Capítulo 4

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Boa tarde Mafiosas. 

Amores estive muito doente e com alguns probleminhas familiares também para resolver. O que me deixou bem cansada. Por isso sumi, mas estou retomado e além de UNCPA, vou terminar a postagem de Gypsy e farei um maratona de Duque por contrato para quem não leu. Então como vai ser bem rápido chame suas amigas. 

Boa leitura!


THAÍS

Meu Deus! Que loucura fui fazer?

Ontem, depois de ficar revirando as caixas, indecisa sobre agir livremente, terminei de arrumar tudo. Já estava quase amanhecendo quando tomei a decisão de viajar e fazer uma surpresa para Letícia, movida por impulso e aparecendo em Vila dos Montes assim, do nada. Como se caísse de paraquedas.

Talvez não conseguisse ir, mas pretendia fazer o que meu coração desejava e pedia. Motivada mais por ele do que pela minha razão, já que faltavam 4 dias para a véspera de natal. Quase que não consegui uma passagem de ônibus.

Estava tão ansiosa para fazer algo impensado e impetuoso, que me mantive acordada até o horário da agência abrir. Na verdade, até tentei comprar pelo site, mas não consegui. Ansiosa, precisava fazer logo. E foi o que fiz. Aliás, não comprei apenas a passagem para a cidade mais próxima a Vila dos Montes, mas também onde seria meu ponto final até lá.

Depois de sair da agência, passei o dia inteiro me ocupando com as coisas da viagem, preparando tudo para deixá-las arrumadas. Fui ao centro da cidade e comprei presentes para todos que eu sabia que estariam por lá, e também produtos de higiene que precisaria.

Um pouco mais tarde, me preocupei em avisar meu pai, que ficou feliz pela minha decisão. Pedi que me levasse à rodoviária antes das 23h. Depois de conversar com ele tentei falar com Marina, mas não consegui. Acabei enviando uma mensagem explicando que viajaria e retornaria depois da virada do ano e, assim que chegasse em Vila dos Montes, ligaria para ela. Pedi que não entrasse em contato com minha prima, pois faria uma surpresa.

Queria chegar lá e pegar a todos desprevenidos.

***

Exausta e pontualmente, às 23h, estava me despedindo de meu pai, na porta do ônibus, sentindo-me estranha e ao mesmo tempo aliviada. Um misto de sentimentos controversos. Eu queria muito ir, mas, ao mesmo tempo, fui tomada pelo medo. Não conseguia definir o porquê. A única certeza que tinha era que, parte da minha história de infância havia sido escrita naquela cidade e não estava indo para um lugar desconhecido. Ainda que, há mais de 20 anos, não tenha aparecido por lá.

Depois de viajar a noite toda e uma boa parte da manhã, ao avistar a placa, toda empoeirada de terra vermelha, de Vila dos Montes, senti tantas emoções esquecidas voltarem com força, me pegando desprevenida para reviver lembranças que o tempo estava se incumbido de levar embora.

A estrada de terra de uma cidade para outra era a prova de que algumas coisas não haviam mudado. Mais de duas décadas se passaram, desde que estive aqui e ainda não havia pavimentação nas principais vias.

Sempre viajávamos de carro, por isso nunca notei a diferença que era viajar no ônibus. Que ao menos uma vez por dia, transitava do distrito para São João de Teodomiro — cidade principal e responsável por Vila dos Montes —, levando o pessoal para fazer compras ou até mesmo pagar as contas. E não eram só os detalhes da estrada que parou no tempo, mas também a entrada que não havia mudado em nada.

E minha nossa... eu ia ao delírio quando estávamos chegando na última curva de estrada de terra, antes de entrar no vilarejo, e avistava a árvore de primavera florescida, com sua copa toda tingida de pó e flores pink. Era ali que minhas férias começavam. E junto com as lembranças antigas, a realidade me trazia novamente a emoção de retornar ao lugar que me proporcionou os dias mais felizes da minha infância.

Uma nova chance para o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora