Um mês depois de eu ter encarado a realidade, encarado minha mãe completamente assustada ao descobrir tudo, encarado os interrogatórios, os exames, eu ainda estava processando tudo e ganhei até uma psicóloga.
As acusações eram graves e as familias das duas meninas que Mauro assediou entraram para processá-lo também. Dessa vez, ele vai receber o que merece. Mas porquê parece que ainda não acabou? Por que eu ainda tenho tido crises e me mutilado???
O olhar de desgosto de Mauro para mim não sai da minha mente, as suas palavras na delegacia... como se eu tivesse inventado tudo, como se eu só estivesse querendo me vingar por uma paixão por ele não correspondida, bem como as outras duas meninas... Me poupe! Você não é tão atraente assim, pelo menos no meu caso, o que me atraiu era o jogo... mas enfim... acabou...
- Hey, federal!! - Jenny me liga referindo-se ao fato de eu ter passado na universidade federal. Ficou super empolgada quando eu contei enquanto que eu me perguntava por que não estava tão feliz quanto ela.
- Oi gata. Que milagre é esse me ligar? Rs.
- Nosso rolê, mulher. Não acredito que você esqueceu. Sério isso?
- Não. Claro que não rs. - eu minto. - O Vinícius confirmou?
- Sim. Ele vai direto do trabalho.
- Tá bom...
- Vou me arrumar. Quando eu pedir o carro te aviso.
- Beleza. Até depois.
Ela desliga e eu jogo o celular na cama.
- Merda. Deve ser a sexta vez que esqueço algo importante. Faz tempo que também não consigo me concentrar em algo. Espero dar um jeito nisso antes das aulas começarem.
Uma hora depois, Jenny chega no Uber e eu entro. Estava com uma blusa de manga longa para que ninguém percebesse meus cortes. Encontramos Vinícius no restaurante e eu o abraço fortemente.
- Ahhh eu tava morrendo de saudade suuaa. - eu digo com um leve e raro sorriso.
- Eu também tava oh. Não tenho mais quem irritar. - ele diz fazendo-se de triste.
- Tá bom tá bom. Chega de "melo melo" e vamos pedir.
- Melo melo? - eu pergunto confusa enquanto me sento. Vinícius também segue na mesma situação rs.
- Que foi? Não posso inventar expressões, agora? - Jenny argumenta.
- Ah claro. Desculpe, moça rs. - Vinícius diz.
Minutos depois nós pedimos nosso lanche e comemos um pouco enquanto colocamos o papo em dia. Eu não lembrava como isso era tão bom. Com eles eu conseguia voltar a sorrir de verdade.
- Vou no banheiro rapidinho. - eu digo me levantando repentinamente.
Eles acenam e eu vou. Ao chegar na entrada principal do banheiro vou de encontro a um rapaz que saía de lá.
Eu me desculpo automaticamente e minha vontade, como sempre, é ir embora rapidamente, mas ao olhar de relance para o rosto dele eu travo um pouco no caminho. Lá vem minha mente pregando peças fazendo-me ver semelhanças no rosto dele.
- Ah tranquila. Uma moça bonita assim eu deixo até esbarrar mais.
Eu o olho mau escutando o que ele diz, pois seu rosto me lembra muito o rosto de Mauro. Por causa disso eu não sei se repugno ou se fico apreensiva e simplesmente vou embora rapidamente.
Apressada, entro na área feminina, sigo para o box e tranco a porta. Encosto-me na parede e respiro fundo.
- Não começa. - eu digo enquanto a respiração começa a acelerar - por favor. - eu tento acalmar meu coração. - Ele está preso, Megan. Se tudo der certo ele vai permanecer lá por muito tempo. Acabou. - eu tento me convencer e não ter outra crise.
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A garota que gostava do perigo
ParanormalA inocência sendo apagada pela sede de adrenalina. Ela queria sempre mais, só que sentiu de mais, se machucou de mais. Ela precisava de ajuda, mas ninguém além do causador de sua dor conhecia sua situação. Nesse book, a Megan vai narrar para vocês s...