A casa do Terror

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Este capítulo era uma espécie de "Especial de Halloween", mas não estava muito bom e eu estive a mudar algumas coisas.
Boa leitura!😁

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Holmes nada encontrou durante duas semanas e andava muito desapontado por isso. Até que, numa tarde especialmente feia de Novembro, um banqueiro apareceu à nossa porta dizendo que Sarah, sua única filha, desaparecera. Holmes decidiu, então, que íamos investigar.
Mal chegamos a casa do homem senti o ar pesado como a morte. Para quebrar aquele ambiente fúnebre, perguntei:
- Quando foi a última vez que viu a sua filha?
- Faz hoje dois dias. Ás sete horas dessa tarde, Sarah disse que não queria jantar e trancou-se no quarto. No dia seguinte, já ao meio-dia, ainda não saíra, pelo que mandei uma criada servir-lhe o almoço no quarto, pois podia estar indisposta. Momentos depois, ouvi o grito da criada e precipitei-me para o piso de cima. Quando entrei, encontrei em cima da cama, que ainda estava arrumada, os brincos que ela guardava com muito cuidado, pois eram um presente da falecida mãe, e um papel com um "S" escrito no centro.
- Mesmo?!? - perguntou Holmes, espantado.
- Sim, senhor. Porquê?
- Por nada, pois claro. - apressou-se o meu colega a dizer. - Mas deixe-nos avaliar o local, por favor.
- Oh, claro! Por aqui, senhores. - exclamou o homem.
Subimos umas escadas, viramos num corredor com um papel de parede verde-esmeralda, como mandava a moda, e o homem parou, de repente, a olhar para a primeira porta da esquerda. Subitamente, Holmes disse:
- Senhor, parece-me melhor que desça com o doutor.
- O quê?!? Não! E que cheiro terrível é este?!?
- Senhor, seria melhor se... - comecei eu.
- O QUE ACONTECEU À MINHA FILHA?!?- gritou o velho homem, com a voz esganiçada. Depois acrescentou, mais calmo:
- Não vou descer. Estou pronto para o que quer que seja.
- Tem a certeza? - perguntou o meu amigo.
- Holmes! Não pode...
- Se o senhor quer ficar, não posso obrigá-lo a descer. - disse. Depois, abriu a porta, enquanto olhávamos, chocados, para o quarto à nossa frente.
Foi a cena mais medonha que vi em toda a minha carreira. Presa pelas mãos e pés à parede com facas, a dois palmos do chão, estava uma jovem com pouco mais de quinze anos. O pobre homem, que entretanto desmaiara, foi levado dali por dois criados que olhavam, também horrorizados, para o quarto.
Mas, descrevendo melhor o que vi: a jovem presa à parede; sangue em todo o lado, desde o vestido dela, outrora branco, até aos armários; o sorriso assustador que a vítima tinha estampado na cara; os olhos negros, já sem qualquer resquício da humanidade que pouco antes tinham, fixos na porta; os cabelos que pingavam sangue para o chão, formando já uma poça; a inscrição na parede. A que mais assustava naquele cenário terrível.
Uma inscrição em sangue, que ainda escorria pelo papel de parede verde, ao lado da cama. Estava escrito em latim: "Hoc est pretium, ut stipendium. Dominus hoc omnes." (Este é o preço a pagar. Mestre, por todas.) Teria aquela jovem sido o sacrifício de algum ritual macabro?
Holmes aproximou-se do cadáver, com o cachecol a tapar o nariz. Depois de um breve exame, exclamou, sorrindo:
- Mas claro! Seria impossível fazer isto sozinho!
- Holmes! Mostre mais respeito pelos defuntos! - adverti eu.
- Oh, mas... Como? - disse o meu colega.
- Como o quê? - perguntei.
- Watson, aqui está um estranho caso.
- O que quer dizer? - perguntei, um pouco alarmado com o tom do meu colega.
- Meu caro, temos em mãos algo inesperado. Esta jovem, doutor, pelo estado em que se encontra, está morta à pelo menos cinco dias. O que significa que...
- Que esta não é Sarah Thomson, mas Anne Jamesson - concluí.

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Até à próxima!

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⏰ Última atualização: Jan 10, 2021 ⏰

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