Capítulo 5 - Anjo da morte

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O vento que vinha do Leste, onde se podia encontrar as cavernas Dilihias, trouxe algo que de certa forma deixava as plantas agitadas. Ele estava melancólico, junto vinham nuvens cinzas carregadas de água, que poderia matar facilmente quem estivesse desabrigado. Nerius não se incomoda com o fato de ficar ali, junto a sequoia e se molhar, mas isso era antes de ter conhecido Samilhia.

Fim de tarde. -Hum... -Olhando o movimento das árvores.

-O que foi? -Samilhia se protegia do começo da chuva escondida sobre o ombro e em baixo do cabelo do mesmo.

-Algo pousou por aqui, algo grande. -Continua a andar em direção a onde supostamente esse algo poderia ter pousado.

Barulho. -... -Atenta.

O "algo" se encontrava ali, sentado em baixo de uma árvore de folhas amarelas. Ao vê-lo se da conta de que era um anjo estranho caído. -O conhece? -Pergunta ao Racy enquanto se aproxima.

Não mais... Eu sabia é um "anjo da morte"! ~ -Ele parecia nervoso.

Nunca tinha visto um de perto, então é assim a cria de um anjo com demônio essa coisa é enorme. ~ Imyu.

Aberração ~

-Não deveria chamar de aberração a quem acaba de conhecer, não somos ninguém para julgamos a outros, já que somos feitos de defeitos e não perfeição. -Ele olhava fixamente para o ombro esquerdo de Nerius enquanto se levanta.

-Consegue ouvi-los? -Parando em frente ele.

Aquele ser era quase duas vezes maior que Nerius, seus braços eram fortes assim como suas pernas, cabelo longo de cor tão negra quanto a noite, seus olhos estavam "mortos" e não importasse o quanto o olhasse não mostrava nenhum sinal de alma. -Desde o momento em que vocês caminhavam até aqui, pude senti-los pela forma como você falava e nada vivo respondia. Mas o que é você? Não é nem um e nem outro, mas é quase como a mim... O que é isso escondido ai? -Apontando para seu ombro.

-Nerius estou com medo... -Sussurra.

-Nesse caso, eu sou apenas o seu inverso. Ela não está muito confiante para se apresentar. Poderia dizer seu nome? -Olha fixamente para seus olhos.

-Para Nerius eu me apresento como Shé, e para ave em seu ombro queria dizer que não deve ter nada a temer. ~

-... -Nerius se põem a andar novamente indo em direção as árvores medianas, elas continham grandes troncos e enormes tocas(buracos) em seu centro onde podiam se abrigar. O desconhecido, os seguem.

A chuva engrossa, Shé amigavelmente, os cobrem com suas enormes asas negras, que pareciam poder abraçar o mundo.

-Me conte, já que é o primeiro que conheço, por que tem uma única pena de cor diferente? -Ele poderia apenas deduzir, como um dia fez com Samilhia, mas algo o impedia, já que ele não parecia desesperado, não sentia remorso, nem alegria era algo novo.

Ele chacoalhava levemente suas penas para que que secassem. -Você a viu? É uma história um tanto estranha. -Esticando a para deixar mais visível, e depois a fecha.

-Estou com frio. -Novamente sussurra.

-Consegue pegar aquele galho e separar suas folhas para mim? -Ele o faz sem pensar muito. -Poderia coloca-las nessa deformação. -Olha para o local onde deveriam ser colocadas.

-... Parece um ninho no chão. -E se afasta depois de arrumar.

Samilhia finalmente se mostra, saindo em direção ao ninho de folhas. -... -Se aconchegando.

Ele a olha e sai voando por um tempo. -...

-Para onde ele foi, se suas asas ficarem muito molhadas ele não conseguira voar. -Abrindo as asas, para seca-las um pouco.

-Ele não foi muito longe.

Minutos se passam ele volta. -Aqui. -E coloca as frutas, que encontrou perto dela e logo se senta a uma certa distância, voltando a se secar.

-Gentil de sua parte Shé. -Ela se levanta e se põem a comer.

A olha em silencio. -...

-Sua história, poderia nos contar seremos bons ouvintes. -Diz calmo fechando os olhos, como se estivesse cochilando.

Muda seu olhar para ele. -Quando um anjo e demônio se apaixonam, dão cria a um Anjo da Morte, como foi dito por esses dentro de você. Porem, quando isso acontece alguém tem que ser punido por trazer uma lenda desagradável a vida. -Aponta para cima. -Foi a última coisa que vi, depois de ter me escondido por uns 500 anos a descobriram e cortaram suas asas... -Aponta para baixo. -Nosso laço de sangue era tão forte, que aqui de baixo senti, e na mesma hora invadi o céu eles iam matá-la por traição. -Põem-se a riscar o chão com o galho, de onde tirou as folhas.

-Como descobriram que ela avia os, traído? -Samilhia diz um pouco baixo, mas curiosa.

-Uma mancha vermelha em forma de flor se forma na barriga, quanto maior o amor, maior ela fica. No caso dela, já estava subindo pelo seu pescoço não tinha mas como esconder. Me tiraram o que eu mal tinha, levei alguns deles com ela porem foi a única quem enterrei, e quando me dei conta essa pena já estava aqui no dia seguinte.

-Se ela era manchada com uma flor vermelha, ele com uma branca e esse laço quase que infinito, o matou instantaneamente certo?

-Ah, não eu esqueci de mencionar ele morreu antes dela cujos os chamados de "soldados do céu" o atacaram, por trás. Tem mais pecados lá em cima do que se pode imaginar. -Sorri irônico. -Antes de sentencia-la, um rumor de que um demônio chamado Mirhé havia sido morto, o desespero fez com que a flor crescesse de forma mais rápida, ela até que aguentou bem, e se fosse corrompida pela tristeza bem... -Olhando novamente para a ave. -Poderia me dizer seu nome?

-Samilhia. -Diz um pouco tímida.

-Samilhia, se lembra daquela árvore em que me encontram? Ela cresceu em cima do tumulo que fiz a ela incrível não? -Shé diz sem muita indiferença.

Se mantem em silencio o olhando com olhos brilhantes, que perecia está prestes a cair lagrimas. -...

-Por que a chama de "ela", "dela"?

-Para que não soubessem que eu era seu filho, e gritasse o seu nome. Bom com nome ou não, adiantou de muita coisa.

-Se esse é o caso, por que perguntou nossos nomes?

-Só pelo fato de que isso nunca aconteceu antes.

-Por acaso já matou alguém fora os de sua história?

-Não vi necessidade nisso ainda... -E pega uma fruta.

Acho que sei o que está acontecendo aqui, esse cara puxou mais para o lado anjo. Já que contam as lendas que, só de olhar para um Anjo da Morte sua alma é consumida em menos de segundos, e caso alguém tentasse lutar com um ele agiria agressivamente, estivesse sozinho ou não. A cor vermelha a sua volta aumentaria sua sede de sangue, dizimando assim vilas inteiras sem mais nem menos. ~ Imyu.

E o que isso tem com suas asas? ~ Racy.

Não entendeu ainda? Ele salvou um anjo, a enterrou mesmo depois de viver na Terra continuou visitando o tumulo. Suas penas estão mudando, como se ele estivesse passando por algum tipo de transformação lenta, uma conversão sei lá. A cada um que ele salva, uma pena muda de cor.

Notificando a Samilhia o que eles acabam de dizer. -Então poderia olhar suas asas novamente?

Fim, pt 1.

Nerius - ContosOnde histórias criam vida. Descubra agora