Ele poderia muito bem desapegar disto. Não era sua obrigação continuar com essa bobagem; na verdade, nem deveria ser uma opção.
Deve ter sido o desespero por afeto que causou esse furacão em sua mente. Que ironia: a pessoa que bagunçou sua família era uma das poucas que ainda o dava alguma forma de amor e carinho.
Anos e anos depois, já não é o mesmo. Depois de tudo, como seria? Chega a ser cômico pensar que alguma forma de reconciliação seria possível, as mágoas e decepções e traumas e dores são barreiras tão grossas, muros tão altos.
Mas esse sentimento continua firme, continua forte. Mesmo que tente enterrar no canto mais obscuro de seu subconsciente, ainda está lá, batendo nas grades da cela para ser liberto.
No fundo, aquela criança esperançosa e inocente ainda espera que seu shixiong o abrace, que passe as mãos pelo seu cabelo e faça mais promessas que não serão cumpridas, mas que alimentam a esperança que o falta.
...
Isso é tão infantil. Ele ama outra pessoa. Está na hora de deixar ir.
...
Eu não posso simplesmente fazer isso.
Por que não? Ele te deixou sem se importar. Ele já escolheu outra pessoa para tomar o seu lugar. Você não é mais necessário. Por que você ainda se importa?
É impossível deixar ir.
Tente o impossível.
