Duas Chances Para o Amor

Capítulo 4 - Deplorável audiência

                  

Manhattan – 18 de dezembro de 2010 – 13h35min

Anne Carvalho

O dia em Manhattan estava lindo, como sempre, eu adorava almoçar em restaurantes na frente do Central Park, pois eu observava as pessoas e tentava adivinhar o que se passava na cabeça delas. Era divertido. Mais hoje não estou aqui para um divertimento, e sim para dar um fim há uma etapa da minha vida que nunca deveria ter acontecido: meu casamento, o que eu sempre sonhei, desde os meus oito anos de idade, quando eu me pegava conversando sozinha no espelho, imitando falas de casório. É. Meu sonho foi longe demais, agora estou sofrendo as tais consequências. Quando desci do avião, imediatamente fui ao encontro de minha mãe, ela estava mais jovem, como sempre e chorava o tempo inteiro me pedindo para voltar não só para Manhattan quanto para Andrew. Expliquei pela vigésima vez para ela que eu precisava recomeçar do zero e que as coisas não eram como ela imaginava. Coitada. Ela só queria que o meu casamento fosse como o dela e do papai. Que duraram exatos 35 anos, separados apenas pela morte dele. A audiência estava marcada para 15h00min e lá estava eu me arrumando e conversando com o Harry sobre como ocorreria.

- Evite falar sobre como era à vida de vocês antes da traição, fale apenas o necessário e o que o juiz perguntar, se Andrew te provocar, não grite, não xingue e não desça do salto em hipótese alguma.

- Tudo bem Harry, vamos enfrentar a fera.

E lá estávamos nós esperando pela audiência, quando apareceu um homem, muito bonito por sinal e nos encaminhou à sala onde o juiz já nos esperava. E então, diante de uma bancada, ficamos eu, Andrew e nossos respectivos advogados. O juiz então iniciou.

- Srta. Carvalho, há chances de reconciliação?

- Nenhuma vossa Excelência.

- Mas por que não? Você nunca vai me perdoar Anne? – Andrew se intrometeu na conversa, interrompendo a voz do Juiz.

- Andrew, por favor, não interrompa a audiência, responda apenas o que for dirigido a você. – O advogado de Andrew comentou.

- Acho melhor o Sr. Andrew Collins responder apenas o que for convicto. – O juiz exclamou. – Então, Sr.Collins, você está de acordo com a separação?

- Não – Respondeu grosso e alto.

- ANDREW, por favor, vamos resolver isso logo. – O advogado Adam comentou novamente.

- Eu não quero, eu não posso me separar da Anne, eu a amo.

- Vocês têm filhos?

- Não – Respondi rápido.

- Bom, vamos resolver a questão financeira. Então o Sr. Andrew possui uma empresa, certo? Srta. Anne possui o próprio carro e Sr. Andrew também... Bom, vocês podem entrar em uma conciliação agora, ou as coisas vão ficar mais complicadas, havendo mais audiências até chegarmos a uma solução. O que vão decidir? – O juiz perguntou.

- Posso conversar com a Anne, vinte minutos? – Andrew perguntou olhando-me fixamente, esperando por uma resposta positiva.

- Vinte minutos de pausa, com licença. – O juiz saiu acompanhado de Harry e Adam.

- Andrew, você não está vendo que não temos o tempo todo? Eu preciso voltar para Kansas ainda hoje, por favor, vamos resolver logo isso, nós não vamos voltar mesmo, essa possibilidade está totalmente isenta. Achei que você já soubesse a minha decisão. – Falei serenamente, eu já estava cansada.

- Anne, eu te amo. Podemos tentar resolver isto.

- Como Andrew? Se você tiver uma máquina do tempo, onde voltamos na parte em que você me traiu com a sua secretária, podemos resolver sim.