|A última porta|

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                            𝐏𝐫𝐨́𝐥𝐨𝐠𝐨

                >Durante o ocorrido<

Uma garotinha de oito anos, lá estava ela indo em direção ao banheiro enquanto estudava em sua escola particular nada chique. Andando com tênis sujo de lama e cabelo loiro amarrado parecendo um alienígena, mas um alienígena de olhos pretos e boca grande de cor rosa, um batom que toda garota do ensino fundamental gosta. A fama da cor rosa nessa idade, que quando chega a adolescência acaba sendo trocada pela cor preta. O banheiro daquela escola era mais agradável do que a sala de aula pelo fato de não ter pessoas, ah, é claro que tinha só que raramente, e quando tinha era apenas pra retirar o almoço do interior daquelas barrigas fofas.
  Vou parar de enrolar.

Chegando no banheiro ela deu de cara com quatro garotas e um garoto, mas o garoto era o triplo da idade delas. Um pedófilo adolescente pra ser mais específica.

- Oi! Por que tá matando aula?- Perguntou a garotinha que tinha uma pinta enorme em baixo do seu olho direito.

- Não estou. Vim fazer xixi.- Disse a menininha com tamanha inocência.

- Você faz isso todos os dias no mesmo horário, tem certeza que é pra fazer xixi?- Perguntou a outra garotinha com marcas roxas em sua coxa.

- Sim.- Deu um passo á frente locomovendo seu corpo para dentro do banheiro.

- Ei! Pra onde você vai?- Quem falou isso foi o garoto de 16 anos chamado Noah Centineo, que apertou o braço dela com sua mão suja de tinta.

- Me larga! Eu quero fazer xixi.- Gritou a garotinha vitimizada fazendo com que o maior entrasse no banheiro e a puxasse seu braço com força a arrastando no interior de uma das portas. A última porta. A mesma gritava tanto que sua voz foi ficando rouca e fraca com os segundos que passavam, e as três que estavam na porta de entrada trocavam olhares assustados entre si. A, te falei que tinha quatro garotinhas? Sim, TINHA.
Pois nesse momento a terceira pegou na mão uma faca rosa com flores brancas que foi retirada do seu bolso localizado no pijama, empurrou as três que estavam na porta as fazendo cair de cara no chão, foi dando passos longos e apressados até chegar na última porta no interior do banheiro.

- Larga a menina, esse é meu primeiro e último aviso.- Disse ela com raiva nos olhos azuis, escondendo a faca com as duas mãos atrás de seu corpo.

- Sai daqui!! Você não vai querer sentir a mesma dor que ela.- Falou o garoto que estava quase retirando a roupa de baixo que a garotinha indefesa vestia.
A garotinha armada, retirou a faca de trás dela com rapidez aproveitando que o maior estava de costas pra ela, fechou os olhos e quando abriu avistou a faca enfiada na perna do garoto.
Gritos, foi isso que ela escutou vindo dele, com sangue escorrendo da perna dele até chegar nos pés dela. Medo, foi isso que ela sentiu quando avistou sua mão ainda tocando a faca.

- Sai logo! Ele vai matar você!- Gritou para a garotinha indefesa. A mesma se levantou já que o peso do corpo do maior não estava mais a impedindo de se mecher, e correu aflita dando olhares pra quem a ajudou.

- Obrigada.- Um agradecimento breve e sincero que ela falou quando estava com seus braços apoiados na porta. Logo fugiu da cena do crime. Um crime super apoiável.
A garotinha armada retirou a faca do interior do garoto fazendo com que ele se encolhesse no chão e o sangue saísse da ferida como torneira quebrada.

- Eu te dei um aviso. Por que continuou com a burrice?- Ela perguntou com sua faca ainda agarrada na mão que pingava gotas de sangue pelo piso estriado,onde os riscos cinzas se transformaram em vinho.

- Você é maluca, garota.... E... Eu não aguento mais tanta dor.- O mesmo entrelaçou seus braços ao redor da perna afetada. Lágrimas corriam pelos seus olhos que ao mesmo tempo mostravam profundo desejo de dor, não pra ele, mas para a garotinha indefesa.

- Você mereceu.- Foi em direção a porta de saída daquele banheiro pegando a chave da porta e  trancando-a logo depois de fechá-la.
Foi andando até o portão gigante de cores arco-íris daquela escola pra não deixar vestígios de que foi ela quem fez isso com ele.
Sim, ela era uma garotinha de oito anos, e não sabia como funcionava uma investigação. Tadinha, acreditou que eles realmente não iam descobrir que foi ela quem causou o sangue naquele banheiro. Pelo menos foi por um bom motivo.
Sabrina, esse é o nome da pequena "criminosa" que esfaqueou um garoto pra ele não causar um trauma em outra garota, mas olha só, o trauma foi todo pra mim. Isso mesmo. A Sabrina sou eu.
Mas vamos continuar a história pra você entender o porque comecei contando sobre minha infância.

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