Expresso de Hogwarts - Londres, Inglaterra
Leonna estava cansada de andar por aqueles corredores a procura de um lugar onde pudesse se sentar. A maioria das cabines ou estavam ocupadas, ou os alunos se negavam a dividir o mesmo local com a filha de um assassino, assim como ela ouvira de uma garota.
- Idiotas! - Murmurou irritada.
Desde que Rita Skeeter publicou no profeta diário - com direito a primeira página- de que a filha, até então desconhecida, de Sirius Black estava de volta ao mundo bruxo britânico, sua chegada e presença passou a ser um inferno. Os olhares de medo eram frequentes por cada bruxo que a garota encontrava.
Não era difícil saber que ela era uma Black. Os olhos castanhos escuros, herdados de seu pai claro, eram assustadores. Seu cabelo rebelde, era meio liso, meio ondulados, nunca dava para saber. O gênio forte de almofadinhas. Mas ela não podia negar, Leonna amava ser comparada com o pai, e confiava fervorosamente de que Sirius era inocente.
Depois de muito andar, finalmente a garota pôde agradecer a Merlin por encontrar uma cabine vazia mais ao final do trem. Se jogou nos estofados e sentiu seus músculos agradecerem pela procura, que parecia ter durado uma eternidade, finalmente acabar.
Leo puxou o envelope do bolso e abriu delicadamente. Era a décima carta do pai que ela recebia depois de sua fuga, mas sempre parecia a primeira vez, não poderia estar mais ansiosa. Desdobrou o papel, se ajeitou na poltrona e começou a ler.
Olá, querida
A essa altura você já deve estar no expresso indo para o castelo, espero que já esteja fazendo amigos e que esteja provando as maravilhosas tortinhas de abóbora, mas deixemos isso de lado.
Estou morrendo de saudade, minha filha. Não vejo a hora de poder abraçar você e te proteger de todas as coisas ruins das quais eu não pude todo esse tempo. Ainda sinto muito pelo o que aconteceu com a sua mãe, assim que fugi de Azkaban, Remus me contou sobre a morte de Catherine, confesso que passei noites chorando mas eu ainda tenho a minha pequena comigo.
Aluado também me disse que você é muito parecida comigo, espero que não arrume tantas encrencas em Hogwarts como o seu velho aqui.
Leonna riu com um pouco de dificuldade já que seu nariz começou a entupir depois de começar a chorar copiosamente. Sem se importar se a veriam, ela voltou a ler.
Sei que nosso encontro foi adiado por conta de alguns problemas. O ministério voltou a me procurar desde que fui visto no caldeirão furado, por causa disso não pude lhe trazer para casa, não enquanto a poeira não abaixar, todo cuidado é pouco, minha filha.
Não se preocupe, Hogwarts tem as pessoas mais incríveis e leais que você vai conhecer. Sei que será difícil começar em uma nova escola onde todos sabem que você é filha de um assassino, mas isso é bobagem. Tem um coração bom, Leonna, sinto isso. Deixe que eles vejam sua bondade com os próprios olhos.
Antes que eu deixe esta carta completamente encharcada, será que poderia conceder a um desejo de seu velho? O mais perto que Harry tem de uma família sou eu, querida, aproxime-se dele. Confie nos filhos dos Weasley e na senhorita Granger, são pessoas fantásticas que sabem da verdade e que acreditam que eu sou inocente. Faça amizade com eles, crie laços com o filho de Thiago, eles serão seus maiores amigos e aliados e além de tudo, confie nas pessoas que ele confia. Espero que vocês sejam bons amigos.
Me escreva assim que possível, quero saber para qual casa foi selecionada, se fez amigos, como se sente indo para uma escola pela primeira vez. Espero que Lupin tenha lhe ensinado tudo o que precisa.
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Under the moonlight
Fanfic"Ela é tão fria como o pai" Leonna sempre sempre recebia comentários que alegassem que seu pai era sim o verdadeiro culpado e um assassino e um traidor de sangue. Todos julgavam Black por ser filha de um desertor e uma desonra da família Black. Mas...