Two in a millions

Breaking Heart

Karol

Ela bebeu mais um gole de sua bebida e suspirou melancolicamente.
Seu coração estava despedaçado novamente.

Ela queria chorar por aquela situação mas não iria se permitir fazer isso ,havia jurado isso a si mesma anos atrás que nunca mais iria chorar por homem algum ,em um bar como aquele ,naquela mesma situação.

Olhou para sua mão ,o anel que horas atrás jazia em seu dedo já não estava mais lá.
Ela o havia jogado em cima do homem que jurava amor eterno a ela,sentiu o bolo em sua garganta aumentar e as lembranças virem com força.

Ela entrou no apartamento do noivo a procura dele. Ele estava atrasado para o jantar de ensaio ,talvez ele estivesse passando mal ou coisa pior.

- Will. -Ela chamou quando entrou no apartamento mas não obteve resposta.

Subiu para o andar de cima e ouviu um barulho ,pareciam risadas.
Estranhou a situação então seguiu pelo corredor que levava ao quarto dele ,quanto mais se aproximava ela sentia o coração apertar ,seu pulso estava acelerado e o som de gemidos eram cada vez mais altos.

- Não ,por favor não. -Ela sussurou e então ficou de frente para a porta do quarto tomando coragem para abri-la.

Ela respirou fundo e abriu dando de cara com seu noivo e a quem dizia ser sua melhor amiga ,o casal se virou e o rosto dela se contorceu em uma careta de desgosto e decepção.

- Você jurou pra mim ,que não seria como Benetti mas está fazendo o mesmo. -Ela retirou o anel de seu dedo e o jogou em cima de Will e saiu correndo ,entrou em seu carro e dirigiu pro mais longe que podia.

Apertou o copo em suas mãos ,sua vida amorosa era uma droga.

Sentiu seu celular vibrar mas não atendeu, não queria falar com ninguém.

- O que uma garota tão bonita faz aqui? -Karol revirou os olhos e se virou para o lado encarando os olhos castanhos da melhor pessoa que ela já havia conhecido.

- Como me achou? -Ela indagou.

- Eu te conheço Sevilla. -Ruggero sorriu de canto. - E além disso você já fez isso antes.

- É eu sei. -Murmurou deixando o copo em cima do balcão.

- Por que não atendeu as ligações? -Ele indagou.

- Não queria falar com ninguém. -Karol olhou para baixo. - Não queria perguntas.

- Todos estão preocupados com você Kah. -Ruggero adquiriu um tom mais sério. - Você saiu e não voltou mais.

- Não queria os olhares de pena deles. -Karol suspirou cansada voltando o olhar para Ruggero.

- Will apareceu no jantar com a Cami ,ele disse que tudo era um mal entendido. -Ruggero ficou tenso.

- Ah então pegar ele na cama com outra é um mal entendido. -Karol disse sarcásticamente.

- Ele é um idiota ,eu ia quebrar a cara dele mas Valu e Mike não deixaram. -Ruggero disse revirando os olhos ,ela riu.

- Deviam ter deixado ,ele merece. -Ela sorriu e ele também.

- Vem vou te levar pro seu apartamento. -Ruggero se levantou.

- Tá bom ,eu não posso dirigir mesmo. -ela pegou a bolsa e tirou 12 dólares, deixou no balcão e se levantou.

- Vou avisar a sua mãe que te achei. -Ruggero puxou o celular do bolso.

- Fala pra ela não vir atrás de mim ,não quero nenhuma pergunta. -Ela pegou o casaco e saiu do Bar.

[...]

Os primeiros raios de sol atravessavam a janela ,Karol abriu os olhos devagar se acostumando com a claridade ,sentiu a cabeça latejar.

- Droga de ressaca. -ela disse colocando uma das mãos na cabeça, se levantou e entrou no banheiro, retirou sua roupa e entrou embaixo do chuveiro e deixou a água esvaziar sua mente.

Após um longo banho, ela foi até seu closet e pegou um vestido solto.
Ouviu seu estômago roncar ,saiu do quarto e caminhou em direção a cozinha mas parou ao perceber alguém deitado no sofá. Se aproximou do sofá para ver quem era e se surpreendeu ao descobrir que era Ruggero que estava lá.

Ponderou acordá-lo mas decidiu deixar ele dormir mais um pouco.

Entrou na cozinha e viu uma garrafa de vinho em cima do balcão, ela havia pegado na noite anterior mas não se lembrava de ter deixado lá. Forçou sua mente a lembrar o que havia acontecido depois da terceira taça de vinho.

- O que há de errado comigo Ruggero? -Ela indagou ao amigo que estava sentado ao seu lado no sofá. - Por que eu nunca sou o suficiente?

- Karol você é mais do que suficiente, você é bonita, Inteligente ,você é perfeita e quem não vê isso é um idiota. -Ruggero disse sorrindo.

- Eu devia ter me apaixonado por você, tudo seria mais simples se eu fosse apaixonada por você. -ela se aproximou dele o fazendo ficar imóvel. - Você sempre está aqui comigo e você é o único que nunca me decepcionou.

- Karol a gente não manda no coração, você não pode se forçar a amar alguém. -Ruggero se afastou dela e tirou a garrafa de vinho e a taça de sua mão e levou para a cozinha. - Vem vou te levar pro quarto você precisa descansar. -Ele a pegou no colo estilo noiva ,ela não tentou resistir estava cansada demais pra isso, tanto fisicamente como emocionalmente, apoiou a cabeça no ombro dele e se deixou levar pelo sono.

Karol suspirou e se apoiou no balcão, sua mente estava um turbilhão de pensamentos. Um dia atrás ela estava noiva e muito feliz e agora ela estava solteira e de ressaca, era incrível como tudo em sua vida dava errado.

- Karol? -ela ouviu a voz de Ruggero vindo da sala.

Se virou e caminhou até a sala encontrando Ruggero.

- Me procurando pasquarelli? -ela indagou chamando a atenção dele, Ruggero se virou com um sorriso. - Vejo que já acordou.

- Sim, sabe não é uma boa idéia dormir no sofá. -ele disse colocando as mãos nas costas. - Nunca mais eu durmo em um sofá.

- Por que não foi pro seu apartamento? -Karol indagou.

- Queria ter certeza que você ficaria bem. -ele disse dando de ombros.

- Obrigada. -Karol sorriu.

- Não precisa agradecer, sei que faria o mesmo por mim. -Karol assentiu sabia que aquilo era verdade, ela realmente faria o mesmo por ele sem hesitar. - É melhor eu ir embora tenho uma reunião importante hoje a tarde e preciso me preparar.

- Não vai tomar café comigo? -Ela indagou.

- Acho que não tenho tempo. -Ele disse olhando o relógio que estava em seu pulso.

- Por favor. -Ela pediu fazendo cara de cachorrinho abandonado. - Por favorzinho. -Ruggero a encarou por alguns segundos e suspirou.

- Tá bom Sevilla você venceu. -Ela sorriu e o puxou para a cozinha, naquele momento ela percebeu que nem tudo era uma droga na sua vida. Ela tinha Ruggero e ele com certeza era uma coisa boa em sua vida, na verdade ele era uma das melhores coisas em sua vida.