Contra o Tempo

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*CAPÍTULO 2*

*Aconselho vocês a lerem esse capítulo, ouvindo a música da Ruelle- Carry you*

Terça-feira, duas horas da tarde:


Televisão on

"Terror durante intervalo no colégio Sparkle, 3 alunos muito armados entraram na área de alimentação, da escola bem conceituada, fazendo alunos de reféns, e muitas vítimas fatais. Até o momento foram confirmadas 15 mortes, entre alunos e pessoas que estavam trabalhando. A polícia já conseguiu entrar no local, matando o principal atirador, e conseguindo prender outros dois, muitos alunos já estão nos hospitais da região. Um comunicado do Colégio Sparkle, é para que os pais dos alunos, procurem por eles na escola, e será informado o paradeiro de seus filhos. Esse foi o boletim da tarde traremos mais notícias, muito obrigado."

Televisão off

Abri meus olhos, meio atordoada ainda, não sabia onde eu estava, tentei me levantar mas a enfermeira me impediu:

-Gabriely, fique calma, você está no hospital, foi baleada, seus pais já estão a caminho. Como você está se sentindo ?

-Cadê o Joseph ? Meu namorado, ele tá aqui ? Cadê o Joseph ?

- Acredito que esteja aqui, fique calma, vou procurar por ele, e te dou notícias, fique tranquila.

- Obrigada.

Assim que a enfermeira sai do quarto, meus pais e meus irmãos entram, já chorando me abraçam, eu começo a chorar e me sinto aliviada por estar bem, por ESTAR VIVA.

Foram muitas emoções, até que somos interrompidos pela enfermeira, que pela expressão no rosto, não tinha boas notícias.

- E então ? Como ele está ? Ele tá bem ?

-Olha Gaby, ele tá vivo, mas ainda corre risco de morte, a bala perfurou o pulmão, ele acabou de sair da cirugia, está em coma.

A essa altura, estou desesperada, mal consigo respirar, de tanto chorar.

- Quando ele vai acordar ? Eu posso ver ele ?

- Pode ser que ele acorde logo, ou em algumas semanas, ou talvez nunca acorde, isso só o tempo dirá.

Suspiro forte, seguro meu peito, que parecia estar em chamas, a enfermeira continua:

- Assim que o médico liberar, venho te buscar pra vê-lo, pode ser ? Mas agora tenta se manter calma, você passou por um trauma enorme, precisa manter a pressão sanguínea normalizada, ou se não, terei que te colocar pra dormir ok ?

Só dei que sim com a cabeça, não tinha forças pra falar, eu me sentia num pesadelo.

- Filha, vai ficar tudo bem, Joseph vai sair dessa, deita a cabeça aqui no meu colo.

Minha mãe continuou falando comigo, acariciando meu cabelo, até que peguei no sono, e pude descansar um pouco.

Depois de algumas horas, percebo que estou sozinha, e isso me deixa desesperada, tento me levantar, sair da cama, mas sem sucesso, estou cheia de fios nos braços, o que me deixa mais apavorada ainda, começo a gritar.

- Se acalme Gaby, estou aqui, o que houve ? A enfermeira entra no meu quarto.

-Cadê meus pais ? Não quero ficar sozinha, porfavor não me deixe sozinha.

- Eu estou aqui, não vou sair, aliás, Joseph já pode receber visitas !

- ELE ACORDOU???

- Infelizmente, ainda não, mas você pode ir até lá, conversar com ele, se quiser.

Ela me coloca numa cadeira de rodas, depois de ter perdido muito sangue, estava muito fraca.
Assim que cheguei na frente do quarto dele, o senhor e a senhora Walker estavam na porta, sentados.

Sra.Walker, corre até mim, me abraça chorando, e diz o quanto está feliz por eu estar viva, diz que não suporta ver Joseph naquela situação.
E enquanto ela fala comigo, não paro de pensar que a bala que atingiu ele, era pra ser minha, era pra ele estar bem, e eu daquela maneira.

-Entra querida, vai fazer bem pra ele, ouvir sua voz. Sra. Walker me da um beijo na testa e abre a porta pra mim.

Quando bato os olhos no Jo, ele está tão sereno, como se apenas estivesse dormindo, e isso me faz desabar em lágrimas.

Vou até próximo a sua cama,e pego sua mão, fico alguns minutos só ali, o acariciando, e tentando memorizar cada linha, cada traço de seu rosto.
Tomo coragem e digo as primeiras palavras:

- Eu também te amo... E desabo em lágrimas outra vez, meu olhos queimam, de tanto que já chorei.

- Meu amor, aguenta firme, não desista, eu vou estar aqui do seu lado, segurando sua mão... Porfavor não me deixe, eu não vou suportar uma vida sem você, continue lutando, você é o amor da minha vida.

Desço da cadeira de rodas, e deito ao lado dele na cama, abraço-o, escuto seu coração bater forte no peito, não tenho certeza se ele me escuta, mas sei que ele sente que estou aqui.

Alguns minutos depois...

A enfermeira vem me buscar, não queria sair dali, mas o médico iria examiná-lo, não tive outra escolha, voltei para o meu quarto, meus pais estavam vendo quem iria passar a noite comigo, então decidiram, que meu pai e meus irmãos iam pra casa e de manhã voltariam, minha mãe dormiria comigo no hospital.

Quarta-feira, quatro horas da madrugada:

Acordei com o movimento de pessoas correndo ao lado de fora do quarto, me levantei e vi que a maca estava saindo do quarto de Joseph, no desespero, corri até lá, e a enfermeira me disse que ele havia tido uma parada cardíaca, e que estavam levando ele para uma cirurgia de emergência.

Tudo ficou em câmera lenta novamente, senti minhas pernas falharem, a visão ficou turva, caí sobre meus joelhos, nesse momento já não sei se gritava, ou se era apenas um grito ensurdecedor na minha cabeça.

Oiii gente, mais um capítulo encerrado, espero que gostem.

Deixo para o próximo capítulo a dúvida, Joseph vai sobreviver?

Curtam e comentem ❤️

O azar é meu, por ter um coração tão HumanoOnde histórias criam vida. Descubra agora