- Olha aquela! Parece um elefante. - disse enquanto observavamos as nuvens naquela tarde de verão.
- Aquela é uma bola de volei! - tu exclamavas com alegria nos teus olhos.
- Será que onde quer que estejas, só vês voleibol? - entre risos, eu proferi, subindo no teu colo. Ambos sentados naquele cobertor amarelo que forrava a relva.
Costumavas dizer que era o teu raio de Sol.
- És realmente a melhor parte do meu dia - declaravas unindo os teus olhos azuis com os meus. Pressionaste o meu corpo contra o teu, colocando as mãos na minha pequena cintura. Parecia possível ser para sempre.
- Não me deixes. - pedi, mais sério do que alguma vez me havias visto, mas mesmo assim, levaste na brincadeira, sorrindo como resposta.
- Nunca. Promete - insisti. Precisava de confirmar que aquele momento duraria para sempre.
- Prometo.
Tu prometeste. Suponho que tenha sido apenas uma promessa vazia. Mas naquele momento, acreditei mesmo que serias meu para sempre. E garanti que seria teu para o resto da eternidade. E sou. Continuo a ser. Mesmo que não sejas meu, sou teu corpo e alma. Mesmo que agora esteja miserável sem ti, e que me torture a pensar nos tempos que passamos juntos, não me arrependo de nada, e dava o mundo para te ter de volta. Aceitaria o teu abraço em questão de segundos.
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-Entra! Não está assim tão fria. - tu garantiste com a tua alegria usual.
-Boke! Sem chances. Eu não vou entrar no lago! - exclamei, sendo o idiota que ainda sou.
Cruzaste os braços, fazendo beicinho, cara mais fofa nunca vi. E num segundo, estava a pegar-te ao colo naquela água gelada. Entrelaças-te as tuas pequenas pernas à volta da minha cintura, com o teu cabelo ruivo completamente puxado para trás devido à água. Naquele momento, olhava para a tua face delicada e para o teu nariz arredondado, e pensava na sorte que tinha.
Porque fui deitar essa sorte ao lixo? Porque assumi que ficavas melhor sem mim? Ao relembrar esses momentos, confirmo que eramos felizes, mesmo que não fossemos como os outros casais. Éramos felizes da nossa forma. Fui deixar-te acreditando que ficarías melhor, e agora sofremos os dois sozinhos. Será que se me ajoalhasse agora e implorasse pelo teu perdão me aceitarías de volta?
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E agora é inverno. E estou debaixo dos lençóis a ouvir a chuva a cair e a pensar no quão felizes eramos juntos. A perguntar-me se alguma vez serei feliz sem ti. Não tenho dúvidas que nasci para ser teu. Não tenho dúvidas que és o amor da minha vida. Não quero mais ninguém.
Não sinto nada sem ser dor desde aquele dia em que foste embora. Já passaram seis meses, e a minha vontade de viver ainda não voltou. Sem ti não sou ninguém. Não consigo comer, ando sem propósito e não tenho alegria de sobra.
Ouço a campainha. Não quero ir lá embaixo. Não quero ver mais ninguém a não ser tu. Quero-te a ti.
Abro a porta, obrigado a vestir um casaco antes de sair do quarto.
E é quando os meus olhos encontram os teus que as lágrimas escorrem. Escorrem sem parar e sem piedade. E sem perceber bem o que está acontecer, sinto os teus braços em mim. Sinto o teu abraço familiar. Aquele que tanto me fez falta. E entrego-me ao teu abraço, mostrando que nunca parei de ser teu.
- Desculpa - tu dizes chorando. Eu desculpo. Como não haveria de desculpar? Estou disposto a arriscar a sanidade que me resta para apostar em nós - Amo-te. Nunca parei de amar.
- Eu sei. Eu sei. Está tudo bem - digo, abraçando-te com mais força e acariciando o teu cabelo com os dedos.
Passado uns minutos, separo o nosso abraço, conduzindo-te ao meu quarto pouco iluminado, entregando-te o meu corpo.
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A luz entra pelas cortinas. Já é de manhã, e pela primeira vez tenho vontade de me levantar. O teu corpo nu toca no meu, enquanto a tua respiração pesada eleva o teu abdômen. E por momentos, observo-te enquanto dormes. Os teus lábios semi-abertos, o teu nariz torcido, os teus olhos cerrados e o teu cabelo despenteado que te cai na testa com perfeição. Tive saudades do teu cheiro, saudades do teu toque, saudades de ti.
Vejo os teus olhos a abrirem-se lentamente, e o teu sorriso tímido a aparecer. Puxo-te para cima de mim, abraçando-te com necessidade. Só quero sentir-te. Sentir a tua energia, sentir o teu toque que tanto me fez falta. Quero compensar o tempo que perdemos.
- Sou teu. Para sempre. Não te volto a deixar. - garanto, desta vez dizendo a verdade. Sabendo que a minha vida sem o teu ruivo, fica vazia.
- Vou amar-te para sempre - tu prometes.
Amar para mim sempre significou felicidade. Mas amo-te tanto que dói. É fisicamente doloroso. Mas é uma dor que aceito com prazer. É uma dor que estou disposto a carregar se isso significa passar o resto da minha vida contigo.
Sou teu para sempre Shōyō Hinata.
