A Renegada-Mafiosos impiedosos.

Capítulo II

Lorenzo Sforza

O dia estava uma merda, uma merda bem grande, eu não tenho dias bons, mas esse estava se superando na escala de quão ruim um dia pode ser.
Ele já começou uma merda quando fui acordado com os berros da minha governanta por ter se assutado com um dos soldados, aí então vou tomar banho e vejo que a porra da água está fria, não pude fazer meu café da manhã por não ter comida na dispensa e nem mesmo café tinha, eu pago gente pra cuidar da minha casa e uma merda dessas acontece.
No caminho para o trabalho passei raiva mais uma vez esperando durante uma hora por um café da manhã descente.
Então eu pensei que não poderia piorar, mas parece que estava enganado já que assim que chego no meu escritório vejo Giovanna Auditore andando de um lado para o outro.
"Posso saber o que está fazendo aqui?"
"Posso saber que porra você tem na cabeça? Merda por acaso?"
"Você é insolente demais garota"
"Insolente nada, que ideia é essa de proibir reformas no orfanato da cidade?"
Sério isso? Todo esse circo por conta disso?
"Você não tem nada a ver com esse assunto, vá fazer seus bordados"
"Eu vou bordar essa sua cara se não autorizar agora mesmo a retomada"
"E por qual motivo faria isso?"
"Se não fizer vou divulgar ao Enrico Berlot, tenho certeza que ele vai amar fofocar sobre isso no jornal dele"
Enrico Berlot era um dos maiores pés no saco da minha vida, não importa se eu quero ou não sair em seu jornal de fofoca mequetrefe, ele sempre consegue um  jeito de me usar pra conseguir visibilidade.
"Você não teria coragem"
"Ah eu teria, acho bom a obra começar amanhã mesmo"
Saindo como um furacão, a garota passa por mim, esbarrando com força no meu braço já que sua altura não permitiria esbarrar no ombro.
Quem ela pensa que é?

*********

"Lorenzo preciso falar com você" Alfredo entra com tudo sem sequer bater na porta.
"Que porra é essa? Não tem mão pra bater na porta? Pelo visto falta de respeito é de família"
"Gostaria de saber se você já decidiu quem será sua esposa, os capos estão começando a pressionar, apesar de que já sabe quem é a escolha mais adequada, Marinna será a mulher perfeita para a função"
"Alfredo, minha vida pessoal não lhe diz respeito, mas ainda assim vou responder, não decidi e quando o fizer irei comunicar a todos, quando eu bem entender. Agora saia daqui, amanhã traga sua filha com você, preciso falar com ela"

Mergulho mais uma vez na penca de problemas que surgem a cada dia, quando eu era mais novo achava que a máfia seria semelhante ao Poderoso Chefão, mas eu estava enganado.

Giovanna Auditore

Após sair da sala do nojento do Lorenzo esbarro com seu irmão e como se já não fosse o suficiente eu quase caio no chão.
"Cuidado por onde anda gatinha, pode se machucar"
"Gatinha é a vó"
''A minha era mesmo, lindíssima"
"Se me der licença, tenho coisas melhores para fazer"
Rapidamente ele toma minha mão e a beija de um jeito exagerado.
"Imagino, senhorita, foi um prazer vê-la''
Saio o mais rápido possível daquele lugar e vou em direção ao meu estúdio.
Ao contrário do que muitos pensam não sou a filha troféu, gracie a Dio tenho meu sustento e faço o que gosto.
Quando chego no estúdio vejo o casal das fotos de hoje. Imagino que seja legal viver fora da máfia, poder escolher quem será seu parceiro e fico feliz quando casais me buscam para eternizar seus momentos.
Primeiro faço um retrato deles com grafite, ele está sentado no chão e sua esposa um pouco a frente, ambos se olham de uma maneira tão linda e apaixonante.
Após duas horas termino o retrato e começamos a seção de fotos, a qual terminamos no jardim do estúdio.
Assim que os primeiros clientes do dia vão embora começo atender os demais, que foram mais rápidos já que seria apenas as fotos.
No final do dia já havia atendido pelo menos 6 pessoas e estava satisfeita
É engraçado que antes fotografia era apenas um passa tempo, um meio de esquecer a vida que tenho, mas então se tornou algo mais.
Vou direto para casa após fechar o estúdio, parando apenas para comer em um restaurante.
Por volta das 20:00 já estou em casa, o que é muito raro, após guardar a moto tento entrar em casa de forma silenciosa.
"Que merda você aprontou garota?" Diz meu pai na base da escada.
"Dessa vez, eu não fiz nada"
"E por qual razão Sforza iria convocar você?"
"Aí o senhor tem que perguntar pra ele e não para mim. Em todo caso, vou dormir pois amanhã sairemos juntos papa"
Depois de um ótimo banho, finalmente durmo.