Mas a melhor parte de todas, foi quando ele largou o arranjo das minhas mãos e se aproximou com uma margarida solitária, e disse que aquela era a 2021° margarida, e ela simbolizava a sua ideia e a sua mania de competição.
Fanfic em comemoração ao K...
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Se me dissessem quando eu ainda era criança, que um dia estaria dentro de um dos times de vôlei mais fortes do mundo possuindo apenas 1,72 de altura, eu provavelmente pensaria que seria impossível. Se me dissessem que um dia eu estaria namorando com alguém do time de vôlei adversário, e que essa mesma pessoa tivesse sido, e se mantido, meu rival por muito tempo mesmo com o sentimento romântico florescendo, eu provavelmente pensaria que seria impossível.
Várias das coisas que aconteceram na minha vida até hoje, se soubesse quando era criança, eu daria risada e diria de boca cheia que era impossível. Não é que eu era uma criança desacreditada, apenas nunca imaginei com tão afinco onde chegaria, já que uma criança que apenas quer brincar, não pensa muito sobre seu futuro. Eu mal conhecia o vôlei quando era uma.
Lembro-me perfeitamente quando me deslumbrei pela cortada do Pequeno Gigante quando passei de bicicleta por uma conveniência qualquer pelo meu bairro; tão alto e tão mágico, eu sempre quis ser como ele. Fazer o impossível, ser o melhor atacante mesmo sendo menor do que os outros, receber bem mesmo não tendo o treinamento adequado, ou cair de peixinho mesmo não tendo feito um direito na vida. Eu queria, eu almejava mais do que tudo me tornar como ele. Fazer de tudo dentro da quadra para que todos pudessem contar comigo sem medo, para que eu tivesse um time de verdade, e não apenas um ou dois colegas - que não jogavam vôlei -, para praticar um treino desleixado e meia boca.
Foi um desejo tão forte que não coube direito no meu peito. Precisei verbalizar o que sentia, colocar para fora, e sei que alguns até achavam isso irritante, mas o meu sonho era grande, gigante, e eu nunca consegui me segurar. E então, entrei para escola Karasuno com um desejo ainda maior: vencer Kageyama Tobio, aquele que me tirou da quadra no meu primeiro jogo. O rei dos levantadores que, com um futuro promissor, poderia até mesmo ser candidato a levantador da Seleção Nacional Japonesa.
Quer mais coincidência - ou uma brincadeira da vida - do que encontrar a pessoa que você quer derrotar no mesmo time? Jogando com você? Trabalhando em conjunto com você? Deus, eu não sabia o que fazer quando vi Kageyama dentro da quadra se preparando pra sacar. Meu estômago revirou, ele era o meu rival, a minha passagem para ser o melhor dos atacantes, como ele poderia estar ali? Por que ele estava ali?
Irritante, mandão, sem uma boa comunicação, e sempre com um rosto de alguém que parece que vai bater no primeiro desavisado que entrar no seu caminho: esse era Kageyama Tobio. Uma pessoa cancarruda que não tinha bons modos, que não sabia trabalhar em equipe e, aparentemente, não gostava de mim. A pessoa que eu queria derrotar estava ao meu lado, e eu tinha que aprender a trabalhar em equipe com ela, senão, estaria fora da quadra e não poderia jogar.
A vida tem jeitos estranhos de fazer as coisas, às vezes parece que não vai dar certo, que aquilo não é para você, ou que a oportunidade que você ganhou não vale para o seu objetivo. Quando eu o encontrei no mesmo lado da quadra, sinceramente, achei que Deus estava brincando com o meu otimismo. Por que, caramba, trabalhar em conjunto com ele? Justo aquele cara? Por que eu tinha que passar por aquilo? O que valeria para o meu aprendizado? Queria respostas, saber o porquê. Por que ali, e por que comigo.