Capítulo 18

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Meredith

Passou dois meses, e eu agia para Hector com uma certa normalidade, porém, estava mesmo buscando como eu fugiria de sua vida, não aguentava mais ver ele, amar ele e ainda assim sentir dor, o amor que eu sentia por Hector não conseguia vencer a perca de minha mãe, continuei provocando ele com minha roupas, mas não só isso passei a ser novamente a garota sem coração, tratava mal as pessoas e dessa vez eu não tinha nenhum remorso, não sentia compaixão, culpa, nada, apenas foi a maneira de eu sentir prazer naquilo que eu detestava, sim não suportava mais viver aquela vida, está ao lado daquelas pessoas, por isso deixei de me importar e como eu não tinha mais minha mãe para decepcionar eu fazia tudo com gosto, não me importava com os sentimentos alheios, era uma vida sombria ao qual eu estava entrando de cabeça, mas essa era a única forma de eu conseguir superar a perca, assim como qualquer pessoa tende a lidar com sua dor, eu tentava manobrar a minha daquela forma, me julguem se quiserem, não me importo, não mais, talvez eu me arrependa no futuro, mas isso eu só vou saber no futuro, agora não, agora não me arrependo de nada, estou no presente e vou viver ele, da maneira em que eu achar melhor, eu não estou nem aí para os outros, eu quero mesmo é sair dessa vidinha que Hector me proporcionou e deixar ele sofrendo para o resto da vida.

Foi exatamente assim que pensei, no momento de raiva e dor, a dor é capaz de transformar pessoas, passar por algo que não sabemos lidar nos transformam e nem sempre é pra melhor, meus conflitos internos estavam explodindo e fritando meus miolos a ponto de ser alguém repulguinante que eu estava sendo, porém, naquele momento eu não me importava, foi durante esse tempo que eu comecei com a minha estratégia, afim de me ver livre dessa vida, por Deus eu queria me livrar desse mundo que só trás sofrimento e dor, mas no dia em que finalmente consegui sair da visão de Hector e seus homens, ele me encontrou, aquele maldito me achou sozinha e sem ninguém por perto para me defender, me arrastou pra dentro do carro me deixando de mãos atadas para fazer qualquer coisa que eu imaginasse.

- Hector conseguiu te deixar sozinha alguns minutos apenas, interessante! - falou Erick.

- Eu quis fugir Erick, mas não imaginei que você me sequestraria. - falei sem medo.

- Ah ruiva, como eu desejo esse seu belo corpo! - falou ele com um olhar que me apavorava.

- Não me toque! - falei com os olhos assustados.

- Não se preocupe querida eu conquisto as coisas, não sou igual Hector que tem de bandeja! - ele diz.

O que ele não sabia era que eu sou a única coisa que Hector não tinha de bandeja, eu sempre dei trabalho para Hector, tenho absoluta certeza que ele nunca me teve fácil, ao contrário lutou dia a pós dia até consegui o que desejava, eu juro que se não fosse a perca de minha mãe, Hector seria o homem que me faria a pessoa mais feliz desse mundo, pois mesmo com tanto ódio em meu coração, eu o desejava desesperadamente, mas mesmo que isso fosse o meu desejo mais oculto, não iria deixar permitir, não nesse momento recente da morte de minha mãe, sabendo a parcela de culpa que Hector tinha sobre esse fato, eu não me permitiria, era difícil e estava ficando cada vez mais difícil ignorar sua presença e como ele ainda me desejava ainda que eu o desprezasse eu o queria, por isso precisei fugir, precisei deixar ele sozinho, eu precisava seguir meu caminho, mas o desgraçado de Erick me encontrou me deixando presa e dessa vez não estava me divertindo, não quando Erick era o homem que me sequestrou, eu sentia medo, pavor, esse homem me amedrontava e eu nem sequer entendia, talvez pelo fato de me olhar, como o pai de Mel me olhava, eu me recordava daquela cena horrível e meu trauma surgia para atormentar minha mente novamente.

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