"Expecto Patronum."
O encantamento abafado rompeu o silêncio sustentado e ressoou assustadoramente pelos corredores escuros e vazios da Torre da Grifinória. Um veado de prata brilhante irrompeu da varinha do Hawthorn, acendendo o corredor escuro com um brilho deslumbrante.
Depois de galopar uma vez ao redor de seu lançador, a criatura translúcida se aproximou da mão que estendia para ela, olhos argêntimos ansiosos olhando para os cinzas, aguardando orientação.
"Vá e acorde James Potter. Diga a ele ..."
Harry hesitou, mordendo o lábio inferior quando uma súbita onda de nervosismo o assaltou.
Ele nunca tinha feito isso antes. Claro, ele estava ciente do que o feitiço envolvia e o tinha visto algumas vezes por Dumbledore e uma vez por Arthur Weasley, mas realizar uma nova magia sempre era um pouco desconcertante. Considerando o fato de que ele estava tentando esta variante particular do Feitiço Patronus pela primeira vez enquanto estava do lado de fora da sala comunal da Grifinória às três da manhã na esperança de encontrar seu futuro pai, seu nervosismo típico de novo feitiço era mais agudo do que de costume.
Respirando fundo para conter seu desconforto, Harry continuou com sua diretiva.
"Diga a ele que Gray Skye precisa falar com ele fora de sua sala comunal. Agora. E tome cuidado para não acordar ninguém. Você pode fazer isso?" ele perguntou ao disfarce prateado, sem saber se possuía a capacidade de expressar compreensão.
O veado conjurado respondeu com um aceno afirmativo. Abandonando sua postura dócil, ele girou e saltou através da parede ao lado do retrato da Mulher Gorda como se a parede sólida fosse uma mera ilusão, sua luminosidade persistente se dissolvendo em uma névoa de fina névoa prateada. A ação foi tão rápida e silenciosa que sua única onda de conseqüência foi o grunhido quase inaudível da Mulher Gorda, que continuava dormindo em seu corpo.
Deixado sozinho na escuridão que se seguiu, Harry parou um momento para refletir sobre o que havia provocado essa última exploração após o toque de recolher, seus pensamentos voltando para aqueles minutos emocionais com Severus após a aula de Astronomia na noite anterior. Seu coração doeu só de lembrar a imensa dor e tristeza refletidas naqueles olhos de ébano enquanto Severus contava sua terrível história. A própria miséria de Harry se aprofundou ainda mais quando ele se lembrou daquelas lágrimas angustiadas derramando aquelas pálidas bochechas enquanto Severus desabava e chorava com abandono, mãos trêmulas agarrando Harry em desespero.
A surpreendente revelação de que ele estava apaixonado por Severus apenas ampliou a determinação feroz de Harry de tirar um pouco da dor e da solidão de Severus. Ele se lembrava de puxar o menino soluçante para mais perto e sussurrar garantias até que o pior da angústia de Severus diminuísse e seu aperto nas vestes de Harry tivesse diminuído.
O tempo perdeu todo o significado naquela sala vazia; a única medida da passagem dos minutos era sua respiração lenta e rítmica e o aperto intermitente dos dedos cerrados no tecido enquanto se seguravam um ao outro. Não foi até depois que eles deixaram seu santuário isolado que Harry olhou seu relógio e percebeu com um sobressalto que quase uma hora havia se passado desde o final da aula de Astronomia. Com todas as intenções de outra rodada de estudos noturnos perdidas, Harry passou os próximos vinte minutos conduzindo Severus ainda abalado e exausto pelos estreitos corredores das masmorras, passando pela lotada sala comunal da Sonserina e entrando no dormitório masculino vazio do sétimo ano.
Severus permaneceu retraído o tempo todo, mesmo quando Harry o ajudou a colocar seu dossel e puxou o cobertor verde e prata grosso sobre ele. Aqueles olhos comoventes, no entanto, nunca o deixaram, expressando uma infinidade de emoções intensas que deixaram o coração de Harry dolorido e sua mente perturbada e ansiosa.
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Luto Gray Skye (CONCLUÍDA)
FanfictionEnquanto Severus Snape estava morrendo no chão imundo da Casa dos Gritos, sangrando nos braços de Harry Potter, uma compreensão profunda e devastadora desperta um amor há muito perdido, latente por anos e dilacerado pelo cruel destino do tempo. O am...