Lis Russell
-Não há desculpas para isto!Onde estava com a sua cabeça ao concordar que seu vestido seria amarelo?Provavelmente vai parecer pálida ou prestes a vomitar a qualquer momento.Dalia resmunga ao meu lado logo após o almoço para discutir os detalhes do baile,parece q só a parte da manhã não fora o suficiente,então as discussões se estenderam por boa parte da tarde também.
- Que ótimo! A cor irá expressar bem como estarei me sentindo.-Digo me certificando que estávamos a sós antes de me jogar no estofado que ficava no fundo da sala de visitas.
A verdade é que não consegui me concentrar a manhã toda depois do ocorrido no corredor.Davie pareceu perdido diante das minhas palavras,a expressão em seu rosto não parecia de alguém satisfeito com o que estava acontecendo,algo não estava batendo .Entre um pensamento e outro só concordei e quando me dei conta minha cor seria amarelo,para o desespero da minha mãe, alívio das outras garota e prazer da Cíntia que ficou radiante .
-Podemos tentar trocar a cor,tem que haver alguma melhor que amarelo,bom não que tenha algo de errado com a cor,só não lhe cai bem.-Dalia deu continuidade ao seu discurso parecendo cada vez mais apavorada com a ideia.
-Aé,claro, tenho certeza que as cores laranja,cinza ou marrom ainda se encontram disponiveis.Cintia vai adorar fazer essa troca.-Minha irmã mais nova agora franze o cenho e deixa seu corpo desmoronar sobre uma cadeira em um movimento nada gracioso atípico dela, o que me fez rir.
-Tudo bem, daremos um jeito.Amerelo nem é tão ruim assim -Suspirou nada convecida.
Nesse momento Lindisey adentra o hall,e parece bastante animada com as notícias.Lindisey era melhor amiga de minha irmã e tinham a mesma idade,nossos pais foram amigos, então as duas conviveram desde a infância.Quando Papai faleceu Sr.Tobias ofereceu ajuda a nossa família,mas mamãe supos que a pequena herança de meu pai seria suficiente, e foi .Mas depois de alguns anos a mesma ameaçava acabar e Tobias não se encontrava mais em boas condições para ajudar,então fui até a capital morar com alguns parentes distantes,cuidei da biblioteca de Mafalda uma velhinha um pouco mal humorada e aprendi sobre administração com meu tio grandalhão,Hector , que sempre quisera um herdeiro para ensina-lo mas o destino não lhe atendeu.Ficou contente ao ter do seu lado alguém interessado pelo que fazia ,mesmo esse alguém sendo uma mulher,o que aos olhos de muitas pessoas era inapropriado.
Depois que eu havia juntado o suficiente para que voltasse e pelo menos para que Dalia pudesse ser apresentada a sociedade, voltei.
Depois de cumprimentar Lindisey e a ouvir por alguns minutos subo para o meu quarto ,o chá da tarde logo seria servido mas estava exausta, talvez conseguisse que minha dama de companhia trouxesse no quarto .Ah não.Julie, minha dama de companhia,só chegaria amanhã.Eu concordei com a ideia já que durante nossa estadia aqui sempre estaria acompanhada por mamãe ou Dalia, mas precisaria de ajuda pra me arrumar pro baile.Julie era minha amiga e apesar do tempo que estive longe sempre nos comunicamos por cartas,ela sempre adorou os bailes da sociedade mas seus pais eram fazendeiros locais então não eram frequentemente convidados.A minha família por sua vez era bastante conhecida,mamãe por fazer vestidos e papai mantinha negócios com alguns nobres,e claro seu título de barão ajudou em seu relacionamento.Então mesmo não estando em boas condições fomos salvas por um título .
Chego ao meu quarto e noto que uma nova maçaneta já estava na porta .Davie realmente mandou alguém arrumar.Abro a porta e ao entrar sou envolvida pelo cheiro que preenche o ambiente, um cheiro de Colônia masculina amadeirada com um leve frescor.O perfume era estonteante, não parecia o que um mordomo usaria,mas sim de um nobre.Havia sido o próprio Davie quem arrumara a porta ?Esteve em meu quarto ? Não sei, mas meu coração se acelera diante da possibilidade.
Na manhã que se seguiu o plano de permanecer no quarto até tarde estava indo bem o que me fez desconfiar,lá fora havia uma movimentação habitual indicando que a rotina corria normalmente.Já devia ter passado do horário do café.
Levanto e me dirijo até a sacada.Corrigindo... uma desordem nada habitual.Mas o que era aquilo?Sara Johnson e Penélope Willian estavam disputando por uma carruagem.E ao redor ladys pareciam formigas prestes a serem pisoteadas.
PAFT.
- Aaaah!-Me assusto com o som agudo que veio de trás de mim.
- Bom dia.-pausa-Cheguei!-pausa-Estava com saudades!-mais uma pausa -Temos que ir -Minha dama de companhia falava ofegante,com uma expressão de quem acabará de fugir de um assassino.
- Bom dia?!Estava com saudades?E temos que ir pra onde ?Olha não era o diálogo que eu esperava ter com a sua volta.-Digo porque em partes é verdade mas ainda queria saber o que estava acontecendo.
La fora o relinchar de um cavalo me chama a atenção volto a olhar pela janela.
- Penélope Willian sabe coordenar uma carruagem?!- Indago extasiada.
- Mas o quê?- Diz Julie surpresa,vindo se certificar do que eu dizia.
A carruagem seguia pela estrada as pressas,deixando para trás toda a confusão e uma enorme nuvem de poeira.
- Vamos temos que ir – Disse Julie puxando o meu braço para que saíssemos do quarto.
-É,vc acabou de falar isso mas ainda não sei o que está acontecendo.-Digo a olhando perplexa enquando era levada pelos corredores.
- Te explico assim que conseguirmos uma carruagem-Disse olhando ao redor.-Ou enquanto fazemos isso.-Completou.
- Legal- Dou uma risada sarcástica. olho para o pátio a minha frente onde o caos acontece .Muitas pessoas para poucas carruagens.Em média uma carruagem caberia até 4 pessoas o que se fosse organizado calmamente era mais que o suficiente ,mas no momento ninguém parecia se preocupar com a lógica,calma e ordem também não era o que definia o momento.■Capítulo novo meus amores!❤
1° do ano,pretendo postar com mais constância e não bancar a mestre dos magos.Amém igreja ?Não se esqueçam de votar ☆
E comentar o que esperam do vestido de Lis,desastre total ou ainda tem salvação?
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Um Casamento Fora de Época
RomanceDepois de passar alguns anos vivendo em Londres,Lis Russel está de volta a Oxford. Conhecida por sua língua afiada e por estar sempre metida em confusão, era vista pela sociedade como uma dama inadequada e aos seus 21 anos ainda não havia recebido p...