Eu xingo até o papa
Chamo o Diabo de meu benzinho
Entro no cemitério pra beijar caveira
Chupo picolé no frigorífico
Me caso com mulher rampeira
Faço churrasco no crematório
Como o que sobrar da lixeira
Ando em avião de camicase
Atravesso o oceano nadando
Tiro a roupa da múmia e ponho gaze
Amarro os braços do Cristo redentor
Digo que poesia pode ser uma frase
Chamo bandido de meu doutor
Saio pelado na rua em plena luz do dia
Mato minha esposa, mas por amor.
Como político faço da pobreza minha mordomia.
Compro CD de modelo que virou cantor
Vou ao teatro pra dizer que tenho cultura.
Saio com mulher feia e faço orgia.
Venero até Hitler e a raça pura
Troco a noite, vendo o dia
Empresto celular na cadeia
Suborno o sargento na blitz
No hospital público pago cirurgia
injeto chocolate na veia.
Por muita grana
Qualquer um vira moralista
Fica surdo e mudo
E é por isso tudo
Que eu sempre me ajudo.
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NÃO VOU AO MEU ENTERRO
PoetryESTE LIVRO É UMA MINI COLETÂNEA DE POEMAS DE MINHA AUTORIA DOS MEUS ÚLTIMOS 4 LIVROS.
