Capítulo 8 - O "pós-assalto"

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No dia seguinte, minha mãe me deixa faltar aula e curso devido ao episódio traumático da noite anterior, o "assalto". Nos dias seguintes também acabo faltando.

Passam dois dias, três dias, mas o aperto no peito permanece, o sentimento de vergonha, humilhação. Eu mau conseguia esconder da mãe os olhos inchados de tanto chorar. Até que eu finalmente decido que preciso sair daquele curso. Não aguentaria olhar pra cara de Mauro nem por um minuto. Ele já havia feito loucuras comigo no Ap, mas aquilo... foi de mais, kra... Só de pensar minha respiração e batimentos aceleram e às vezes travam.

Umas dez da manhã eu ligo para minha mãe pelo tefelone residencial e converso sobre o assunto. Sim, ainda temos um.

- A gente paga multa se cancelar a matrícula no curso?

- Estás querendo cancelar?

- Eu sinto que o conteúdo é fraco e não vale o que a senhora paga.

- Essa empresa é renomada, Megan. Acha mesmo que o conteúdo é fraco?

- Eu acho mãe... não quero que a senhora continue gastando seu dinheiro ali. Fora isso, eu não me sinto bem lá. É clima muito estranho. Eu não quero continuar ali, mãe.

- Pode me explicar isso?

- Não consigo, mas só peço que considere o sentimento da sua filha. Eu não tenho paz ali.

- Eu vou pensar. Depois te ligo.

Mais tarde minha mãe me liga.

- Arrume-se e nos encontramos lá no seu curso.

- Mãe eu não tô bem. Mau consigo andar, não quero sair de casa. Por favor.

- Já faz mais de três dias, filha... - ela comenta como se fosse suficiente para superar.

- Eu sei. - respondo com dor no peito.

Vinte minutos depois ela sai então eu deito no sofá e fico observando o nada. De repente, o telefone toca.

- Oi mana. - eu digo.

- Ei guria. O que houve? Três dias que c falta, muher. O Vinícius pediu pra eu te ligar já que ele tá sem bônus, mas você não atende o celular.

- Eu tô bem rs. Quer dizer... teve um assalto...

- Meu Deus, Megan! Quando foi isso?

- Há três dias.

- Caramba, mana. Ainda bem que você tá bem! Quer dizer... ele não te machucou né?

- Fisicamente, não...

- Quer que eu vá aí? Eu vou aí ficar com você.

- Ué. Não está na escola? Não fui hoje. Liguei, liguei e você não atende. Você não imagina o quanto é chato quando você falta.

- Ahhh. - eu sorrio - Também sinto sua falta. Mas a mamãe está aqui. - eu minto - Ela... está me fazendo companhia.

- Primeiro. Eu sei que você se entoca no seu quarto e nem sabe o que sua mãe está fazendo. Segundo. Você não quer me ver? Sério isso?

- Eei. Sabe que não é isso kk.

- Eu vou falar aqui com a mamãe e apareço aí já já. Beijos.

Jenny desliga e eu fico agoniada. Não queria ninguém ali, queria ficar sozinha, apesar de que talvez eu precise de um amigo, mesmo que ele não soubesse o real motivo da minha dor.

Poucos minutos depois escuto batidas na porta. Sinto uma leve alegria crescer em meu peito enquanto caminho para atender, mas ao abrir, o pouco de alegria que eu estava sentindo por achar que era Jenny, desaparece.

A garota que gostava do perigoOnde histórias criam vida. Descubra agora