Summer Love [bokuaka]

capítulo único

Faz muito tempo que não escrevo nada, então peço que tenham um pouco de paciência comigo. No mais, espero que gostem da história!

[...]

— Não posso acreditar que você está mesmo fazendo suas malas.

A voz de Bokuto saía baixa.

Akaashi sabia que ele estava se esforçando para não chorar.

— Eu tive momentos tão bons, mas agora... Esse é o pior de todos eles — Bokuto completou mordendo o lábio inferior com força e encarando um ponto fixo no chão.

Akaashi se virou para ele, deixando a mala sobre a cama de lado. Precisava terminar de arrumá-la, mas não parecia mais tão importante agora.

— Mas nós temos que dizer adeus — Keiji tocou o rosto de Koutarou, fazendo com que ele encarasse seus olhos. Os olhos do mais alto estavam vermelhos, mas ele se recusava a chorar. Não alí, não daquele jeito. — Eu prometo que-

Mas Bokuto não o deixou terminar.

— Não me prometa que você vai escrever — Akaashi o encarou confuso. — Não me prometa que você vai ligar — Bokuto segurou o rosto de Akaashi entre as mãos, encarando seus olhos com súplica. — Só me prometa que não vai esquecer que tivemos tudo.

Akaashi não sabia o que responder. Ele não queria responder. Ele queria ficar ali encarando os olhos de Bokuto para sempre como se eles fossem capazes de livrá-lo de todos os seus problemas. Como se o menor dos toques de Bokuto fosse o suficiente para tirá-lo de órbita. Como se a simples existência de Bokuto fosse capaz de fazê-lo esquecer da sua própria.

— Você foi meu durante o verão e eu jamais poderia desejar nada melhor do que isso — Bokuto continuou, acariciando as maçãs do rosto de Akaashi com os polegares de forma tão delicada que Keiji sentia-se tocado por um anjo. — E agora sabemos que isso tá perto do fim. Parece... — ele procurou as palavras, tentando achar algo que fizesse sentido enquanto aproximava o rosto do de Akaashi. — Parece neve em setembro.

Akaashi riu baixinho quase contra os lábios de Bokuto.

Perto demais.

— Não neva em setembro, Bokuto.

— Neva sim. Pouquinho. Às vezes. Raramente. Algo único. Especial. Para poucas pessoas.

Akaashi entendeu que aquilo significava mais do que Bokuto conseguia expressar, então tudo o que conseguiu fazer foi sorrir com a tentativa.

Bokuto fechou os olhos por alguns segundos e encostou a testa na de Akaashi, ainda mantendo o carinho que fazia. Não queria sair dali. Queria que o tempo congelasse e ficassem ali para sempre. Queria sentir os braços de Akaashi ao redor de si como se ainda fosse o começo do verão e tivessem todo o resto dele para aproveitar a companhia um do outro.

E como se pudesse ler os pensamentos de Bokuto, as próximas palavras de Akaashi quase o pegaram de surpresa.

— Queria que pudéssemos nos sentir sozinhos agora... Se nós achássemos um lugar para nos esconder... — Akaashi mordeu o lábio inferior receoso e sentiu seu rosto arder enquanto levava as mãos até os pulsos de Bokuto com um carinho terno. Bokuto abriu os olhos com a pausa repentina e encontrou as bochechas vermelhas de Akaashi sob seus dedos. O mais novo respirou fundo, criando coragem para terminar e sussurrando tão baixo que, se Bokuto não estivesse tão perto, ele jamais teria escutado: — fazer da última vez como a primeira.