...But more than a feeling

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   Depois de acordar e fazer café pra nós dois, com Taehyung ainda dormindo, fiquei o observando na cama. Ele dormia calmamente, nem parecendo o rapaz assustado de ontem. Suspirei e, colocando a bandeja do seu lado, acariciei seu rosto, o chamando baixinho.

-Bom dia, belo adormecido...

   Ele disse um bom dia mudo, e sorriu pra mim. Sorri de volta, encarando seus olhinhos ainda inchadinhos de sono.

-Fiz nosso café, espero que goste...

"Uau... Me sinto um noivo sendo acordado na lua de mel..."

   Corei com o comentário, sorrindo. Quem sabe, um dia?

-Larga de ser bobo, e come tudo, ein? Precisamos sair daqui, eu vou te levar em um lugar que podem te ajudar.

"Sério? Mesmo com minha mãe na minha cola, acha que isso vai ajudar?"

-Acho. Senhor Kim, pai de Namjoon, é um ótimo advogado. Se contar tudo o que passou, e mostrar um laudo médico, que a gente consegue fácil, provando que sua mudez é por conta de um trauma psicológico, você vai poder ficar em paz.

"É tudo o que quero... Seokjin hyung?"

-Diga, querido...

   Cheguei perto dele, tirando uma mecha ondulada do seu cabelo de seu rosto. Ele me encarava fixamente, como se estivesse em transe.

"Obrigado por tudo. Por me ajudar, por me deixar seguro e, principalmente, por não ter fugido depois do beijo. Isso significou muito pra mim. Você significa muito pra mim..."

    O encarava boquiaberto, pra logo depois sorrir largo. Acariciei seu rosto com ambas as mãos, sorrindo como nunca.

-Você não sabe o quanto também significa pra mim. Adoro estar aqui, com você...

   O vi encarar meus lábios, e fiz o mesmo com ele. Quando vi, eu estava no seu colo, o beijando afoitamente, segurando seus cabelos da nuca e os puxando levemente. Parecíamos não querer perder tempo. Ele segurava minha cintura com força e precisão, do jeito que eu gostava, e mordi seu lábio em meio ao beijo, o ouvindo arfar.

-Parece que não vamos tomar café, não é?

   Falei baixinho, o encarando, pra logo voltar a beijar o rapaz. Que, de uma hora pra outra, foi parando com as carícias. Não o entendendo mas fazendo como queria, dei o último selar, o olhando.

-Se sente desconfortável?

"Minha mãe me achou assim, naquele dia, e eu... Ainda fico mal. Desculpa..."

-Tudo bem, Tetê... Eu te espero, e quero te ajudar nisso. Quero muito. Não pra te ter na cama, ou pra ouvir sua voz. Mas é porque é você. E, por mim, você merece o mundo...

   Ele sorriu largo, me dando mais um beijo, menos afoito, e mais apaixonado. Eu me sentia nas nuvens, as borboletas na barriga eram na verdade um desfile de carnaval de tão agitadas.

"Vamos comer, hm? Dessa vez, apenas a comida. Na próxima..."

-Na próxima pode ser eu, que tal?

   Ambos rimos, e eu desci de seu colo, sentando na cama, tomando um bom café, ao lado de uma boa companhia, e num lugar maravilhoso.

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    Havia se passado um mês desde a nossa ida na casa da árvore. Eu havia dito aos meninos, e ao senhor Kim, tudo o que Taehyung me dissera, com o mesmo do lado, relatando com detalhes os acontecimentos. Eu confesso que contava tudo com a voz em embargada, enquanto o rapaz se mantinha firme, mas era óbvio que queria chorar. Ao final de tudo, o abracei, e repeti várias vezes o quanto foi corajoso. Senhor Kim pegou as provas que Tae já tinha, e o levou numa psiquiatra, amiga sua, que começou a tratar Tetê. Ela já tinha dado o diagnóstico ao homem, e o caso estava aberto no tribunal.

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⏰ Última atualização: Jan 10, 2021 ⏰

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