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FELIZ ANIVERSÁRIO

San simplesmente babava no travesseiro, ela amava dormir, talvez se desse pra comer dormindo, seria sua coisa preferida a se fazer, ela acorda mas não abre os olhos e pensa "só mais 5 minutinhos". Afinal, hoje ela merece.

Calendário marcava 9 de maio, o ano era 2038, hoje é o seu aniversário, no auge de até então seus 20 anos de idade. Mas essa data, não a animava tanto, ela tinha poucos amigos, que sá um namorado, aliás namorada. Ela sempre soube a respeito de sua sexualidade, e nunca precisou "se revelar", como na década de 30 as pessoas ainda ligavam pra isso?!

Infelizmente o preconceito nunca acabou, amenizou sim, mas meio que foda-se, o que importava era o apoio e amor das pessoas que a cercam. San nunca teve lá sua sorte em relacionamentos, então era seu niver, e pra ela tinha poucos motivos a se comemorar. Sua namorada virtual estava longe, seu melhor amigo também morava longe, quem é perto mesmo meio que não liga pra você.

O contato pessoal ficou cada vez mais distante com o avanço tecnológico, tocamos cada vez mais telas do que peles, isso é triste, vazio e depressivo. Então mesmo assim, lá no fundo San ainda esperava que algo diferente ocorresse, algo especial, ou simplesmente algo acontecesse, para esse dia deixar de ser tão monótono e algo peculiar em comparação aos outros, nem que fosse uma invasão alienígena ou um verdadeiro The Walking Dead, sua série preferida desde a infância.

Ela sentia falta de sua ex namorada, Jully, ex única e primeira experiência amorosa, mesmo que tenha se passado 6 anos, ela meio que não havia superado o término delas, afinal porquê os pais sempre estragam tudo? Os pais de jully tiveram que se mudar para outro país, e San não sabia o que fazer, não sabia como não podia fazer absolutamente nada. Elas tentaram um relacionamento a distância, recheado de lágrimas e vídeo chamadas, mas que foi diminuindo a frequência e meio que minando as possibilidades de se verem novamente outra vez na vida.

Jully aprendendo outro idioma, tendo outras tarefas e lazeres, foi deixando de manter o contato, até que elas se afastaram e não tiveram mais contato. San ainda tentou algumas vezes, porém ela não sentiu a recíproca e foi deixando pra lá também e foi viver sua vida no Brasil mesmo. Talvez fosse melhor assim, afinal, as pessoas passam na nossa vida para deixar um pouquinho delas e levar um poquinho de nós por aí, nascemos e vamos morrer sozinhos, por mais que triste pareça, é a realidade, a vida é uma passagem.

Tudo que ela queria era uma mensagem de "bom dia meu amor, feliz aniversário, eu te amo". Mas ela pega seu celular e não há mensagem de ninguém, ou ninguém em especial. Só as pessoas postando no seu mural da rede social "parabéns"

(Aaaa man, que falsos, só porquê foram lembrados pelo app) - ela pensava.

(Mari não me mandou nada ainda, deve tá dormindo)

(Cadê rôh, fazem 2 dias que ele sumiu do whats man...será que aconteceu algo grave)

Enquanto bloqueava a tela de seu celular, extremamente chateada, e imaginava como o seu dia já havia começado uma merda. Ela seguiu na sua rotina diária, levou os cachorros para passear, no caso só a mel, billy estava velhinho demais, anitta tinha pegado uma infecção e morrido 2 anos antes, do qual a deixou muito triste na época.

Seus irmãos havia lhe parabenizado e dado um abraço, ela gostou daquele gesto, mas algo estava faltando ali. Seguiu o dia desenhando, adiantando um pouco mais seus realismos, sempre pegava algo novo para fazer, mas nunca havia perdido sua mania de deixar as suas artes incompletas. Apenas aquelas que eram encomendadas, sim, ela já ganhava dinheiro fazendo desenho para as pessoas, era pouco, mas já ajudava bastante.

O anoitecer chegou, san estava trancada em seu quarto, quando chega em sua casa seu irmão mais velho com a esposa e seu sobrinho lindo Arthur, ela amava brincar com seu sobrinho. Eles chegaram arrumados, quando San os viu arrumados e com dois embrulhos, estranhou.

- Vocês estão indo para alguma festa? - San perguntou

Eles assentiram

- A sua.

Ela abriu um sorriso e ficou sem entender nada, sua mãe sorria ao fundo quando o celular de nick toca.

"Ta certo, vou encontrar vocês" e sai correndo, descendo as escadas.

Quando retorna, uma figura branca e alta ao fundo do lado de uma menina baixa, eram eles mari e roh, san simplesmente correu e abraçou os dois ao mesmo tempo, ela chorava, seu coração pulsava de uma alegria indescritível.

- Fiquei sem crédito, feliz aniversário xu! - fala roh sorrindo e cansado da viagem.

- Feliz aniversário meu...

E San beija mari intensamente, sem se preocupar quem estava olhando, para ela nada mais importava, era o melhor presente que poderia ganhar, isso mudou o seu dia completamente, ela queria que aquilo não fosse um sonho, e não era, era real.

- Mas como isso...? Enquanto ainda enxuga as lágrimas.

- Seu irmão ajudou, mas a ideia foi do rôh. Mari fala segurando o rosto de San com suas mãos.

- Falei com mari e nick, combinei com mari para chegarmos juntos, nick para ser a pessoa que ia nos encontrar, e o resto foi só de viagem, dormi uma noite no aeroporto, porquê teve problema na escala. - a ideia era chegar um dia antes para sairmos, e aproveitar o dia ao seu lado, mas feliz por ter chegado no...

San da um murro em seu braço. - Você me preocupou seu idiota.

- Obrigado Nick! San sorri para seu irmão que sorrir de volta.

- Olha o bolo, eu que fiz! - mari pega a sacola com ele.

- Vamos comemorar!!! A noite é uma criança. - rôh levanta os braços gritando

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- você ainda tem aqueles sonhos?
- tenho alguns outros, mas nenhum se realiza...
- estranho, será que realmente foi coincidência?
- espero que sim! Já fazem 7 anos.
- sabe algo estranho aconteceu comigo... tive uma briga com meus pais feiona, meu nariz sangrou e tudo
- você apanhou na cara?
- não...
- foi do nada muito sangue...
- oxe...
- você vai achar que estou inventando. Enquanto baixa a cabeça triste.
- não vou pode confiar.
- eu estava tão irritado que movi a cama e o guarda roupa do meu quarto sem nem encostar neles.

San se assusta, e fica olhando incrédula para rôh e não fala uma palavra.

- Tá vendo, sabia que... San interrompe
- tipo com a mente?!
- acho que não sei, isso me assustou.

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San acorda no meio da noite, liga a luz pega uma folha e o lápis e começa a desenhar. Dessa vez ela estava consciente e super acordada.

(Que merda foi esse sonho)

Ela desenhou 5 bebês , uma em cada cama, com uma numeração na testa de cada bebê, eles estavam dispostos na cama chorando, formando um círculo, e no meio desse círculo havia um cérebro.

(Que merda isso significa?? Enquanto olhava tentando achar algum padrão naquilo tudo.

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