5. Confissões Póstumas

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Yoon Bora era quem dirigia o carro de Minhyuk na volta à pousada, ela e o velho Kang levaram um tempo para acalmar ao professor e colocá-lo de volta nos eixos, mas seu estado ainda era lamentável, o que era completamente compreensível, foi informa...

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Yoon Bora era quem dirigia o carro de Minhyuk na volta à pousada, ela e o velho Kang levaram um tempo para acalmar ao professor e colocá-lo de volta nos eixos, mas seu estado ainda era lamentável, o que era completamente compreensível, foi informação de mais para receber de uma vez. Ele estava quieto, calado, o rosto ainda inchado, olhos e nariz avermelhados depois de tanto chorar. Ela gostaria de fazer algo a mais por ele, porém sabia que existem batalhas que devemos travar sozinhos, tinha suas muitas próprias experiências em batalhas internas, muitas havia ganho, outras perdeu. Por hora apenas fez uma prece pedindo paz e clareza para o homem a seu lado.

Minhyuk sentia a tempestade das revelações ainda causando tormenta no mar revolto de sua mente. A lacuna entre suas memórias não foi completamente preenchida, contudo as lembranças daquela tragédia eram muito nítidas, reviveu toda a experiência, todos os sentimentos e a sensação de impotência. Doía muito, tanto física quanto emocionalmente. Estava cansado, mas sentia que ainda não podia descansar, precisava lembrar-se de mais, devia a Min-ah e Yu-na honrar as memórias de ambas, horar sua amizade, foi o que prometeu ao velho Kang em meio as lágrimas e soluços.

"Eu vou lembrar de vocês, eu vou lembrar de tudo e levar vocês para sempre comigo". Repetia incessantemente como se para tatuar a promessa em sua consciência.

Bora estacionou próximo à Girassol, retirou o cinto e abriu a saiu do veículo. Deu a volta e abriu a porta do carona para Minhyuk. Aproximou-se e retirou-lhe o cinto, sentia a necessidade de cuidar dele que parecia pequeno, inseguro e perdido, um lugar onde ela mesma já estivera algumas vezes e tudo o que ansiou foi de um porto seguro, um apoio, alguém para dizer "você fez muito bem!". Ela observou seus olhos espertos agora opacos, ele era bonito, jovial, convidativo... Observou que em seu pescoço ainda estava o colar com a pedra de água-marinha e sem surpresa alguma ficou feliz, conhecia a si mesma o suficiente para entender o interesse que nutria pelo professor, era madura de mais para negar seus próprios desejos.

– Bora, onde fica o columbário? – Minhyuk perguntou com a voz rouca, a garganta ainda machucada pelo choro recente.

Ela lhe passou o endereço, e antes que ele fosse até lá pediu que esperasse um pouco. Correu para dentro de seu modesto jardim e voltou com um pequeno e modesto buquê de astromélias de pétalas rosadas, adorava essas flores e era um desafio cultivá-las no clima coreano, mas não era impossível e valia a pena.

– Toma, são astromélias.

Minhyuk encarou as flores confuso mas respondeu educado.

– Obrigada, elas são lindas...?

– Elas simbolizam a saudade e a gratidão de uma amizade eterna. Veja, ela apresenta seis pétalas: compreensão, humor, paciência, empatia, compromisso e respeito, características caras para uma boa amizade. É o presente perfeito para suas amigas, você não acha? – Ela explicou paciente.

Uma lágrima fina e solitária escorreu pelo rosto bonito do professor.

– Sim, elas são. Obrigado – disse baixinho, a voz quase falhou outra vez.

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