Meu Quase

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— Aí eu disse que ela poderia apertar e então ela apertou com tanta força, cara, eu quase morri. — Eu disse, fazendo um gesto de aperto com as duas mãos. Any tampou a boca e começou a rir.

— No meio do corredor isso, Heyoon. — Ela disse ainda entre risadas. — Sua piranha.

— Você gozou? — Sabina interrompe um pouco alto demais.

— Cala boca! — Belisco seu braço. —disse que não.

Eu olho ao redor para ver se tinha a chance de alguém ter escutado. Todos os adultos estão do outro lado, na outra extremidade da enorme piscina que há no quintal de Sabina. E uma manhã de domingo incrivelmente ensolarada para a minha enorme felicidade. O sol está banhando nossas peles de forma agradável, mas que depois irá se tornar mais agressiva com o avançar das horas. A fumaça que sai da churrasqueira onde o pai de Sabina e seus amigos estão felizmente não alcança as espreguiçadeiras em que estamos sentadas fofocando. Minha mãe e a mãe de Saby estão conversando calmamente com outras mulheres que não conheço. Algumas crianças irritantes estão jogando uma bola grande de um lado para o outro na parte mais rasa da piscina. Havia uma música nacional estranha tocando no som, uma grande ofensa aos meus ouvidos. 

— Então quer dizer que a Sina é selvagem? — Any está se recuperando das risadas. Uma mecha enrolada escapa de seu coque e cai sob o rosto tão perfeitamente esculpido. Essa desgraçada é linda.

— Ela não é assim, não é uma tarada tipo eu, mas teve uma vez que ela me pegou pelo pescoço... 

— Wooow. — Sabina ergue as sobrancelhas, como sempre desacreditada de tudo. Fico olhando para a enorme espinha que nasceu em seu queixo nessa manhã, parece até mesmo um satélite de tão grande. — Talvez ela seja daquelas que batem durante o sexo.

— Esse satélite aí transmite sinal de celular? — Any tenta cutucar, levando um tapa na mão. Eu dou uma risada.

— Vai fazer uma cirurgia pra tirar isso daí.

— Fica quieta, Anastasia Steele.— Sabina aponta o dedo para mim. Eu finjo estar chocada por ser apelidada como a submissa do 50 Tons de Cinza.

— Eu não me importaria em apanhar dela. — Dou de ombros porque é verdade e todo mundo sabe disso.

— Meu Deus, Heyoon. — Any sempre fica facilmente escandalizada com as sujeiras que eu e Saby falamos, mas eu sei que há uma pitada disso nela também. Afinal, depois de todos esses anos de amizade, eu e Sabina teríamos que influenciá-la de alguma maneira. — O que você se tornou?

— Sabina, sua amiga chegou. — Martin, o irmão mais velho de Sabina, surgiu atrás de Any como um fantasma. Cruz credo, garoto.

Ah, claro. Ele com certeza se referia aquela garota que você sabe quem é. É claro, a Sina. Minha amiga Sina que não quer se apaixonar por mim! Ela mesma. Tudo bem, tudo bem, já parei. Eu também não quero me apaixonar por ela e você sabe. Na época era óbvio que eu já estava bem apaixonada, mas eu gostava de negar e fingir que tudo era baseado no grande desejo carnal e na vontade que eu tinha de cuidar dela. Você vai descobrir que não sei ler meus sentimentos muito bem (como se já não tivesse percebido isso), mas não se preocupe, os sentimentos de Sina eu consigo ler sim. Demorei demais, mas consegui.

Não falei com Sina hoje ainda, o que me faz ficar um pouco ansiosa por sua chegada. Tão previsível, Heyoon. Ajeito um pouco a blusa de renda tentando parecer apresentável, porque bonita eu já sou, e me levanto da espreguiçadeira junto com Any. Sina vem caminhando timidamente pela grama, Sabina se apressando para recebê-la enquanto eu e Any assistimos.  

— Hipnotizada. — Any sussurra para mim. Eu ignoro essa chata porque prefiro olhar para a coisa mais linda que já vi essa semana: Sina numa calça jeans clara de cintura alta com uma blusa listrada que deixa sua barriga e seus ombros à mostra e é claro, o inseparável skate na mão.

O Encontro de um dólar - Siyoon ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora