lua adversa

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Olá, dengos!

Essa é uma oneshot Kurotsukki baseada em alguns versos do poema de Cecília Meireles, "Lua Adversa". O poema inteiro está na mídia e no final do capítulo ^^

Ocorreu que hoje (11/01) aparentemente é Kurotsukki day, então essa é a minha contribuição para o fandom :)

Alerta: essa fanfic contém muito fluffy, mas é melhor indicada para maiores de 18. Deixando claro que > não < me responsabilizo pelos infartos. O Tsukki pode estar meio OOC.

×××

CAPÍTULO ÚNICO
TENHO FASES, COMO A LUA

Se perguntassem, Kuroo diria que o bonitinho naquele menino de cabelos dourados e fases de lua é justamente a parte irritante.

Talvez pensar dessa forma o torne um cara estúpido, mas há um toque de satisfação quando Tsukishima se vira para Tetsurou e, com toda sua carranca e mau humor, resmunga com desgosto:

"Não me chame de Tsukki."

Há algo, misturado em meio aos olhos castanhos e as bochechas levemente coradas... Algo puramente belo.

E isso, talvez, seja o que deixa Kuroo caidinho, que o impulsiona a retrucar um:

"Ah, então você acha que já chegamos na fase de apelidos como 'amor' ou coisa assim?"

🌑

Tsukishima odeia sair de casa. Ele costuma voltar do trabalho de meio período à noite, um tanto preguiçoso quando chega, logo partindo para o quarto e ignorando qualquer pessoa presente até que esteja de banho tomado, calçando pantufas quentes, os óculos caídos no nariz enquanto procura alguma coisa para comer.

"Ei, Kuroo, você fez compras hoje?"

"Não, estava chovendo muito", é a resposta. O tempo ainda está fechado lá fora, o som das gotas de água cumprimentando o asfalto da grande metrópole sendo a única coisa que eles escutam durante alguns segundos. "Mas eu pedi comida, tem no microondas..."

"Se for pizza de novo, eu te mato", ele avisa.

É pizza.

Kei reprime um murmúrio, provavelmente se arrependendo pela enésima vez de sua decisão em concordar em dividir um apartamento com o moreno. Ele franze o cenho, analisando qual sabor prefere esquentar, os olhos caramelos se prendendo ao vidro do microondas quando o liga.

O perfil de Tsukishima é bonito. Ele tem ombros firmes, um tanto largos como se espera de alguém com sua altura. Os cabelos começaram a crescer um pouco, quase o fazendo parecer algum bad boy de grupo pop, não fosse o clássico par de óculos no rosto fino e, claro, o pijama de dinossauros. Ele está quase dormindo em pé, o que é engraçado e trágico de observar, principalmente quando o loiro salta assustado assim que o aparelho apita.

Armado com sua comida, ele vai para a sala. Eles não tem uma mesa na cozinha americana, mas a pequena mesinha entre os sofás acaba servindo bem para quem está acostumado a não receber visitas. Kei apoia o prato ali, ciente de que o campo de visão do outro homem presente se limita a seus movimentos, e murmura insatisfeito:

"Pare de me encarar, seu maníaco."

Então Kuroo acaba rindo, porque como pode olhar para algo alheio quando Tsukishima Kei está de pijamas na sua frente?

A roupa de dormir foi uma grande piada, é claro. Kuroo a comprou unicamente no propósito de causar um tique nervoso no olho do namorado, apenas pelo inconveniente de ser irritante. No entanto, Tsukishima o veste vez ou outra, um olhar ríspido na direção do moreno sendo as palavras não ditas a anunciar um "não ouse falar".

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