Capítulo 1

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"Troquei de profissão amor virei ladrão.
Artigo 157 eu vou roubar teu coração..."

Cat Noir estava cansado de amar Ladybug, aquele sentimento era unilateral e totalmente platônico.

A heroína deixava claro diariamente que jamais gostaria dele de forma romântica, pois seu coração era ocupado por outro garoto. Suspirando, jogou-se na cama, a raiva tomando conta de si, à medida que reconhecia seu fracasso.

Não havia nada que pudesse fazer para conquistar Ladybug, ela era enfática e não lhe oferecia um pingo de abertura para que pudesse mostrar a extensão de seus sentimentos.

— Cansei. — murmurou, com o rosto enterrado no travesseiro. — Se não me ama, talvez seja hora de superar meu amor por você. — afirmou a si mesmo, tentando tirar aquele sentimento de seu coração. 

Plagg observou a luta de Adrien em tentar superar Ladybug com uma carinha de tristeza. Ele não podia interferir, no entanto, ao vê-lo tão para baixo daquele jeito. Inocentemente, pensou em dar uma mãozinha de leve.

— Por que você não olha ao redor? — sugeriu o kwami figurativamente, pode ser que exista alguma garota fofa e atrapalhada perdida por aí. Talvez ela goste de você. — voou até Adrien, pousando na mão estendida do garoto.

— De quem você está falando especificamente, Plagg? — questionou meio irritado.

Não era porque mencionou querer esquecer Ladybug, que sairia à caça de alguma outra garota aleatória pela cidade.

— Que tal andar por aí como Cat Noir? Vai ser mais fácil reconhecer. — insistiu, já se posicionando para não ser pego de surpresa.

Com o olhar resignado, Adrien obedeceu.

— Plagg, mostrar as garras! — e com isso ele saiu pulando entre os prédios, observando as janelas abertas. Por onde entrava a brisa de fim de tarde da primavera.

Nada chamava sua atenção, Paris estava tranquila e assim ele esperava que continuasse. Não havia clima para lutar contra nenhum akumatizado, muito menos lidar com sua parceira de time. Era tarde de sexta-feira e no outro dia não teria aula, mas isso não o animava. Sentia-se solitário e abandonado, seu pai como sempre trabalhava até se cansar e ele ficaria sozinho no final de semana. Esses pensamentos não eram nada animadores, já pensava em retornar, desolado. Quando ouviu uma gargalhada gostosa e quente vindo do lado leste. Apurou a audição, constatando que era o mesmo som da risada calorosa de Marinette. Estava perto da casa dela e sequer notara.

Com um sorriso, foi em direção à janela da garota. Ponderando se aquela atitude seria muito esquisita, levando em conta que não eram tão amigos. Passaram por algumas situações juntos, era verdade. Mas não era como se tivesse intimidade para tanto. Desabafar com Marinette não estava em seus planos — não como Cat Noir pelo menos. Porém, sentiu uma vontade enorme de saber qual era o motivo de tanta alegria.

Bom, se ele não sentia-se feliz, pelo menos podia se alegrar com a felicidade alheia.

— Toc Toc. — empostou a voz, para que ela o ouvisse com clareza.

A garota rapidamente olhou para a janela com os olhos arregalados. Parecia assustada inicialmente, surpresa segundos após. Observou Marinette hesitante, caminhar para ele, abrindo a janela com lentidão deliberada.

Artigo 157Onde histórias criam vida. Descubra agora