Capítulo 10

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-QUE MERDA É ESTA!!?!? -  a tia de Geovanna não acredita no que seus olhos estão vendo.

Rebecca se levanta rápido e corre para o banheiro pra se vestir.

Só da tempo de Geovanna pôr o moletom, antes que sua tia avance para cima dela, puxando seu cabelo.

-Sua puta! O que você pensa que é essa casa? Aqui não é puteiro, e ainda trás uma garota? Você é o que? Prostituta? Que aceita todo tipo de trabalho?

- Me larga, tia! Ai ... - exclama Geovanna.

Quando Rebecca sai do banheiro e vê aquilo, empurra a tia para um lado. E fica perto de Geovanna.

A tia, incrédula da cena que acabou de ver, fica olhando para as duas.

- Será que eu posso explicar? - ninguém fala nada. - a Rebecca é minha namorada. A gente se ama, e eu não me importo com. O que a senhora diga, eu vou ficar com ela.

A tia riu com tom sarcástico.

-Mas se você acha, que vai ficar trazendo essa...- e aponta para rebecca com cara de nojo- para minha casa, está muito enganada. - ela pensa melhor- não quero nem você dentro da minha casa. Eu te criei, e olha como você me agradece! Vai embora da minha casa! Agora!! - e sai do quarto batendo a porta.

Geovanna começa a chorar. Rebecca a abraça.

- Mas já íamos fugir, não é?

- Sim, só que... Eu não queria que fosse assim. - disse soluçando. E começa a enfiar suas roupas na mochila.

"Vai dar tudo certo"  Rebecca pensa "nós vamos conseguir ficar juntas".

*

*

Já era quase mannha quando elas  decidiram ir para a casa de uma tia da Rebecca, numa cidade próxima.

- Tenho certeza que ela vai nos ajudar. Ela é super compreensiva nesses assuntos.

-Você também disse isso sobre seus pais -  retrucou Geovanna.

- Aff, mas ela eu tenho certeza.

Compraram as passagens, e esperaram ansiosas na rodoviária.

- A essa hora eles já devem ter descoberto que não dormir na casa da Manu.-  Rebecca lamentava - já devem estar me procurando feito loucos.

- Calma, amor. Vai dar tudo certo.

O ônibus chegou, as duas suspiraram de alívio. Entraram, colocaram as mochilas nos lugares disponíveis. Depois de uns minutos, o ônibus partiu.

20 minutos de viagem, elas já tinham esquecido de todos os preconceitos e brigas que ficaram para trás.

- Eu vou procurar um emprego, ai depois que estivermos com nossas vidas no lugar, voltamos a estudar.- planejava Rebecca.

Geovanna adorava esse jeito de menina sonhadora de Rebecca. Olhava para ela e sorria. Estavam se arriscando uma pela outra.

-Temos que pegar o comprovante da passagem.-  Disse geovanna se levantando para ir pegar.

- Não amor, deixa que eu pego.

E Rebecca se levantou para ir pegar.

No instante em que chamou o motorista, e ele olhou para o lado, vinha um caminhão de carga na contra mão, e se chocou fortemente contra o ônibus.

*

*

*


Uma luz branca, muito forte. É isso que Geovanna vê quando acordar. Tenta de mover, mas isso faz seu corpo doer intensamente. Tenta chamar por alguem. Mas sua voz não sai. De tao fraca que está. E acaba caindo no sono novamente.

*

*


- Bom dia! Com está se sentindo?

Quando Geovanna abre os olhos dessa vez, se depara com uma mulher sorridente, vestida de branco. Uma enfermeira, ela supõe.

-Onde estou? - Ela faz força para perguntar- o que aconteceu?

-Você está no hospital, querida. Houve um acidente no ônibus que você estava viajando e...

- E a Rebecca? Como ela está?! -  a enfermeira demora um pouco a responder, e isso a fez gelar.

- Rebecca? Depois verei na ficha se...

- Veja agora! - Geovanna interrompeu nervosa.

- Acalme-se, querida. Você ainda não esta forte o suficiente para se exaltar.

-Mas... Eu... A Rebecca... - Geovanna tentou falar, caindo no sono novamente.

*

*

Dessa vez, quando acordar Geovanna vê sua tia. E os pais fe Rebecca do lado.

- Cadê a Rebecca?- é a primeira coisa que ela diz.

- Geovanna...-  a mãe de Rebecca tentou se aproximar.

-Cadê ela?-  perguntou novamente, se encolhendo.

-Houve um acidente ...

-Eu sei que houve um acidente. Só quero saber onde esta minha namorada!

-Ela morreu!-  a tia de Geovanna disse, sem piedade alguma.

Geovanna ficou parada, olhando para o teto do hospital. A lâmpada piscava um pouco como nos filmes de terror. Em algum lugar tinha alguem chorando, lá fora tinha barulho de sirene e buzina.

- Querida, está tudo bem?

- Saiam daqui. - Geovanna falou. Com um grande nó na garganta, os lábios tremendo.- anda. Saem daqui!

Todos saíram.

-É culpa minha! - geovanna falou a si mesma. - não era pra eu aceitar fugir. E se eu não tivesse lembrado do comprovante. Oh, deus!

E começou a chorar. Chorou como a criança que tinha ouvido lá fora.

-Me perdoa, Rebecca! Me perdoa! Eu te amo. Eu te amo.

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