+cobrakai || ❝Eu prefiro evitar a guerra do que ganhar ela, sabe? Os dois lados sempre acabam perdendo alguma coisa.❞
Serena Urquiza veio muito cedo da Colômbia com sua mãe, as duas conseguiram refugio na casa de Daniel LaRusso, ou como ela gostava...
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O fato é que eu não lembrava muito do que havia acontecido até chegar no hospital. Eu me lembro de ver os paramédicos invadirem minha casa com pressa, Miguel ainda que confuso ficou ali, me lembro dele ter ouvido que cuidaria das coisas em casa, para que não ficasse tudo aberto para mais problemas, mas honestamente aquilo não me importava.
Eu passei a noite segurando a mão da minha mãe, enquanto ela estava sedada e respirando com a ajuda de máquinas, eu chorei tanto durante aquela madrugada.
Eu não sabia o que fazer, minha mãe não sairia do hospital, os médicos foram bem claros quando me disseram que ela não tinha condições de ir pra casa, seus pulmões agora estavam juntando água e seria questão de tempo.
Tempo esse que nós não temos. Que ela não tem.
Eu não vi a manhã chegar, ou meu telefone tocar, apenas senti quando uma mão pousou no meu ombro e eu me virei assustada, desviando a atenção da mulher na minha frente para então ver meu padrinho.
━ Ren. ━ Sem me importar muito eu apenas me levantei e o abracei com força, desejando que o chão se abrisse sobre meus pés e que tudo desaparecesse ━ Mayra me disse que você não atendeu ela e quando eu passei na sua casa estava tudo quieto e você não me atendia.
━ Como me encontrou?
━ A mãe do seu amigo, ela disse que ele te ajudou e que uma ambulância havia ido até lá, eu achei que fosse algo com ela. ━ Meu sensei não me solta quando eu me viro para voltar a olhar para a minha mãe.
━ Meu pai voltou, sensei. ━ Ele fecha os olhos e balança a cabeça, como se controlasse a própria raiva mas, diferente do que eu esperava, não parece surpreso ━ Vai me dizer que você já sabia?
━ Sua mãe me avisou.
━ Ela sabia? ━ Pergunto, sentindo meu estômago embrulhar.
Aquilo explicava tudo, o cuidado excessivo, os hábitos estranhos de ficar olhando pela janela ou procurando algo pelo retrovisor do carro, a obsessão com saber onde eu estava em todos os momentos do dia, tudo aquilo era sinal claro de medo e eu não pude fazer nada, agora ela estava ali.
━ Ela queria te proteger, Serena. Não sabemos o que ele quer, seu pai é um homem perigoso e agora que ele as encontrou eu temo que ele faça algo contra vocês. ━ Daniel segura meus ombros falando sério, me fazendo rir com escárnio.
━ Ele já fez, não é? Olha onde minha mãe veio parar. ━ Digo olhando o rosto da mulher deitada, ela parecia dormir, tranquila, mas eu sabia que aquilo não significava nada, muito menos que ela estava bem ━ Minha mãe vai morrer, sensei e eu não sei o que fazer quando isso acontecer.
Meu corpo treme conforme meu choro ficava cada vez mais frenético, eu sabia que meu rosto estava inchado desde a madrugada, mas eu não conseguia parar de chorar e muito menos pensar em outra coisa.
