✩ A Última Noite

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― Vem logo! ― ele diz, me puxando pela mão.

― Pode me dizer o motivo de estarmos indo para o terraço? ― pergunto.

― Você vai ver. ― ele diz.

   Depois de alguns andares subindo escadas, chegamos ao terraço.

― Wow! ― exclamo, olhando para a cidade.

― Não é lindo? ― ele pergunta, se sentando próximo ao para-peito do terraço.

― Sim. Me faz perceber que somos mesmo tão pequenos. ― digo, me sentando ao lado dele.

― Ei! Antes de tudo, vamos fazer uma promessa. ― ele diz, me chamando atenção.

― Que promessa? ― pergunto.

― Promete que nunca vai me esquecer, que eu prometo que nunca irei te esquecer. ― ele diz, estendendo o dedinho.

― Prometo. ― digo, fazendo o juradinho com ele.

― Então, eu prometo. Olha, se você estiver mentindo, eu me jogo daqui! ― ele diz, apontando para baixo, me fazendo rir.

― Você é louco! ― digo, ainda rindo.

   Ele se aproxima de mim, segura meu rosto e junta nossos lábios. Coloco minhas mãos em sua cintura, peço passagem com a língua, logo ele cede. Depois de um tempo, nos separamos por falta de ar. Ficamos ali, em silêncio, apenas encarando um ao outro. O silêncio logo é quebrado por ele:

― Vamos logo, quero saber pra onde você vai me levar. ― ele diz, se levantando.

   Descemos até o estacionamento do prédio, entramos no carro e sigo caminho pra onde vamos.

― Ei, quer ver algo legal? ― pergunto, chamando a atenção dele.

― Que tipo de coisa legal? ― ele pergunta.

   Piso no acelerador, fazendo ele se segurar no banco.

― Seu doido! Estamos correndo muito! ― ele diz, rindo alto.

― Eu sei! ― digo, rindo também.

   Depois de um tempo, chegamos ao local que eu planejava. É uma clareira, poucas pessoas vinham aqui. Nós costumávamos acampar aqui frequentemente. Nosso lugar especial.

― É nosso lugar especial. Então era pra cá que você queria me trazer? ― ele pergunta, abrindo a porta.

― Sim, faz tempo que a gente não vem aqui. ― digo, vendo ele sair do carro.

   Abro a porta do carro e saio. Olho para ele. Ele sorria de olhos fechados, respirando fundo.

― Ei. ― chamo a atenção dele e saio correndo pela grande clareira.

― Não vale! Você não me esperou! ― ele grita, correndo atrás de mim.

   Correndo, sinto o vento gelado batendo em meu rosto, secando as lágrimas que insistiam em cair. Olho para o lado e percebo que ele tinha me alcançado, o mesmo sorri pra mim e continua correndo.
  Depois de bastante tempo correndo, um atrás do outro, ele para, me fazendo parar também.

― Isso cansa. ― ele diz, apoiando as mãos nos joelhos, ofegante.

― Muito. ― respondo, ofegante.

― As vezes eu me pergunto o motivo da gente ter dado errado. ― ele diz, olhando o chão.

   Me aproximo dele, segurando seu rosto molhado pelas lágrimas. Junto nossos lábios, assim, começando outro beijo, um beijo cheio de amor, tristeza e felicidade misturados. Nos separamos por falta de ar.

― Eu trouxe bebida, vamos pro carro. ― digo, o puxando pela mão até o carro.

   Entramos no carro e sentamos no banco de trás, pegando as bebidas e começando a bebê-las.

QUEBRA DE TEMPO

   Depois de um tempo conversando, rindo e bebendo, ele encosta a cabeça no joelho, e assim, consigo escutar seus soluços.

― Ei, não chora, eu já disse que não vou te esquecer. ― digo, passando a mão pelo seu cabelo, já embaraçado, e o abraçando.

   Ele ri alto, levantando a cabeça e enxugando as lágrimas.

― Seu bobo. ― ele diz.

Ele me encara, morde o lábio e coloca a mão dentro da minha calça.

― Você quer? ― pergunto, rindo nervoso.

― Vamos pra casa. Eu dirijo, você ta bêbado. ― ele diz, passando para o banco do motorista.

   O caminho foi silencioso, acho que nós dois estávamos pensativos.
   Tenho certeza que fizemos tudo errado. Com esse término estamos abandonando nosso futuro que teríamos juntos, e nosso passado que tivemos. Mas o que poderíamos fazer? Não sentimos mais o que sentíamos antes. Deixamos de fazer as coisas que costumávamos fazer. Deixamos de nos amar.

   Ao chegar em casa, ele tranca a porta rapidamente e ataca meus lábios, começando um beijo necessitado. Enfio o mão por debaixo de sua blusa, sentindo-o se arrepiar. Retiro a camisa dele imediatamente. Ele coloca as pernas em volta de minha cintura e eu o levo pro quarto, ainda o beijando. Tiro minha camisa e abaixo meu corpo na altura do seu, deixando beijos e marcas pelo seu pescoço e peitoral...
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AUTORA: vocês sabem o que aconteceu.

QUEBRA DE TEMPO

   Ele deita em meu peito, ainda ofegante.

― De uma coisa eu tenho certeza. Essa foi a melhor noite de nossas vidas. ― digo, passando a mão pelo seu cabelo.

― A melhor noite das nossas vidas. ― ele diz, confirmando.

   E então, dormimos, ali, um na companhia do outro, pela última vez.

A Última Noite - YAOI (Jão's music)Onde histórias criam vida. Descubra agora