bem melhor com o meu marido e estou em paz por favor vá embora, eu não preciso de você!
- Tereza Cristina eu sei que você sente minha falta, foram tantos meses sem fingir que não te conhecia, foram meses sem poder te tocar, sem te beijar -- disse ela tocando no rosto da mulher que se afastou imediatamente
- Jamais toque em mim assim outra vez! Nós não somos nada, eu não amo você! Você foi apenas uma pessoa que eu jamais queria ter me envolvido. Por favor vá embora agora! -- gritou a mulher
- Ei! Pare de se esconder, eu sei o que você sente, eu sei que é o mesmo que eu, por favor vamos nos amar e deixar tudo isso de lado. Você é a única coisa que eu quero.
- Saia da minha casa por favor, não quero ouvir nenhuma palavra sua mais
Griselda obedeceu a mulher mas antes de ir embora, elas se beijaram novamente. Griselda pegou Tereza Cristina pela cintura e trouxe até ela. As mulheres se beijaram novamente mas dessa vez foi mais intenso e profundo.
- Você não pode fazer isso comigo -- disse a madame com a voz chorosa
- A gente se ama, vamos fugir hoje, vamos passar o natal juntas
Nesse instante Tereza Cristina se afastou de Griselda e disse:
- Você está ficando louca? Eu tenho minha família, meus filhos, meu marido, jamais iria fazer isso com eles, e não se engane, eu não amo você! Aliás eu te odeio por destruir minha família assim! Procure outra mulher em outros lugares e agora vá embora
- Você não me odeia. Hoje as sete e meia espero você na entrada do nosso condomínio, vamos passar o Natal juntas, espero você meu amor.

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