Fuck Boy ©

17. Vamos comprar um carro

JEON JUNGKOOK

— Jungkook-ah, fique mais um pouquinho. — Enroscando-se em mim como um bebê coala, Yuni me apertou ainda mais contra si.

Eu ri, segurando-a pela cintura, para que não caísse.

— Preciso ir, gatinha. — Tentei, mas, falhei miseravelmente. Sentindo seus braços me apertarem ainda mais contra si. — Tenho coisas para resolver, Yuni.

— Vai me deixar. — Negou, fazendo um bico grande. Que eu me senti fortemente instigado a beijar e o fiz. Arrancando dela um sorriso ainda mais fofo.

— Não vou deixar você, coelhinha. Não sou capaz disso. Acredito que só você tem esse poder. — Ela riu. Já que não compreendeu o duplo sentido de minhas palavras.

Respirei fundo, pegando-a no colo.

Yuni beijou-me as bochechas e colocou as mãos em meu rosto. Encarando-me com aqueles olhos felinos, os meus olhos.

— Vai voltar pra mim? — Acenei positivamente, rindo. — Promete? De dedinho?

— Prometo, de dedinho. — Respondi. Yuni ergueu o dedinho em minha direção e logo eu o entrelacei com o meu.

Deixando um beijinho em seus lábios. Coloquei-a no chão.

— Isso é realmente importante, googie? — Perguntou. Agora basicamente um pouco mais séria e eu respirei fundo.

— Sim. Preciso viajar ainda hoje ou Jimin me arranca as tripas. — Nós dois rimos. Mas, eu sei bem que não estou exagerando. — Ele já me mandou umas quarenta mensagens, me ligou umas quarenta mil vezes.

— Realmente é importante. — Piscou algumas vezes e eu então suspirou. — Não vou mais alugá-lo. Pode ir, mas, me mantenha informada, ok? Me dê notícias e se cuide!

— Vou me cuidar, noona! — Respondi, com um sorrisinho maroto. E ela me acertou um tapa.

— Vai logo, oppa! — Me empurrou e eu ri.

— Não sou seu oppa!

A dei língua e ela riu. Depois de alguns bons minutos, eu consegui sair.

Puxando as chaves de dentro dos meus bolsos, coloquei rapidamente o capacete e subi na moto. Eu precisava chegar cedo, ou estaria ferrado.

Jimin com certeza estava planejando meios de me matar e enterrar meu corpo, sem que ninguém pudesse dar falta.

Eu tenho ciência da minha irresponsabilidade, mas, Jimin vai tratar de me lembrar disso pelo resto de minha vida. Tenho absoluta certeza.

LEE YUNI

Apoio minha cabeça na porta e sorrio bobamente.

Não consigo conter a euforia que me invade com força. É novo, bonito e gostoso de se sentir. É assim que é quando estamos amando verdadeiramente alguém?

Meu coração acelera a cada momento em que penso em Jungkook, assim como acelera ao sentir sua falta. Mesmo que ele tenha passado a noite e boa parte da manhã comigo.

Mas, apesar disso, meu coração se enche de preocupação devido sua asma. Suas crises são fortes e ele mal consegue se mexer, isso quando ele não se debate. Já que fez isso da primeira vez. As crises o deixam completamente vulnerável.

Logo, me deixa com medo. Porque sei que há pessoas que não gostam de Jungkook, e a maior concentração de pessoas vem do colégio. Eu sei que não devo me envolver com ele, que não devo criar laços.

Mas, eu não sou capaz de me afastar. Não consigo. Quanto mais eu penso em Jungkook, mais eu o desejo perto de mim.

Entro na cozinha, e minha mãe me observa. Com aquela típica expressão de quem sabe de tudo, mas, não dirá nada.

— Yuni? — Me sento e murmuro um leve "hum". Ela sorri e nega levemente com a cabeça, ficando aos poucos um tanto mais séria. — Vá com calma.

— Eu sei, omma.

— Eu compreendo que você sabe. Mas, sei que não é inocente ao ponto de apressar as coisas. Se conheçam, aproveitem e depois apenas o tempo dirá o que reserva para vocês. — Disse. Eu respirei fundo.

— Eu 'tô apaixonada por ele, mãe. — Comentei baixo. Sentindo minhas bochechas corarem. — Eu sei que é algo recente, mas, não acho que meu coração esteja me enganando.

— Sei que está meu bem. — Sorriu, e se sentou ao meu lado e acariciou minhas bochechas. — Mas, com homens sempre precisamos ter um cuidado a mais.

— Omma! — Nós duas rimos.

— Não é de total mentira. Mas, se for demais para você de alguma maneira, não fará mal deixar um relacionamento para trás. Entende o que eu quero dizer? — Acenei devagar para suas palavras, enquanto respirava fundo.

— O que podemos fazer hoje? — Bufei. Hoje o dia seria tedioso e quanto mais coisas eu possa fazer, melhor.

— Vamos comprar um carro. — Minha mãe disse. E eu pisquei algumas vezes sem entender. Rindo pela decisão repentina.

— Assim? Do nada? Temos verba? — Perguntei, tão chocada que acabei rindo. Omma não só riu, como me acertou um tapa na testa.

— Claro que temos, menina boba. — Me retribuiu um sorriso doce. — Acredito que temos um dinheiro bom guardado. Precisamos desse pequeno luxo, não acha?

— Não só acho, como é um fato. — Fizemos um toque e sorrimos. — Depois de muito tempo andando de táxi, finalmente não precisaremos gastar mais com isso.

— Precisaremos apenas gastar com a gasolina, manutenção, mas, isso é o de menos. — Eu neguei e acabamos rindo. Partilhando dessa felicidade.

— Ok. Então, eu vou ir me aprontar. — Um sorriso animado deixou os meus lábios.

Omma acenou positivamente e eu me levantei, correndo para fora da cozinha. Realmente, hoje o dia seria produtivo e cheio.