𝐒𝐄𝐂𝐀𝐎 𝐑𝐄𝐒𝐓𝐑𝐈𝐓𝐀! ━━ harry potter

─── never be alone ‧₊ ❥˚˒﹕

𓍯. draco malfoy ::
❛never  be  alone ❜

— EU... HM... FAZ UM TEMPO QUE eu gosto de você — Cedric disse uma vez, logo depois do seu treino de quadribol, enquanto analisava atentamente a reação da corvina à sua frente. Sentia agora suas bochechas queimando. O lufano passara semanas tentando planejar como se declarar à ela — Quase dois anos, na verdade — riu, tentando esconder o nervosismo.

Zara tentou falar alguma coisa, mas não sabia o que dizer ou mesmo o que fazer, estava realmente surpresa. Nunca havia percebido que Diggory gostava dela, nem mesmo pensado na possibilidade de isso acontecer. Especialmente porque eram melhores amigos desde seu primeiro ano em Hogwarts. O lufano suspirou, fitando o chão por um momento.

— Bom, eu esperava por isso. Só tinha que desabafar mesmo. Você sabe, nós contamos tudo um ao outro então pensei... Quero dizer, seria justo... — tentou se corrigir, mas desistiu.

— Vi o jeito que você e Malfoy se olham. Desde que você esteja feliz, eu também estarei. Não precisa dizer nada, eu entendi. — e tentou reunir forças para dar um leve sorrisinho para a garota. Era o que sempre fazia para demonstrar que estava bem, mesmo que nem sempre estivesse. Percebeu o olhar de culpa de Zara. — Não, está tudo bem.

Já se passava das duas da manhã na torre de astronomia. Apesar do forte vento que fazia, aquele era o único lugar em que se sentia confortável em ficar. Principalmente porque ali estava livre para chorar o quanto quisesse. Sobretudo, podia refletir.

Várias cenas se passavam por sua cabeça, lembrava dos bons momentos que tivera com Cedric e deixava que lágrimas rolassem por seu rosto. Faziam-se três dias que ele havia sido morto no Torneio Tribuxo. Três dias em que não conseguia dormir e muito menos comer; doía em seu coração todas as vezes que ouvia alguém dizer seu nome. Simplesmente não conseguia acreditar que ele se fora; era improcessável. Doloroso demais.

No momento em que viu seu corpo imóvel, o horror se formando na plateia e o desespero de Amos, sabia que nunca mais ia se esquecer daquela cena. Iria conviver com aquele sofrimento até seu último suspiro. 

Lembrou-se da primeira vez que o vira. Tinha sido até mesmo antes de que entrara pela primeira vez em Hogwarts. Zara estava comprando seus livros para o primeiro ano quando um menininho começou a conversar com ela. E, claro, era Cedric. Desde então nunca mais se separaram.

A garota decidiu sentar-se no guarda-corpo. Tirou do bolso da capa uma foto de Cedric e ficou em silêncio a olhando. A figura animada sorriu para ela, fazendo-a sorrir também, mesmo que por meros segundos. Então olhou para baixo; eram cerca de vinte e cinco metros dali até o chão. Um pulo e tudo acabaria. De fato, não é uma má ideia...

Nesses últimos dias ela vinha sonhando com Diggory. E em todos eles ele a assegurava que estava tudo bem. Mas então levantava e percebia que tudo aquilo não passara de um sonho. Que nunca mais poderia ver ele. E explodia em lágrimas. 

Ouviu passos e, por impulso, guardou rapidamente a foto que segurava de volta no bolso da capa. Não deu tempo, porém, para limpar as lágrimas que ainda escorriam pelo seu rosto. Quando ia se virar, sentiu braços a puxando para trás, tirando-a do gradil que estava. Assustada, a garota olhou a figura à sua frente. 

— Draco?  

— Você não ia pular, ia? — a voz do loiro era quase inaudível, como um sussurro, tão triste que a garota jurou ter visto uma lágrima se formando em seus olhos.

— N-não... — respondeu no mesmo tom, abaixando a cabeça. Não havia tomado consciência do que estava prestes a fazer poucos segundos atrás e então se sentiu culpada. Malfoy suspirou, um pouco mais aliviado, ficando ao lado da corvina, que decidiu mudar de assunto. Respirou fundo. — Não deveria estar aqui. Se alguém encontrar você aqui a essas horas... — disse, esperando que o loiro entendesse o resto

— Então diria que estava te ajudando — deu uma pausa, olhando para a garota, como se estivesse decidindo entre falar ou não algo —  De qualquer forma seria legal passar a detenção com você.

Não era típico de Malfoy dizer tal coisa, mas se esforçava para que Zara se sentisse feliz ao seu lado, principalmente nos últimos dias. Foi por isso que ela não pôde deixar de ficar surpresa.

— Vi que você estava com alguma coisa antes de eu chegar. — Draco disse, olhando para o bolso da capa de Crawford. Era óbvio que ele a vira guardando. 

— Não é nada. —  ele a encarou. — Juro.

Ignorando o comentário, o sonserino acabou pegando a foto de dentro da capa dela. Ela o olhou, um pouco irritada. Ambos não disseram nada, pois sabiam que só piorariam a situação. Um silêncio absoluto se tornou presente, e foi nesse momento que Malfoy desejou não ter feito nada. 

— Sinto muito por ele... — Draco finalmente disse, mas não obteve resposta.

— Sim. — a garota respondeu com a voz falha, depois de um longo tempo lutando contra as lágrimas que ameaçavam rolar sobre seu rosto novamente. Ela apoiou sua cabeça no ombro de Malfoy.

— Queria que você soubesse que pode contar comigo—. Para o que quiser. Porque eu te amo, Zara Crawford. E eu não suporto ver você triste, sabe disso. Não suportaria ver você pulando da torre da astronomia. Você é a única coisa que tenho, a única que amo. — agora era ele quem estava com os olhos brilhando. Draco a puxou para mais perto de si e a abraçou — Sei que você se sente sozinha, mas você nunca vai estar. Nunca.

— Prometo não deixar isso acontecer. — completou, beijando-a.

— Eu também te amo — a corvina respondeu, com um sorrisinho no rosto — Obrigada por tudo.

Talvez, naquele pequeno momento de paz, Cedric estaria a observando do céu. Sorrindo, como sempre fazia. Porque queria que sua amada fosse feliz, mesmo que não estivessem juntos. Mesmo que os dois não estivessem mais no mesmo lugar, como melhores amigos. Ela merecia isso.