Capítulo 2

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"Chegou chegando na minha vida devagar
Com esse jeitinho pronta pra me conquistar

Já conto as horas, os segundos, conto os dias
Quando penso em te ver o corpo arrepia..."

Naquela noite derrotar o akumatizado não foi uma tarefa difícil para a dupla Ladybug e Cat Noir. No entanto, sem dúvidas foi muito mais estranho do que qualquer outra luta contra akumas.

Distraído, Cat Noir cometeu vários erros, que só não foram problemáticos porque o vilão era fácil de derrotar. A heroína, ao consertar o estrago feito, questionou-se o que podia ter acontecido para que o parceiro de time estivesse tão descuidado.

Como foi uma luta rápida, eles ainda tinham algum tempo e a garota aproveitou para tirar aquela história a limpo. Não podiam continuar desconectados daquela forma, ou se dariam muito mal se lutassem com alguém mais forte.

— Gatinho, quero conversar com você. — intimou, já pegando-o pela cintura e atirando o ioiô até que estivessem no alto da Torre Eiffel.

Assim ele não teria como recuar.

O garoto estranhou, mas não fez oposição. Para ele tanto fazia o que ela queria dizer. Sentia-se desiludido desde sua última recusa, cansado de tanta responsabilidade e da obrigação de ter que parecer sempre bem. Mesmo quando estava no fundo do poço, como agora.

— O que você quer? — sua voz soou ressentida.

Ladybug agitou-se, ele nunca falou desse jeito tão grosseiro antes.

— Eu queria saber se você está bem. — explicou, chegando mais perto. Tocou no ombro do parceiro e notou seus olhos lacrimejarem.

— E você se importa? — revidou, empurrando a mão da heroína. Nesse ponto o Miraculous dele apitou. — Bom, já vou indo. Até, Ladybug.

Nada de bugaboo ou My Lady. Aqueles apelidos que ela detestava nunca fizeram tanta falta.

— Cat… — Marinette sussurrou, vendo-o pular entre os prédios.

Suspirando, a garota retornou para sua casa. Com um misto de agonia e ansiedade preenchendo o coração, por não compreender o que entristecia seu parceiro.

— Ele deve estar triste por causa da sua última recusa como Ladybug. — Tikki mencionou, quando já estavam embaixo das cobertas.

A noite estava fria e Marinette agradeceu por ninguém mais ter sido akumatizado. Não sentia um pingo de vontade de correr pela cidade, lutando, num clima tão frio e molhado. Principalmente com Cat Noir provavelmente ainda emburrado e distraído. Seu chocolate quente e o filme de romance que colocou pareciam ser uma ótima opção. Poderia estar com Alya e Nino, porém, não quis segurar vela para eles. Tikki era uma ótima companhia, muito obrigada.

— Será, Tikki? — Marinette refletiu, confusa. — Não entendo porque ele ainda está triste. Achei que tivesse superado, afinal, o que significou aquele beijo repentino em mim, como Marinette? Aliás, aquela visita no geral? — suas dúvidas só aumentavam.

Marinette amava Adrien com todo o seu coração, não podia corresponder a outros sentimentos. Ainda assim ficou tentada a retribuir, ficava todas às vezes que Cat Noir flertava consigo. Só que não dava muito bola, pensando que era por costume. Não levava a sério a paixão que ele dizia sentir por ela. O golpe fatal foi quando o herói simplesmente a beijou sem mais nem menos em sua forma civil. Mesmo quando sentia-se desencorajada por Adrien, não poderia aceitar o suposto amor de Cat Noir pela Ladybug. Ou seja, por ela. Que tipo de relacionamento teriam, sem sequer poderem revelar suas identidades?

Artigo 157Onde histórias criam vida. Descubra agora