|Seis meses depois do trauma|

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               ~ Após o ocorrido~
     
Meus pais foram pra Londres em uma viajem de emprego, não sei bem o que é, mas concerteza tem algo haver com política. Não gosto de política. Política= morte, é assim que funciona onde vivemos. Faz uma semana desde que eles viajaram e até então eu fico com tédio, sozinha e me sentindo sem teto mesmo morando em uma casa grandiosa. Ficar sem meus pais nessa casa faz com que ela se tranforme em algo sombrio e arrepiante.
Decidi ligar a tv, e..... " Aviso de urgência, hoje as seis da noite um presidiário muito perigoso fugiu de sua cela, matando quatro policiais com apenas uma faca. Tranquem suas casas e não saem dela por nada, suas vidas dependem de vocês mesmos nesta noite." Isso foi o que ouvi assistindo o jornal.
Pronto! Era só isso que faltava pro meu psicológico ficar "instável". O que iria acontecer comigo? Eu morreria nessa noite? Não posso, não mesmo. Desliguei a tv jogando o controle na parede fazendo com que ele se tranformasse em cinco mini controles, eu não iria aguentar ver mais notícias ruins hoje pra depois ficar chorando feito uma tonta medrosa.

Respirei, expirei, respirei, expirei..... Respirei, expirei. Parei, de qualquer forma isso não adiantaria em nada, não é como se aquilo fosse me defender caso ele entrasse aqui.
Saí da sala indo em direção a cozinha, abri o armário onde formigas circulavam por fora pelo fato de ter açúcar pra todo canto. Derramei ontem, não quis limpar. Lá estava minha bebê, uma faca rosa com flores que eu levava pra escola. Ei! Não me levem a mal, minha escola só tinha maluco!
    Peguei ela, olhando-a com um sorriso orgulhoso, passado lentalmente meu dedo indicador pela lâmina afiada. Sangue, foi isso que derramou pela cor rosa da faca a transformando em vermelho, eu não sei porque fiz isso mas talvez tenha sido meu eu interior querendo sentir uma dor que aliviasse o desespero que eu sentia por dentro.  Funcionou, agora me tornei uma garota corajosa pronta pra atacá-lo se ele entrasse naquele local sombrio, que eu chamo de minha casa.

Se passou 2 hrs, e eu andava de um lado para o outro naquela cozinha com a faca "vermelha" na mão sem tirar meus olhos do trinque da porta, em passos desconfiados e pequenos com o corpo encolhido, suor descendo pelo meu pescoço causando cócegas fui chegando mais perto da porta.
- Sabrina!!- Dei um pulo pra trás fazendo com que eu mesma caisse de bunda no chão.

- Sou eu, o Jin!! Abre logo que eu tô com medo.- o mesmo falava dando batidas forte no outro lado da porta. Ufa, era só meu vizinho irritante.

- Que susto car*lh*, espera um segundo.- Falei com a bunda ainda no chão.
Me levantei usando a mesa como encosto, destranquei a porta e abri...

- Por que demorou? Vim aqui, meus pais sairam!- Ele falou enquanto entrava com seu corpo coberto de lama. Tranquei a porta rapidamente em seguida.

- Você ta fedendo garoto, caiu quando correu pra cá?- Dei risos altos colocando a mão na barriga, não pude evitar.

- Sim. Mas quando saber o motivo não vai querer rir.- Ele disse, apontando seu dedo indicador pra janela que ficava ácima da pia. Me aproximei cerrando meus olhos pra tentar ver melhor....

- Aaah.- Ele gritou em meu ouvido me fazendo dar um pulo pro lado e gritar também.

- Você é boba. Achou que tinha algum maluco lá?- Riu da minha cara após falar isso. Risos de hiena. Ele não sabia sobre meu passado com Noah, uufa.

- Não faz isso de novo. Eu tenho uma faca na mão e sei muito bem usar minha bebê. Lembra dela?- Me aproximei dele, colocando a faca na direção de seu rosto.

- Ei! Foi essa coisa que você usou pra cortar meu cabelo.- Falou erguendo seus braços pra cima mostrando rendimento. Ah, uns dois meses depois de ter acordado do coma eu cortei seu longo cabelo por ele ter entrado no meu quarto sem permissão.

- Sim. Fica tranquilo, eu tomo remédios pra que isso não aconteça novamente.- Falei bricando com a cara dele, passando a faca no cabelo que caia em sua testa. Não sou louca, dou minha palavra a vocês.

- Por... Por que tem sangue?- Ele falou baixando seus braços o mais lento possível.

- A. Matei alguém antes de ter enterrado no quintal.

- Não é isso. Sua cintura, ela tá sangrando.- Logo ele retirou minha faca de seu rosto jogando pro lado, aproximando sua mão do meu corpo....

- Ei!! Não toca sem minha permissão.- Dei um tapa em sua mão. É, realmente tinha sangue ali.

- Você tá sangrando muito, para de frescura.- Ele levantou minha blusa o bastante pra enxergar uma marca de facada. Eu virei minha cara pro lado não querendo ver o corte.

- Tá muito feio?- Perguntei assustada.

- Isso tá pior do que feio! Me desculpa, isso deve ter acontecido quando te assustei.- Eu me lembro de sentir uma dor forte quando pulei com a faca na mão, nem liguei muito naquela hora.

- O que vai fazer? Vai me ajudar, não vai?

- Sim. mesmo que seja você, eu não quero que morra agora.- Talvez ele estivesse exagerando. Ou não.

- Confia em mim e não tente me bater.- Ele falou com as mãos pra frente dando sinal pra eu ficar calma.

- E por que eu tentaria bater em você?- Ele colocou um braço em minhas pernas e o outro rodeando minha cintura, me fazendo ficar no colo dele.

- Boa menina, continue assim!- Ele falou me colocando em cima da mesa.

- Sorte sua eu não ter minha faca em mãos.- Falei balançando minhas pernas de nervosismo.
Será que ele colocaria álcool na ferida??

- De tanto carregar aquilo acabou ficando machucada. O feitiço virou contra o feitiçeiro.

- E você me deixou fedida de lama.- Cheirei minha blusa fazendo cara de nojo.

- Logo você não vai ter ela pra ficar cheirando.

- Como??

- Fecha os olhos.- Com os olhos fechados, senti algo rasgar minha blusa ao meio. Abri e vi ele com minha faca na mão.

- Tá maluco Jin??- cruzei meus braços em cima do sutiã preto de renda.

- Você não iria deixar eu tirar sua blusa, fiz isso por obrigação.- Falou jogando a faca pra longe de mim. Boa escolha.

- Tá, só faz logo o quê é pra ser feito.- Fechei meus olhos retirando os braços do sutiã rapidamente, me tornando a estátua do Rio de Janeiro.

- Não precisa deixar tão á mostra assim. Faria isso com qualquer um?!-  Fez carinha brava.

- Você É qualquer um.- Falei com um sorriso provocativo.
 
- Tem álcool aqui?

- Não!!- Respondi de forma alta.
Ele foi até a pia, pegou um pote do armário açucarado lavando-o em seguida, colocando água e sabão.

- Posso começar?- O mesmo perguntou com o pote na mão quando se virou pra trás. No lugar que acabei de dar fuga.

Eu não iria querer sentir aquela dor, de jeito nenhum. Escolhi ser covarde e fugir do Jin, água e sabão no meu corte? Nem por um beijo do Harry Styles.... Bom, talvez. Mas esse não era o caso.

- Sabrina??- Ele gritava a procura de mim.

Eu estava bem aconchegada lendo um livro no meu quarto, com as pernas cruzadas enquanto meu corpo se deitava no colchão. " Eu me apaixonei pelo meu vizinho". A frase que apareceu no trecho do livro, que nojo. Eu nunca me imaginaria apaixonada por Jin, isso seria totalmente fora do comum, se um dia isso acontecer eu não me chamo Sabrina.
..........

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⏰ Última atualização: Jan 20, 2021 ⏰

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