Como (não) conquistar um coração | SASUSAKU

(Não) Amigos.

Como (não) conquistar um coração
❤️

— Sakura, meu anjo, chega né? Eu já falei que você vomitou na sua roupa. Até parece que eu ia fazer alguma coisa com você!

— Sasuke, se eu descobrir que você fez algo eu juro que-

— Alô, é da polícia? Tem uma menina na minha casa fazendo... — o moreno abana-se com as mãos, mas antes que ele completasse a frase, eu pulei em cima dele e peguei o celular. Ok, eu fui feita de trouxa porque não havia nenhuma ligação rolando.

— Garoto, eu vou te matar.

Minha mãe também me ensinou que eu não devia matar, muito menos ameaçar a tal ato. Mas, como eu deixei claro anteriormente, não sigo nem uma das partes de seus ensinamentos; claro que eu não iria o matar ele, mas tem vezes que dá vontade.

— Você não está com medo de um cara perto de você quase nua?

Revirei os olhos com sua pergunta estúpida e me levantei do chão, procurando roupas por aquele quarto incrivelmente mais arrumado que o meu.

— Espera, desde quando você tem um... unicórnio de pelúcia? — segurei o objeto, vendo a purpurina brilhar em seu chifre.

— VOCÊ! — encarei sua face aborrecida, franzindo a testa. Ele apontava o dedo para mim, quase vermelho de raiva. — COMO OUSA TOCAR NO MEU PURPURINE.

— Purpu...o quê?

— TIRE SUAS MÃOS IMUNDAS DELE...

— Olha que camisa fofinha! — abri seu guarda roupa e peguei um moletom rosa pastel com apenas o rosto de um pônei, com estrelas coloridas ao seu redor. — Me dá?

Ele andou em minha direção, puxou o cabide em que o moletom estava e jogou com força no guarda-roupa, furioso.

— PODE PARAR AGORA.

— Tá, eu quero ir embora. Onde é o banheiro? Quero ir tomar banho.

Eu não sei se é algum tipo de problema meu, mas acho que ouvi ele me chamar de abusada, enfim, só acho. Não retruquei porque ele me levou a um banheiro arrumadinho e me deu algumas roupas (que alegava ser de seu irmão que, de acordo com Sasuke, era muito magrinho, então ia dar).

Para começar minha aventura em um banheiro desconhecido, eu pude ler o nome dos sabonetes que ele usa. Tem um tal de Elseve aqui, dizia ser anti-queda, então eu não hesitei em cheirar.

— Que cheiro estranho. — balbuciei, colocando o vidro no lugar para poder entrar no box e tomar banho. Ele parece ser uma bicha vaidosa, porque tem mais produto de beleza do que eu.

Claro né, eu não vou sair daqui sem usar um desses, parecem custar um rim, mas Sasuke pode ter comprado em algum lugar que vende tudo por 1,99. Só uma suposição. Mas enfim, aquele Elseve não passou livre de mim, porque eu lavei os cabelos com ele (menos o condicionador, que tinha um cheiro estranho) e usei um sabão com cheiro de talco.

Resumindo: saí daquele banheiro cheirosíssima.

— Sakura, acho que sua pele virou borracha de tanto tempo que você passou debaixo da água. — me deparei com o moreno escorado na parede com uma toalha nos ombros, se mostrando impaciente.

Aquela barriguinha definida dele estava me dando nos nervos, estava tão... perfeita!

— Pessoas que tem gostosuras precisam se mostrar, acho que o Naruto... — parei de falar quando me veio na mente a recordação do que ocorrera na noite anterior antes de eu começar a beber que nem doida. — Não foi mentira, certo?

— Infelizmente, não. Eu até pensei que tinha visto coisas e já estava me esquecendo, mas se você viu, eu vi. — Sasuke abana as mãos cintilantes por conta do esmalte com uma cor mais forte.

Deslizei dramaticamente da parede até o chão frio, mas não me importei com a temperatura porque meu coração estava congelando. Inesperadamente, o chifrudo II se sentou ao meu lado também, suspirando repetidas vezes.

— Ela pode ser apenas uma peguete. Contatinho, sabe?

— Sasuke, você já reparou o quão bonita é aquela garota? Não dá pra ser só peguete, aposto que até você não negaria namorar com ela.

— Pelo Naruto livre, eu iria.

Bati em sua cabeça com a toalha, bufando.

— Me leva pra casa, vai.

[...]

No caminho de casa, conversávamos despreocupadamente, apenas parávamos para atravessar a rua atentamente. Mas, claro, isso não significa que eu gostaria de ser amiga dele, porque só tem uma trégua para tirarmos a Hinata de perto do Naruto.

— Sasuke, presta atenção desgraça, eu tô falando! Esse seu plano não vai dar certo e só vai fazer o Naruto ficar nervoso.

— Mas eu acho bem mais prático. ㅡ ele insistia, gesticulando suas mãos que chamavam atenção pelo esmalte cintilante.

— Sequestro, seu idiota?! — berrei, fazendo uma mulher ao nosso lado nos olhar estranho e se afastar alguns passos. — Já podemos atravessar.

— E se sequestrássemos ela e mandássemos ela para Madagascar dentro de caixas de madeira?

Suspirei e soltei o ar várias vezes, tentando achar  buraco no chão para eu me enfiar, porque todas as pessoas que caminhavam ao nosso redor estavam me olhando como se eu fosse maníaca. Por que minha casa está tão longe quanto não parecia estar?

— Sasuke, se você quer chamar atenção, por que não enfia um peixe na sua bunda e sai gritando por aí que você é uma sereia? Eu acho que seria bem mais discreto do que o sequestro. — parei de andar e o fitei com olhar sarcástico.

— Boa ideia, então aqueles filmes da Barbie não seriam em vão.

Neguei com a cabeça e comecei a andar mais depressa, deixando-o para trás. Devo anotar que ele é muito lerdo, não combinamos, então não dá pra ter amizade com ele, puta merda.

— Você é impossível.

— Ei...Ei! Espera aí! O que você está resmungando sem mim? Sakura!

Parei e encarei seu rosto, que estava um pouco desesperado, mas suavizou a me ver parar. Cruzei os braços e esperei que ele dissesse alguma coisa.

— Ainda bem que você parou, porque senão eu ia ter que suar minha roupa todinha e... — ele para de falar, olhando para algo atrás de mim. — Meu santinho, quem é aquela delícia caminhando?

Me virei, preparada para ser alvo de mais uma de suas brincadeiras, mas ele estava certo. Um garoto bonitinho (não mais que o meu loiro, claro) andava distraidamente para o mesmo lugar que íamos. Por um momento pensei que estávamos sendo perseguidos.

Mas ele não parecia ser daqui.

— Sasuke, você...

Seus cabelos grisalhos quase brancos destacavam sua pele alva e seus olhos de uma cor um tanto diferente; não pude dizer nada mais porque ele pareceu perceber nosso olhar em cima dele, porque o mesmo sorriu e atravessou a rua, acenando.

— Nós o conhecemos?

— Pode ter certeza que não. — balbuciei.

— Hey, vocês também estudam aqui perto? Eu sou Suigetsu, prazer. — ele se curva, em seguida estende a mão para que a apertemos. — Sou novo por aqui, poderiam me mostrar a cidade?

Eu e Sasuke nos entreolhamos e em seguida aceitamos a proposta.

Quem sabe poderemos conhecer mais essa pequena beldade?