Better than words...

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Terão links das playlists que fiz na nota final hehehe

Espero que apreciem, estou há tempos sem escrever então está meio insosso... Mas é isso!

Two-shot do amigo oculto da FazendaDosTaejin!!
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"Quando palavras não são suficientes, aja. Na maioria das vezes, o agir é melhor que o falar, e vai mais fundo que meras palavras”

   Mamãe me falava muito isso. Principalmente quando eu, animado o suficiente, saía falando tudo de uma vez. Ou melhor, gesticulando. Então, ela segurava as minhas mãos, sorria, e dizia um “Calma! Respire e tente de novo”. E foi assim, agindo, tendo calma e, principalmente tentando de novo, que eu consegui chegar onde estou.

   Sou agora o monitor sênior do curso de música. E hoje, no primeiro dia de aula desse ano, já vou pegar meus primeiros calouros pra, você sabe, zoar um pouco, fazer eles passarem um pouco de vergonha e, como exige o cargo, mostrar a faculdade, as salas e orientar. Tudo muito fácil pra mim, já que sou alguém muito bonito, animado e sou convidado pra muitas festas (embora não vá a todas, não sou muito de farra generalizada). Logo avisto o grupo de, o que, trinta cabeças? Por aí, na porta da faculdade. Sigo até eles, com meu habitual sorriso faceiro, e os cumprimento formalmente.

-Olá, jovens perdidos, que aqui dentro vão ficar mais perdidos ainda! Meu nome é Kim SeokJin, e sou seu monitor e veterano. Estou aqui pra guiar vocês, pregar peças e, quem sabe, descolar umas coisinhas a mais... Brincadeira! Agora falando sério, preciso que me sigam. Vou mostrar todas as salas que vão usar, inclusive as mais secretas... Sigam-me os bons!

   É claro que, como em quase tudo na minha vida, eu tinha que fazer referências... Fui apresentando o salão de instrumentos em geral, o estúdio de gravação, a sala de música clássica, as salas de aula comuns, e eu percebia ali, no olhar da maioria, a admiração pelo lugar, eles realmente desejavam muito estar ali. Quando cheguei na sala de canto, percebi que a animação foi além. Pegaram nos microfones, fingindo estar num show e, sinceramente, alguns realmente tinham que estar em um. Observei um rapaz num canto, retraído, apenas observando tudo. Parecia ter lágrimas nos olhos e suspirava frequentemente. Fui até ele, pensando se tinha algo de errado com a sala, se alguém o tinha feito mal, ou até se ele estava passando mal.

-Está tudo bem? Quer uma água, tomar um ar?

  O vi apenas acenar com a cabeça, sinalizando que não. Agora de perto, conseguia o enxergar melhor. Ele tinha traços lindos, como se fosse calculado cada centímetro daquele rosto. Bom, exceto as pálpebras, que eram diferentes uma da outra, mas isso o dava um charme maior. Seus lábios tremiam levemente, mostrando que ele estava prestes a chorar.

-Vem comigo, eu posso te ajudar. Sei como é estar nessa situação, você tem ansiedade, não é?

   Falava baixinho, apenas pro garoto, que tinha a mesma altura, ou quase, que eu, ouvisse. Ele me encarou, e fez um gesto, que eu logo interpretei.

“Você não pode me ajudar...”

   Era linguagem de sinais! Então é por isso que ele não respondeu a nenhum questionamento, embora fosse um dos mais animados ali. Sorri pra ele, como forma de compreensão.

“Sim, eu posso. Sei falar em língua de sinais, minha mãe me ensinou. O que sente, jovem?”

   A expressão dele, que antes era de tristeza, se transformou em espanto, depois se dissolveu num leve sorrisinho de lado. Ótimo, consegui o distrair e evitar uma crise dele. Parecendo mais disposto, falou, ou melhor, gesticulou.

Better than words - TaejinOnde histórias criam vida. Descubra agora