A Escolha

Capítulo 9

Katherine on

5 pratas e 15 cobres...como e onde é que eu vou arranjar o dinheiro para pagar? Eu até podia hipnotizar o senhor para me dar a erva de Bellwood ou até mesmo para roubar dinheiro, mas não me sentiria bem ao fazer isso até porque o velhinho perece ser muito simpático e meigo então a única solução que tenho é arranjar trabalho.

- Uhhh desculpe, onde é que eu posso arranjar trabalho aqui perto? — pergunto ao idoso da barraquinha. — é que não tenho o dinheiro para comprar a erva então vou trabalhar para conseguir o que o senhor me pede.

- Bem...sim, existe uma taberna aqui pertinho — ele aponta para o fim da feira — é logo ali ao fundo. E não precisa de trabalhar muito para conseguir o dinheiro...se tudo correr bem e se a senhorita ganhar algumas gorjetas generosas acho que consegue o dinheiro até ao final do dia de amanhã. — disse sorrindo — E não precisa de se preocupar...eu guardo a erva para si até conseguir o dinheiro.

- Muito obrigado. — disse radiante e já começando a andar em direção à taberna.

* * *

Entro na taberna e vejo que a mesma está cheia de gente contudo a minha atenção foi para um homem e para uma mulher que pareciam estar a discutir e como sou curiosa e nunca tinha visto dois humanos a discutir decidi aproximar-me para tentar ouvir o que estavam a dizer.

Decidi não usar os meus poderes sobrenaturais pois nunca se sabe se tem caçadores por perto e também porque tem algumas habilidades que ainda não consigo dominar totalmente.

Acontece que não percebi quase nada já que ambos estavam a falar muito rápido. A mulher virou-se e ao fazer isso viu-me e em seguida disse ao homem:

- Olha vês que perfeito! — disse de um jeito irónico — até já tens aqui uma substituta porque eu demito-me! — acabando de falar aquela mulher atira uma coisa pequena que tinha na mão no homem, que por sua vez apanha essa coisa, que eu não soube identificar muito bem o que era e ela sai furiosa do estabelecimento, passando por mim como um furacão, batendo a porta de entrada com força. Não estava a entender nada do que se estava a passar portanto olho da porta para o homem que agora olhava para mim.

Ouço o homem suspirar e o mesmo aproxima-se de mim dizendo:

- Peço desculpa por aquela mulher...ela está um pouco nervosa. — diz coçando a nuca — Acho que ela não vai voltar tão cedo — diz olhando para a porta.

- O que ela quis dizer com substituta? —decido, finalmente, me prenunciar.

- Ah isso...bem ela despediu-se do emprego dela e- — interrompo o homem de meia idade à minha frente.

-Posso ficar com o emprego dela? — pergunto não sendo muito educada. — É que eu estou a precisar de dinheiro para comprar um remedio para a minha mãe que está doente...

O homem tinha uma expressão pensativa no rosto até que o seu olhar se dirige a mim e pergunta:

- Já trabalhaste alguma vez na vida? Se sim, em quê?

- N-não senhor...eu nunca trabalhei em nada. —sinto que ele ia negar o meu pedido pelo emprego então resolvo dizer:

- M-mas eu posso aprender! Juro que não se vai arrepender mesmo que seja só por um dia ou dois já que não sei quando aquela senhora vai voltar.

- Espero não me arrepender — escuto o homem sussurrar — Ok, o emprego é teu até aquela mulher teimosa mudar de ideias sobre a demissão. Eu não posso ficar sem ninguém para entreter esta gente toda. — diz ele olhando para taberna cheia de pessoas, que na maioria eram homens.

- A moça que saiu daqui era uma dançarina. E tu o que sabes fazer? — pergunta finalmente olhando para mim.

- Ahn... eu não sou muito boa dançarina — digo lembrando-me das minhas aulas de dança onde eu passava a vida a pisar nos pés do professor, do Zack ou até mesmo nos pés da Mel. — mas eu sei tocar violino! — exclamo ao recordar-me também das minhas aulas com a minha professora de violino e piano...nunca fui tão boa no piano mas amo tocar violino.

- Humm, uma violinista? — pergunta mais para si do que propriamente para mim — acho que pode ser interessante — diz agora focando o seu olhar em mim — e com certeza vai chamar um pouco à atenção porque não é todos os dias que se vê uma mulher ruiva a tocar violino. Ok...temos um acordo! Nós temos um violino na sala dos instrumentos que usamos para os outros músicos...começas hoje à noite, tudo bem? — pergunta sorrindo e vira costas para mim e manda-me segui-lo sem ao menos esperar a minha resposta.

Só espero que não demore muito até eu conseguir o dinheiro...não estou com um bom pressentimento sobre este lugar. — penso seguindo o senhor e olhando ao redor ouvindo muitos dos homens daquele lugar assobiar à medida que vou passando por eles. — Vai ser uma longa noite...