Mamãe descobriu minha farsa e me intimou a ir almoçar lá no domingo.
Estou me arrumando, coloquei uma blusinha de alça, uma saia larga com bolsos e uma rasteirinha trançada.
Coloquei a carta no bolso. Eu sou adulta, preciso encerrar esse ciclo, nós dois merecemos isso.- Mãeeeeeee, cheguei! - cruzei o portal da cozinha.
- Oi, filhota. - veio me abraçar.
- Cadê o papai e os meninos?
- Estão lá em cima, não faço ideia do que fazendo.
- Vou lá. - fiz menção de sair.
- Você vai pro mesmo cômodo que o Leo? Tá com febre?
- Preciso falar com ele. - dei de ombros
- Então tá.
Subi as escadas com as palmas das mãos suando as cataratas do Iguaçu, tentando me convencer de que era preciso.
Cheguei à sala de jogos e lá estavam os três bonitos, corri pra abraçar meu pai, meu irmão e por último dei um meio sorriso pro Leo.
- Leandro, eu posso falar com você?
Meu pai e meu irmão me olhavam como se tivesse nascido em mim um terceiro olho.
- Claro, vamos! - me olhavam com curiosidade.
Saímos de lá e fomos até o quarto dele, sendo recebida pelo cheiro dele impregnado em cada coisa. Me perdi por alguns instantes.
-Então... - me tirou dos meus devaneios.
Tirei a carta do bolso. Ele arregalou os olhos.
- Eu só li essa carta ontem. E eu quis vir te dar a resposta pessoalmente.
- Lia...
- Me deixa terminar. Eu sei que já faz 6 anos e que a probabilidade de você sentir algo por mim é menor que a probabilidade de você não ser convocado. Mas, sim, eu amava você naquela época. Sim, eu me imaginava como a senhora Leandro Paredes, e eu imaginei tantas vezes como seria se você também me amasse. Infelizmente eu ainda te amo hoje, Leo. Eu não queria, mas não consegui te esquecer. Não sei se são suas íris claras como uma manhã de sol, ou se é seu cheiro marcante, eu nem sei se tem explicação e isso não importa. Desculpa a demora!
- Lua, uau, eu passei esse tempo todo achando que você não respondeu porque não sentia nada, eu me obriguei a te esquecer. Sei que devia ter te dito antes, mas eu era muito idiota pra isso. É uma honra saber disso, mas...
- mas...?
- eu estou namorando, e ela tá vindo pro almoço. - coçou a nuca.
- nossa! Acho que tá virando costume nessa casa esconder as coisas de mim...
- Amélia, achamos melhor. Nos desculpe.
- Desculpas, desculpas... uma família baseada em desculpas. Obrigada por esclarecermos tudo. Prometo me esforçar pra ser uma boa cunhada pra sua namorada. - forcei um sorriso
Fiz menção de sair...
Ele segurou no meu braço.
- Lua, por favor, me perdoe.
- Tudo bem, Eu não vim pra cá imaginando que sairia daqui casada, ou algo assim. Só queria esclarecer, mamãe não merece que fiquemos nesse climão pra sempre, ela fica triste de nunca nos ver agindo como família. Eu decidi que já chega dessa guerrinha besta. Eu só quero que você seja feliz, ok?
Saí.Ok, estou convencida de que não é pra ser. Mas por que isso dói tanto?
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Com amor, Leo
FanfictionCom amor, Leo conta a história nada convencional mas totalmente clichê de Amélia Ruiz e Leandro Paredes, amigos de infância, quase irmãos, que tinham tudo pra dar certo, mas advinha? Até agora deram errado. Será que continua assim? Só lendo pra sa...