Jack Meu Amigo Meu Amor

Capítulo - 3

Samantha Martinez

         Mal consegui dormir na última noite, minha mente tomada pelo homem que agora ocupa todos os meus pensamentos. Imagino o dia em que ele me terá em seus braços, me beijará e compartilharemos momentos íntimos. Apesar de minha amiga maluca ter sugerido explorar novas experiências, o simples pensamento disso me enche de vergonha. Naquele dia, Bia foi a única capaz de me deixar constrangida.

Hoje é sábado, o dia em que planejo convidá-lo para vir aqui com Bia, Patrícia e Thiago. Não consigo ficar a sós com meu adorável amigo em casa, e minha mãe já o convidou. Só espero que meu pai nos deixe em paz, pois sempre que Jack está presente, ele parece grudado em mim como chiclete. É como se percebesse meus sentimentos pelo meu amigo.

Apenas meu pai tem esse comportamento peculiar, uma constante desde nossa infância. É difícil acreditar que ele sente ciúmes de uma criança! Decido levantar da cama, pois dormir se tornou impossível.

A ansiedade toma conta de mim, meu coração pulsa como uma bateria de escola de samba só de pensar no encontro com ele. Parece que meu coração vai saltar do peito de tanta agitação.

Apesar de serem apenas 9 horas da manhã e eu geralmente adorar dormir até tarde, a ansiedade toma conta do meu dia. Antes, isso não acontecia, mas agora só mencionar o nome do meu querido Jack faz meu estômago revirar.

Esse sentimento começou a se manifestar há quatro anos, quando passei a enxergar meu amigo com outros olhos, descobrindo o que é pensar em um homem constantemente. Nunca antes havia considerado alguém de forma tão romântica, especialmente ele, que sempre foi apenas meu amigo.

Antigamente, minhas amigas falavam tanto sobre romantismo que eu ficava enjoada só de ouvi-las, e agora eu não consigo parar de pensar em ser romântica. Parece algo impossível!

Por que não me apaixonei por alguém que não fosse meu melhor amigo? É uma situação curiosa! Após realizar minha higiene pessoal e vestir-me, desço para tomar café com meus pais. Meu pai está concentrado no jornal, enquanto minha mãe lê no tablet. Já tentei convencê-lo a usar o tablet, mas ele prefere sentir o jornal entre os dedos, típico dele!

Mesmo quando o chamo de "coroa", ele ainda fica zangado, e isso me faz sorrir. Tenho muito orgulho deles! O trabalho deles na comunidade é incrível e faz a diferença. Há tantas comunidades carentes e casas que necessitam de um coração generoso, não apenas financeiramente, mas também com palavras de conforto para aqueles que estão cansados de sofrer e precisam de ajuda.

Claro, a ajuda financeira é crucial, e até mesmo uma simples cesta básica faz uma diferença significativa para quem precisa. Minha mãe sempre destaca a importância de ajudar o próximo, especialmente as crianças da comunidade onde leciona.

Tenho planos de falar sobre a preservação do meio ambiente em algum momento. É fundamental conscientizar sobre a necessidade de não jogar lixo nas ruas, pois, durante as chuvas, o lixo vai para os bueiros, causando entupimentos e alagamentos, um reflexo da falta de cuidado ambiental por parte das pessoas.

Ao ingressar na faculdade, meu interesse inicial era em Biologia ou Medicina Veterinária. Inicialmente, cursei ambos por um período, mas a carga era excessiva. Tive que fazer uma escolha, e optei por Medicina Veterinária devido ao meu profundo amor pelos animais. Tenho dois cachorros, sendo um deles um vira-lata que resgatei na rua quando ainda era filhote, encolhido e molhado em meio à chuva. Lembro-me de convencer meu amigo Pereira a parar o carro para resgatá-lo, mesmo que isso significasse enfrentar alguns contratempos. Afinal, a paixão por cuidar desses animais superou qualquer preocupação.

Quem comete uma atrocidade dessas? A crueldade humana alcança patamares tristes. É lamentável que muitas mães abandonem seus filhos logo após o nascimento, descartando-os sem consideração. A simples ideia dessa crueldade entristece meu coração.