+cobrakai || ❝Eu prefiro evitar a guerra do que ganhar ela, sabe? Os dois lados sempre acabam perdendo alguma coisa.❞
Serena Urquiza veio muito cedo da Colômbia com sua mãe, as duas conseguiram refugio na casa de Daniel LaRusso, ou como ela gostava...
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Sentada no corredor fora da minha casa eu estava desenhando o outro lado do corredor no meu caderno.
⚊Ei! O que está fazendo?⚊Ouço alguém gritar e olho para baixo, vendo um garoto provavelmente da minha idade.
⚊Desenhando!⚊Respondo, virando o caderno pra baixo para que ele pudesse ver⚊Quem é você?
⚊Sou o Miguel, minha família e eu acabamos de nos mudar.⚊Ele diz com um leve sotaque.
⚊São latinos?⚊Pergunto olhando pra ele ainda no andar de cima.
⚊Na verdade estávamos em Riverside.⚊Ele diz me fazendo rir e levantar⚊Enfim, sua água está saindo com pressão?
⚊Nenhuma água aqui tem pressão, amigo.⚊Digo rindo, morava ali a uns oito anos e definitivamente não existia pressão nas torneiras, mas era um lugar legal, sem muito barulho ou conversa⚊Espera, eu vi você chegar ontem a noite, cheio de vitamina ou sei lá, está tudo bem?
⚊O que? Ah, você viu aquilo.⚊Ele diz sem graça, colocando o braço atrás do pescoço⚊Foram uns caras idiotas na conveniência, tentaram me bater.
⚊E conseguiram?
⚊Não, o cara aqui da frente estava lá e deu uma surra neles, foi demais!⚊Ele diz sorrindo, com os olhos arregalados e apontando para suas costas, me fazendo rir⚊Eu pedi pra ele me ensinar, mas acho que ele não gostou da ideia.
⚊Pelo menos você não saiu machucado.⚊Digo, descendo as escadas e parando na sua frente.
⚊Então, qual o seu nome?⚊Ele pergunta sorrindo e só então percebo seus aparelhos.
⚊Sou Serena.⚊Digo esticando minha mão fechada pra que ele dê um soquinho e ele o faz, me olhando estranho⚊Certo, quer ir para algum lugar? Eu acho que vou tomar um sorvete, ou algo assim.
⚊Ah, eu até queria, mas tenho que ajudar minha mãe e minha yaya.⚊Ele diz entortando a boca e eu sorrio novamente, abraçando o caderno.
⚊Certo, então espero que não entre mais em brigas por ai, Miguel. Até outra hora!⚊Digo me afastando dele sem pressa, guardando o meu celular e lápis no bolso do meu shorts.
⚊Até mais, Serene!⚊Ele acena andando para trás, onde eu acho ser a casa dele.
•••
⚊Ei, Serena!⚊Eu escuto um grito animado enquanto destrancava a porta de casa, levando um susto que me faz derrubar o caderno.
⚊Ai que merda.⚊Me abaixo tentando pegar todos os papéis que caíram, vendo que quem subia me gritando era Miguel, ele corria, mas chegando no topo da escada ele se apoiou na parede, tirando uma bombinha de asma do bolso.
⚊Ei, foi mal.⚊Ele sorri sem graça, enquanto eu me levanto, já com tudo no lugar e o olho.
⚊Problema com asma?
⚊É, eu acho que me empolguei demais.
⚊Por que está tão animado?
⚊Ah, é verdade, eu vim justamente te contar isso!⚊Ele sorri largo agora, enquanto eu me apoiava no corrimão da escada⚊O nosso vizinho ali da frente vai me ensinar karatê!
⚊O que?⚊Pergunto rindo, enquanto ele sorri animado.
⚊É, parece que ele vai abrir um..⚊Ele tenta lembrar o nome, me fazendo arquear a sobrancelha⚊Um..
⚊Um dojô?⚊Pergunto rindo.
⚊ISSO!⚊Ele fala voltando a me olhar.
⚊¡Hija, entre la cena hará frío!⚊Escuto minha mãe gritar lá dentro, já que a porta está aberta e em poucos minutos seus passos.
⚊¡Ya voy, mamá!
⚊Espera, você fala espanhol?⚊Ele pergunta chocado e então minha mãe, abre a porta completamente, olhando o garoto.
⚊Ei! Eu não conheço você.⚊Ela constata, abrindo um sorriso para Miguel.
⚊Madre, este é o Miguel, ele e a família se mudaram aqui para baixo a alguns dias.⚊Digo rindo da cara dele.
⚊Bueno, Miguel, eu sou Aurora, mãe da Serena.⚊Ela estica a mão para o garoto que prontamente aperta⚊Se quiser jantar com a gente, está convidado!
⚊Seria um prazer, mas eu tenho que ir pra casa, minha mãe e minha yaya estão me esperando.⚊Ele diz, apontando para trás, por cima do ombro.
⚊Tudo bem então, tenha uma boa noite, Miguel!⚊Ela diz, enquanto eu fico do lado da mesma.
⚊Boa noite pra vocês!⚊Ele começa a descer as escadas e minha mãe sorri, voltando para dentro.
⚊Boa sorte no karatê, Miguel!⚊Grito, quando ele já está lá embaixo e escuto um "obrigada" de volta, enquanto entro em casa.
