— Antes de irmos gostaria de saber se você ouviu o que eu disse?— perguntou novamente com ânsia na voz.
— Ouvi sim e achei normal.— respondi pausadamente.
— Algumas pessoas vivem dizendo que depressão é fruto de uma grande frescura e coisas do gênero. — disse ela tenta esclarecer as coisas.
— Essas pessoas que acham ou dizem isso são leigas. Geralmente nós falamos de coisas que não sabemos nem entendemos afim dos nos sentirmos melhor e só reconhecemos o sofrimento dos outros quando passamos pelas mesmo experiências porque para nós ouvir só não basta. A grande falta de empatia nas sociedades.— disse João desfazendo o nô que tinha na garganta sobre o assunto.
— Uau! — exclamou ela.— Você foi bem profundo.
— Posso saber o motivo?— perguntei com um pouquinho de hesitação.
— Bem... Sei lá as vezes sinto que a vida não tem sentido especialmente aqui. Tanta correria, stress constante, falta de apego, etc...
— Uau!— exclamei.
— O que foi?— perguntou curiosa.
— Foste bem profunda.— retribui o elogio.
— Fala sério?— disse ela com um sorriso no rosto e continuou.— Essa desconexão com a vida fez com que eu ganhasse Depre.— explicou ela.
— Se houvesse uma forma de te Conectar a vida novamente? — perguntei querendo dar uma solução.
— Acho que séria bom!— respondeu mas como não quisesse realmente.
— Anima-te eu sério o Bluetooth entre você e a vida.— disse com a solução na ponta da língua.
— Como? Podes traduzir?— ela perguntou bastante perplexa.
— Para que haja uma conexão entre uma coluna Bluetooth e um telefone é necessário... — fui interrompido.
— O Bluetooth! Interessante, mas existem outras formas de o fazer. Entretanto acho a tua teoria de Conexão interessante. Infelizmente eu não sou uma Depre fácil de se lidar.— disse ela me subestimando e a ela mesma.
— Tenho certeza que vou conseguir. Estaremos Conectados.— respondi bastante optimista.
— Eu pensei que apenas querias me conectar à vida e não à te.— disse ela parando de caminhar.
— Toda a conexão é valida nesse momento.— esclareci.
— Resumindo: eu não gosto muito de sair de casa, tenho pouco amigos, sou muito objetiva, não gosto de perder tempo e as coisas mais interessantes que faço são; ler, estudar e cantar, mas não frequentemente.
— Vejo que isso vai ser formidável. Na tua pequena lista de terror não ouvi; não gosto de redes sócias. Então quero elas.— pedi educadamente.
— Você é engraçado. A tua vida deve ser mesmo muito boa.— disse ela.
— É claro que não é.— respondi rapidamente.
— Então por quê que você quer Conectar-me a Ela?— perguntou indignada.
— Se me passares o teu número eu explico-te. Melhor ainda eu da-te-ei o meu número. — disse com a mão estendida para receber o telefone dela.
— O que queres?— perguntou me olhando atentamente.
— O teu telefone. — respondi mexendo a mão.

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