RED - Sasusaku

Capítulo Único

RED

    Senti um calor confortável invadir meu corpo, da barriga foi espalhando por todos os membros, o formigar quente e gentil ia me dominando pouco a pouco. E sem que eu entendesse o que estava acontecendo, senti-me rendido, completamente entregue a aquela sensação cômoda. Algo me soava familiar.

    — Não morra idiota. – uma voz feminina e chorosa me alcançou, mas ela parecia distante... Tão distante.

     Eu quis me mover, quis abrir meus olhos, mas meu corpo simplesmente não me obedecia.

    — Não morra... Não ouse!

    Uma nova onda de calor me invadiu e senti todo meu corpo vibrar, era algo parecido com receber o sol da manhã após uma noite fria.

     — Não podemos ficar aqui... – a voz estava tão baixa.

    Uma pressão foi exercida sobre meu peito, um cheiro que era uma mistura de algo doce com fumaça alcançou meu olfato.

     — Por Kami, seu coração está batendo. – o tom de alívio foi nitidamente perceptível.

    Um toque suave correu por meu rosto, as mãos eram pequenas e me lançavam curtos choques de chakra.

     — Preciso te tirar daqui, aguente mais um pouco Sasuke-kun.

     Para qualquer outra pessoa a tarefa de carregar um homem adulto seria um grande empecilho, mas não para ela, não para Sakura. Mas isso não anulou seu esforço, enquanto ela me carregava eu conseguia ouvir o chiado de seu peito, o ar entrando e saindo de forma agressiva, seus braços tremendo enquanto me sustentavam, tudo nela trabalhava a toda intensidade.

    Um baque ecoou alto, antes de sentir meu corpo sendo depositado em algo levemente fofo e pontudo, ela sustentou minha cabeça antes de repousá-la em um monte mais elevado que o restante de meu corpo. Só então percebi seu suspiro desesperado.

    — Foi por pouco... Por muito pouco... – a voz saía em sofreguidão.

    Algo dentro de mim continuava se agitando e gritando, mas não conseguia realizar movimento algum.

"Vamos, apenas um dedinho, você consegue..."

     Nada!

     Momentos depois comecei a sentir que um pano molhado era passado por meu rosto, com uma curta pausa para lavá-lo e então retornava a passar. Dedos correram com paciência desembaraçando meu cabelo e os afastando de minha testa. O pano desceu até meu pescoço, subiu para perto da orelha, de uma e depois da outra.

     O ar quente que escapava de suas narinas me atingindo com a força de um tornado, que me deixava inquieto e apreensivo.

    Seu cálido toque alcançou meu tórax para então eu dar-me conta que estava com a camisa totalmente aberta, meu peito exposto foi minuciosamente inspecionado, tocado, limpo e curado, cada onda de calor que me era despejado ativava pontos antes desconhecidos em meu corpo. E agora, ele fervilhava sem que sequer ela precisasse exercer seu chakra quente para dentro de mim.

    Suas delicadas e poderosas mãos chegaram até meu abdômen e repousaram ali por mais tempo.

     — Parece ter fechado bem. – novamente estava aliviada. — Ainda comemoraremos seu aniversário de vinte e um anos na próxima semana, idiota.

    Eu senti vontade de sorrir com seu comentário agressivo e petulante, mas fazer o quê, eu havia perdido uma aposta tola há algumas semanas atrás e isso a colocou no papel de carrasco. Poderia escolher o que quisesse, e decidiu que queria comemorar meu aniversário numa festa local no país das cachoeiras, eu aceitei sob pretexto de ter perdido a aposta, mas a verdade é que eu aceitaria de qualquer maneira.