Chapter O N E

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Me mudei para Hill River porque minha avó faleceu e a casa foi deixada para o meu pai, este que era o único filho vivo da minha avó. Ela deixou uma carta para a sua cuidadora e lhe pediu que fizesse a carta chegar até o meu pai depois que ela se fosse e assim a cuidadora se encobriu de fazer. Na carta minha avó dizia que desejava que minha família se ajustasse no imóvel herdado pelo meu pai, pediu que cuidássemos dele e recomeçássemos uma nova vida, pois minha família estava passando por dificuldades onde estávamos, financeiras e emocionais, então meu pai que se via sem opção resolveu que nós nos mudaríamos o mais rápido possível, então assim o fizemos.

Cheguei ontem no lugar que poucas vezes tinha visitado ao longo da minha vida, nunca gostei de vir aqui muitas vezes, era muito calmo e me enchia de tédio todas às vezes que aqui estive presente, passava o dia todo lendo ou ouvindo a conversa que minha avó mantinha com suas vizinhas, que eram bastante faladeiras por sinal. Mas agora me encontro presa nesse lugar ocioso e o pior é que não conheço ninguém dessa pequena cidade, espero ser capaz de fazer alguma boa amizade no colégio, para não morrer de tédio até conseguir passar na faculdade. Tenho 17 anos e estou no último ano do colegial, ainda não iniciei o último ano, mas semana que vem será meu primeiro dia de aula em uma nova escola e estou bastante ansiosa por isso, não costumo fazer muitas amizades e estou receosa em relação a isso.

Ouço uma batida na porta do meu quarto e em seguida um "o jantar está pronto", pronunciado pelo meu pai, então me apresso a responder "já estou descendo". Minha família é constituída por mim, meu pai e meu irmão Case de 9 anos, minha mãe se fora quando eu tinha 15 anos, um câncer terminal a levou de mim e desde então somos apenas nós três tentando nos restabelecer e nos manter de pé, o que é uma tarefa árdua já que sofremos bastante desde então. Não costumamos manter uma relação muito próxima, a dor ainda é bastante presente e parece que não nos sentimos a vontade o suficiente para falar sobre isso um com o outro. Eu tento lidar à minha maneira, sozinha, pois sei que meu pai evita falar sobre a dor de sua perda e não quero magoá-lo, então me limito a ter diálogos casuais e ajudá-lo nas tarefas de casa. Por outro lado, desde a perda de nossa mãe, eu e meu irmão temos tentado nos unir, sei que ele é apenas uma criança que esta crescendo rápido demais, e que precisa de uma figura feminina em sua vida, sei que não sou capaz de substituir a falta que a nossa mãe faz, mas quero demonstrar o máximo de afeto que consigo para assim livrar um pouco desse peso que a perda nos impõe.

Deixo a caixa com alguns de meus pertences ao lado da estante que estava limpando e refaço o meu rabo de cavalo para ir abrir a porta e descer a escada até a cozinha, estou morrendo de fome e vejo que meu pai fez lasanha para o jantar, sorrio diante da mesa posta e sinto meu estomago roncar, o jantar parece ótimo, meu pai manda bem na cozinha e adora cozinhar, agradeço por isso, já que sei cozinhar algumas coisas mas nada muito excepcional, portanto quase sempre o deixo fazer o jantar enquanto me encarrego da limpeza da casa.

Puxo uma cadeira e encho o prato com a lasanha, me preparo para devorá-la, enquanto meu pai se senta ao lado do meu pequeno irmão, ele coloca comida em seu prato e olha para mim a fim de puxar alguma conversa.

"Nossa vizinha, Beth, tem uma filha da sua idade, estuda no colégio que você iniciara as aulas semana que vem, talvez você pudesse fazer-lhes uma visita, quem sabe se dão bem e assim terá uma companhia". Engulo a comida e lhe respondo.

"Oh, parece uma boa ideia", dou um leve sorriso e continuo a comer. Fico contente em saber que há uma jovem ao lado da minha casa com a qual talvez eu possa fazer alguma amizade e compartilhar o caminho até a escola, que fica a 20 minutos de caminhada.

Quando termino de comer levo o meu prato e os talheres até a cozinha, lavo junto as louças que meu pai havia sujado para preparar o jantar. Termino e passo pela sala, para desejar uma boa noite ao meu pai e meu irmão, estou muito cansada, hoje passei o dia desempacotando minhas coisas e limpando a casa para me estabelecer aqui, agora faltam poucas coisas para arrumar no meu quarto mas vou ir para cama me deitar, o cansaço está me vencendo hoje.

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