A Renegada-Mafiosos impiedosos.

Capítulo 3

Enquanto tento dizer para mim mesma que tudo vai ficar bem, meu marido me encara durante longos minutos. Sinto as lágrimas molharem meu rosto mas não me importo, pelo visto a minha primeira vez não será como eu pensei.

Suas mãos vão para meu rosto e ele me puxa para um beijo. Sinto sua boca sob minha, mas dessa vez, sinto-me incapaz de retribuir qualquer contato. Lágrimas descem pelo meu rosto e soluços descontrolados saem antes que eu pense em controlar eles. Suas mãos descem para minha cintura onde aperta forte e sua boca vai em direção ao meu colo.

-Você tem um cheiro ótimo.

Tento ficar calmas mas no momento só consigo pensar que estou casada com um homem que não amo, ele está prestes a tirar algo que guardei para alguém importante, meu pai, aquele que deveria me proteger, me entregou de bandeja como se fosse um pedaço de carne e eu não posso fazer nada para mudar isso, pois não importa o quanto lute Lorenzo é bem mais forte que eu.

-Qual o seu problema, pare de chorar! Que droga!

Ele me solta e viro de costas me encolhendo na cama. Eu só queria poder voltar no tempo, mas isso aqui não é Timeless e eu continuarei nesse inferno.

Sinto sua respiração acelerada perto de mim, e com certeza sei que não é um bom sinal, o pouco que vi dele percebi que calma e paciência não é uma de suas caracteristicas.

-Você ainda está chorando? Puta merda nem estou te tocando mais garota. Engole a porra do choro se não te faço engolir outra coisa.

Respiro fundo buscando controle mas tudo o que sai é um soluço. Lorenzo sai da cama e vai até o banheiro, em algum momento escuto algumas coisas quebrando o que só me faz sentir mais medo, como se já não fosse o suficiente casar com um estranho também parece que vou apanhar.
Um tempo depois Lorenzo retorna, dessa vez seu rosto não expressiva nada, nem mesmo raiva e isso me fez tremer.
-Giovana, tive um dia complicado, então por favor para de chorar e vai dormir, não vou tocar em você hoje, mas não espere que minha repentina bondade venha a aparecer novamente, não sou um homem bom nem paciente nem piedoso, não provoque o que não vai aguentar.

Apenas concordei com a cabeça e me obriguei a parar de chorar, eu não poderia me defender e nem quero precisar.

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Acordo sentindo alguém me observando, ao abrir os olhos vejo que Lorenzo está sentado em uma cadeira a frente de nossa cama

-Precisamos conversar.
Apenas aceno com a cabeça e espero até que ele fale
-Giovanna, sei que não quis se casar comigo, sei que não sabia nada do mundo que estava destinada para viver, mas as coisas mudaram. Você acha seu pai ruim? Eu sou bem pior e acredite, o fato de ser minha esposa não te torna mais especial, quero que entenda que não sou o homem mais paciente, não sou cheio de amor e altruísmo, não sou uma boa pessoa. Por isso, não me desafie, não me provoque, não me desobedeça e principalmente, não me traia.

Suas palavras são ditas em um tom baixo, o que me deixa com mais medo ainda, mas não ao ponto de não responder.

-Não te trair? Por qual motivo faria isso? Não sou uma pessoa sem caráter e se acha que sou assim deveríamos nos separar agora mesmo.

-Nem tente querida, isso não irá acontecer, a única forma de se livrar de mim será a morte, seja sua ou seja minha. Agora tenho assuntos a tratar, você tem um segurança pessoal, seu nome é Pietro, não saia de perto dele se for a algum lugar e nem deixe ninguém se aproximar demais.

Ele sai sem esperar uma resposta, pelo visto educação não é seu forte.
Levanto-me e faço minha higiene matinal e visto uma roupa confortável e básica, faço um rabo de cavalo e desço em busca de algo para comer.
Ao chegar na cozinha vejo Antonieta fazendo um bolo.
-Bom dia senhora!
-Bom dia Antonieta, mas sem o senhora por favor.- Falo fazendo uma careta.
-Sim, sen... Giovanna.
Um sorriso brota em meus lábios, apesar de não conhecer muito bem Antonieta, a considero uma amiga, seu sorriso gentil e jeito mandão é cativante.
Ajudo ela a terminar o bolo e faço uma calça de chocolate para ele. Depois fazemos omeletes e panquecas.

O dia passa lento e me ocupo em ajudar Antonieta no que ela precisa.
Durante a noite fiquei preocupada com a chegada de Lorenzo, mas pelo visto ela não voltou para casa e dei graças a Deus por isso.

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